Eduardo e Marina: Entre as convergências e divergências

A aliança firmada entre os dois ainda esconde alguns contrapontos, que Eduardo Campos insinua querer por um fim

sab, 19/10/2013 - 10:22
Roberto Pereira/Divulgação A aliança entre os dois foi oficializada no último dia 5, com a filiação de Marina Silva ao PSB Roberto Pereira/Divulgação

A "aliança programática" entre o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e a ex-senadora, Marina Silva (PSB), se depender do discurso dos dois vai transformar a política no Brasil, com “o fim da velha República”. No entanto, mesmo com convergência nos discursos e em algumas defesas, tanto na área política quanto na social, Marina e Eduardo protagonizam divergências em princípios pessoais e partidários antigos.

A primeira delas, que pode ser citada, é a sustentabilidade, defesa permanente de Marina e da Rede Sustentabilidade, partido que comanda. Eduardo há pouco tempo, digamos que já pensando nesta aliança, começou a reparar os possíveis erros relacionados ao meio ambiente que o seu governo ocasionou em Pernambuco. Para a construção Complexo Portuário de Suape, por exemplo, foram devastadas várias áreas de manguezais o que atraiu ainda mais a estádia de tubarões no litoral pernambucano. Só agora, Campos tem iniciado um processo de reflorestamento para compensar os estragos e tem iniciado, em seus discursos, a defender temas sustentáveis.

Outro ponto são as alianças firmadas por Eduardo, repugnadas por Marina. Ao ser questionada sobre os aliados de Campos, que são líderes da “velha política”, a ex-senadora, em visita ao Recife na última segunda (14), afirmou que “ele já está revendo o seu posicionamento com relação a alguns aliados”. O que é verdade, já que um deles, o goiano Ronaldo Caiado (DEM) já declarou que não apoiaria mais a possível candidatura de Campos à presidência da República, após a união com Marina. 

Na área social, o PSB de Eduardo e o Rede de Marina têm contrapontos polêmicos, como o homossexualismo e o aborto. A legenda socialista já é adepta a uma ala LGBT dentro da sigla, com defesas aos direitos homossexuais no Congresso, ao contrário de Marina, que, por ser evangélica, não tem esta bandeira em sua defesa. “O PSB e o Rede são dois partidos diferentes, cada um com o seu estatuto e isso não vai mudar”, imprimiu a ex-senadora.

Já entre os pontos que Marina e Eduardo convergem estão a economia brasileira e a luta pelo “fim do governo petista”. O tripé econômico – inflação, câmbio flutuante e superávit primário – tem feito estadia constante no discurso dos socialistas, mirando assim o governo de Dilma Rousseff (PT), que, segundo eles, “já está com o prazo terminando”. Na última semana, Marina elogiou os legados de FHC e Lula na área, "vamos preservar e defender a estabilidade econômica de FHC e a inclusão social de Lula", disse.

COMENTÁRIOS dos leitores