Nova pílula da Pfizer combate a Ômicron, diz farmacêutica

Estudos mostraram que o Paxlovid reduziu o risco de hospitalização ou morte em quase 90% em comparação com placebo para pacientes de alto risco tratados no início dos sintomas

por Vitória Silva qua, 19/01/2022 - 11:18
Divulgação/Pfizer/BioNTech Caixa do medicamento Paxlovid Divulgação/Pfizer/BioNTech

A nova pílula da Pfizer, Paxlovid, foi eficaz contra a variante Ômicron em testes de laboratório, de acordo com um comunicado da farmacêutica divulgado nessa quinta-feira (18). O laboratório disse que o principal componente do medicamento, o nirmatrelvir, funcionou em três estudos in vitro (fora do organismo vivo) e deu detalhes do processo. Os pacientes tomaram dois comprimidos de nirmatrelvir com um comprimido de outro antiviral chamado ritonavir duas vezes ao dia durante cinco dias. 

“Esses dados sugerem que nossa terapia oral Covid-19 pode ser uma ferramenta importante e eficaz em nossa batalha contínua contra esse vírus devastador e as variantes atuais de preocupação, incluindo o Omicron altamente transmissível”, disse Mikael Dolsten, diretor científico da Pfizer. 

Segundo a Pfizer, os estudos mostraram que o Paxlovid reduziu o risco de hospitalização ou morte em quase 90% em comparação com placebo para pacientes de alto risco quando tratados dentro de cinco dias do início dos sintomas. 

No primeiro desses estudos in vitro conduzidos pela biofarmacêutica, o nirmatrelvir foi testado contra a Mpro – uma enzima que o coronavírus precisa replicar – de várias variantes preocupantes do SARS-CoV-2 (VoCs), incluindo a Ômicron, em um ensaio bioquímico. Os resultados mostraram em todos os casos que o nirmatrelvir foi um potente inibidor do seu alvo. 

No segundo estudo in vitro, o nirmatrelvir foi testado contra vários VoCs SARS-CoV-2, incluindo Omicron, em um ensaio antiviral baseado em células. A redução da carga viral foi medida através da análise da reação em cadeia da polimerase (PCR), teste projetado para detectar o vírus. 

Um estudo adicional, conduzido pela Escola de Medicina Icahn no Monte Sinai (Icahn Mount Sinai) em colaboração com a Pfizer, usou um ensaio baseado em imunofluorescência específico para SARS-CoV-2 para detectar o vírus de forma semelhante e medir a potência in vitro do nirmatrelvir, bem como algumas outras terapêuticas COVID-19 autorizadas. 

Neste ensaio, os tratamentos foram testados contra as variantes Alfa, Beta, Delta e Ômicron em duas linhagens celulares. Os resultados deste estudo foram submetidos ao servidor de pré-impressão online bioRxiv e serão submetidos a um periódico revisado por pares. 

A Food and Drug Administration no mês passado autorizou o uso de Paxlovid em pessoas com alto risco de Covid-19 grave. Autoridades de saúde, médicos e pacientes dizem que a pílula é uma adição valiosa no combate à Covid-19 porque, ao contrário de outras terapias disponíveis, às pessoas recém-infectadas podem facilmente tomá-la em casa para evitar serem hospitalizadas. 

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