Promotora diz que acusado impedia que Remís tivesse amigos
O ex-namorado acusado de feminicídio quebrava celulares e computadores para impedir que a vítima tivesse vida social, destaca a acusação
A promotora do caso Remís explicou que o ex-namorado acusado de feminicídio impedia que a estudante, morta em 2017 aos 24 anos, tivesse vida social. Após quatro anos preso por confessar o crime, Paulo César é julgado nesta terça-feira (9), no Fórum Thomaz de Aquino, área Central do Recife.
Para a representante do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Eliane Gaia, antes de asfixiar durante uma discussão e ocultar o corpo da vítima, o acusado mantinha Remís Carla em violência física, psicológica e patrimonial, quando quebrou celulares e computadores dela para impedir que tivesse contato com outras pessoas.
"Iremos comprovar a personalidade do acusado, um homem extremamente dominador, controlador, agressivo, que não admitia que a vítima tivesse uma vida livre, que tivesse amigos, que tivesse sucesso profissional", descreveu a promotora, que vai pedir sentença máxima contra o réu confesso.
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Familiares da vítima relatam que Paulo César aparentava ser uma pessoa carinhosa com a jovem e mantinha um bom relacionamento com os parentes da namorada. Para a acusação, esse é mais um dos traços de criminosos que praticam feminicídio.
"O feminicida normalmente tem essa característica de ser muito dissimulado, mas para a vítima, ele controlava, ele prendia, ele não dava chance da vítima ser a pessoa que ela era. Ela queria estudar, trabalhar, ter amigos, ela queria ter uma vida social e ele não concedia”, reforçou Eliane.