Humberto é escolhido para ser o candidato do PT

Dez minutos antes de começar a reunião no diretório nacional, Rui Falcão declarou que a candidatura do prefeito não seria homologada

ter, 05/06/2012 - 18:36
André Nogueira/LeiaJáImagens

*Com informações de Thabata Alves

São Paulo - Ao deliberar sobre as eleições desse ano, a executiva nacional do Partido dos Trabalhadores escolheu, com 12 votos a favor e 5 abstenções, o senador Humberto Costa como candidato a prefeito da cidade do Recife. De acordo com uma nota divulgada pelo comissão executiva nacional, o nome do senador consegue agregar o maior número de tendências petistas e unir a frente popular que há 12 anos vem comandando a capital pernambucana. Na reunião, o prefeito João da Costa não recebeu nenhum voto contra sua candidatura.

Ficou a cargo do secretário geral do PT nacional, Eloi Pietá, comunicar a imprensa a resolução da nacional. “Como não conseguimos resolver esse impasse interno por meio das prévias, a executiva nacional considera o nome de Humberto capaz de manter a unidade do partido e suas coligações”, declarou Eloi. Ao ser questionado se houve alguma imposição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele tentou despistar afirmando que Lula não interferiu nesse processo das eleições internas do PT no Recife.

Dez minutos antes de começar a reunião no diretório nacional, na cidade de São Paulo, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, chamou o prefeito João da Costa e declarou que o nome escolhido não seria o do atual gestor. “Não tem porque continuar nessa reunião, eu já sei o resultado, essa é uma decisão do partido que deve se responsabilizar por qualquer consequência”, criticou João da Costa ao sair, uma hora após o início da reunião.

Sobre um possível apoio à candidatura de Humberto, o prefeito informou ter que dialogar com vários setores envolvidos na sua campanha. “Não sei se Humberto me quer no palanque dele. Antes de tomar qualquer decisão, preciso conversar com a militância e os líderes do partido que estão me apoiando”, comentou.

Já o deputado federal Fernando Ferro (PT), que acompanhava o prefeito, comentou: “Não vamos tomar uma atitude emocional pois toda decisão tem consequências. Vejam que coisa inusitada esse novo tipo de reunião”, ironizou Ferro. Segundo algumas informações, quando o prefeito solicitou para se retirar do recinto, houve um mal estar entre os participantes da reunião.

Segundo o pronunciamento do coordenador da comissão nacional de ética do PT, Francisco Rocha (Rochinha), o posicionamento tomado pela executiva nacional não se configura uma intervenção. “Foi uma escolha política sobre o quadro montado no Recife, sendo assim, o diretório municipal deve funcionar normalmente”, declarou.

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