Delegado é preso por extorsão de comerciantes no Recife

Outros três policiais civis são suspeitos de integrar a organização criminosa

qua, 26/04/2023 - 12:24
Tânia Rêgo/Agência Brasil Policial civil Tânia Rêgo/Agência Brasil

Um delegado aposentado e três policiais civis de Pernambuco foram presos, nessa terça-feira (25), por suspeita de constituir uma organização criminosa que extorquia comerciantes na Região Metropolitana do Recife (RMR). De acordo com a Polícia Civil, o grupo exigia dinheiro de vendedores de cigarros em troca da liberdade e revendia a carga apreendida para os concorrentes. 

Quatro mandados de prisão preventiva e três de busca e apreensão foram cumpridos pelo Grupo de Operações Especiais (GOE) em Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Paulista. Quatro armas de fogo e munições foram apreendidas na Operação Espórtula. 

As investigações começaram em maio de 2016, com apoio da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Pernambuco (Dintel) e da Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social. O inquérito indiciou os suspeitos pelos crimes de concussão, roubo e abuso de autoridade. 

Os alvos seriam o delegado aposentado Joaquim Braga Neto e os agentes que atuavam na Delegacia de Água Fria, na Zona Norte da capital. O delegado Jorge Pinto explicou que as vítimas eram escolhidas a dedo. Em seguida, o grupo perseguia e roubava as cargas de cigarro, que muitas vezes eram legais. 

"Agente públicos, sob o pretexto de combater o comércio de cigarros contrabandeados, extorquiam comerciantes de cigarro no Recife. Mesmo apresentando notas fiscais, as vítimas tiveram valores e bens subtraídos e eram constrangidas a pagar propina em troca da liberdade", explicou a Polícia Civil, em nota. 

Ainda de acordo com o delegado Jorge Pinto, mesmo sem crime aparente, ao invés de formalizar a apreensão, a carga era revendida para outros comerciantes. Dessa forma, os suspeitos recebiam dinheiro pela revenda e ainda cobravam as vítimas para evitar a prisão em flagrante. Cada investida garantia pelo menos 30 mil aos policiais, que lucraram ainda mais com os valores cobrados como proprina.

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