Criança sem braços e pernas é expulsa de voo da Gol

A menina de oito anos estava acompanhada da avó e da mãe. Toda a família foi retirada do avião

qua, 11/10/2023 - 11:58
Arquivo Pessoal Naíde Sales com Maria Vitória nos braços Arquivo Pessoal

Uma mulher denuncia a Gol Linhas Aéreas após ter sido retirada de um voo com a filha que sofre de escoliose e não possui braços e pernas. Maria Vitória, de oito anos, estava no colo da mãe Naíde Sales, mas funcionárias da empresa teriam informado que ela precisava ocupar outro assento ou teria que desembacar da aeronave.

A família é natural de Reriutaba, no Interior do Ceará, e estava em São Paulo para o tratamento da menina. A mãe explicou que costuma viajar com Vitória nos braços, pois ela não consegue sentar.

Elas já estavam acomodadas na aeronave depois de passar pelo check-in e pelo raio-x, no Aeroporto de Congonhas, quando duas funcionárias da companhia foram até o assento e pediram para elas descerem, já que a criança não poderia viajar no colo da mãe.

A avó da menina estava presente e as três deixaram o avião. A família só conseguiu voltar para Fortaleza porque outra companhia cedeu assentos. De acordo com o G1, Vitória retornou, como de costume, nos braços da mãe. A família vai ingressar na Justiça com uma ação por danos morais.

Em nota, a Gol alegou questões de segurança e citou as normas do Regulamento Brasileiro da Aviação Civil (RBAC) sobre a proibição de crianças viajarem no colo. Confira o comunicado:

"A Gol informa que na sexta-feira (06/10), durante procedimento de embarque do voo G3 1576, entre Congonhas (CGH) e Fortaleza (FOR), uma criança de 8 anos, com necessidade de atendimento especial, e sua mãe não puderam seguir viagem, pois, infelizmente, não foi possível que a criança usasse o cinto de maneira que sua Segurança durante todo o voo estivesse garantida.

Conforme o que rege o Regulamento Brasileiro da Aviação Civil (RBAC) em seu artigo 121, também não é permitido que crianças com dois anos completos ou mais viajem no colo de um adulto. Durante um voo, numa ocorrência de turbulência mais severa ou numa desaceleração, por exemplo, o uso do cinto de segurança é a forma mais eficaz para se evitar graves acidentes a bordo.

A Companhia lamenta o inconveniente e reforça que as suas equipes de aeroportos e tripulação não mediram esforços para atender às necessidades das Clientes e tomaram as decisões sobre os procedimentos com base no nosso valor número 1: a segurança"

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