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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira, 28, a estimativa para a população atual do Brasil, com base nos dados prévios do Censo 2022, que ainda está na fase de coleta de informações. O número de habitantes é de 207.750.291, abaixo do total de 213 milhões projetado pelo próprio órgão federal no ano passado. Mas o que explica essa diferença? Mais de 5,2 milhões de brasileiros desapareceram?

Segundo o diretor de Pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo, eventuais problemas nos censos anteriores, as mortes causadas pela pandemia de covid-19 e a defasagem em relação ao Censo 2010 são alguns dos motivos por trás da diferença entre a estimativa de 2021 e a informada nesta quarta-feira.

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Pelo calendário tradicional do IBGE, a mais completa pesquisa populacional do País é realizada a cada dez anos, com uma contagem populacional, mais simples, no meio do período. Mas a atualização prevista para 2015 não foi feita, diante de restrições orçamentárias. Para piorar, o Censo 2020 foi postergada por causa da crise sanitária do coronavírus. Após sucessivos adiamentos e problemas orçamentários, a pesquisa foi finalmente confirmada para este ano.

De acordo com Azeredo, essa discrepância já ocorreu outras vezes. "No Censo de 1980, tínhamos um 'Maranhão' a menos", afirma o diretor do IBGE. Os primeiros dados definitivos do Censo, conforme o instituto, devem ser divulgados apenas em março. A etapa de coleta de dados também sofreu atrasos.

"A pandemia aumentou a mortalidade e diminuiu a natalidade", afirma José Eustáquio Diniz Alves, professor aposentado da Escola Nacional de Ciências Estatísticas, ligada ao IBGE. Além dos óbitos - foram 693 mil em menos de três anos -, muitos casais adiaram a gravidez, com medo do cenário incerto e das dificuldades de acesso aos serviços de saúde, como o pré-natal.

"Todas as projeções são feitas com base no Censo de 2010. Se tivéssemos feito ao menos a contagem de 2015, poderíamos ter atualizado. Estamos muito longe de 2010, muita coisa mudou. Houve uma bruta recessão de 2014 a 2016. Depois, outra recessão brutal com a pandemia. As coisas mudaram muito", afirma Diniz Alves.

A guerra declarada entre os ministros da Economia, Paulo Guedes, e do Desenvolvimento Social, Rogério Marinho, em torno da forma de financiamento do programa Renda Cidadã esquentou a temperatura política em Brasília e evidenciou um racha no governo Jair Bolsonaro.

A divisão entre as alas fiscalista - representada por Guedes e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto - e a desenvolvimentista - liderada por Marinho, ministros militares e líderes do Centrão - gira em torno do teto de gastos, a regra que impede o crescimento das despesas acima da inflação.

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Nessa disputa, Marinho é o "inaugurador" de obra e próximo ao presidente Bolsonaro. Guedes é taxado como "cortador" de despesas, incluindo benefícios, e defensor do teto.

A ala desenvolvimentista, como mostrou o Estadão/Broadcast, quer colocar de pé o Renda Cidadã excluindo o programa do limite do teto de gastos, mesmo que temporariamente. A iniciativa abriria espaço para investimentos públicos, já que as despesas com o Bolsa Família também poderiam ficar de fora do teto. Com os efeitos da pandemia ainda esperados para 2021, o argumento desse grupo é que será preciso continuar com medidas de estímulo para auxiliar a população mais vulnerável e os investimentos públicos, garantindo a retomada econômica.

Na sexta-feira, depois que Marinho, em conversa com investidores do mercado, disse que o programa seria feito de qualquer jeito, Guedes reagiu e cobrou da ala política "coragem" para fazer o ajuste. Para os fiscalistas do governo, a mudança do teto vai trazer instabilidade e colocar o País em uma trajetória explosiva de dívida pública, com recessão e fuga de investidores.

A expectativa agora é de mais ajustes de alta nas taxas de juros cobradas pelos investidores com as incertezas em torno do Renda Cidadã, ao longo da próxima semana. Marinho e lideranças do governo no Congresso têm estreitado as conversas com o mercado financeiro, mas sem conseguir acalmar o nervosismo em torno do risco fiscal.

Na avaliação do ex-secretário adjunto de Política Econômica e atual diretor de Estratégias Públicas do Grupo MAG, Arnaldo Lima, o ideal é que Guedes e Marinho possam convergir na agenda de reformas, o que traria mais calma para o mercado financeiro. Ele lembra que Marinho foi um dos principais responsáveis pela aprovação da modernização trabalhista e previdenciária. "Chegou a hora da política econômica voltar a se sobrepor à economia política e tanto Guedes quanto Marinho são cruciais para esse reposicionamento estratégico", diz.

Comparação. A briga entre Guedes e Marinho já é comparada ao episódio do envio do primeiro orçamento com déficit pelo governo Dilma Rousseff. Em 2015, a disputa dos dois principais ministros de Dilma, Joaquim Levy, na Fazenda, e Nelson Barbosa, no Planejamento, em torno do envio ao Congresso do projeto de Orçamento de 2016 com a previsão de déficit de R$ 30,5 bilhões (foi a primeira vez que isso aconteceu) dividiu o governo entre as alas fiscalista e desenvolvimentista. O Brasil perdeu o grau de investimento, o selo de bom pagador, pela agência Standard & Poor’s dias depois.

A divergência de rumo da política econômica acabou levando mais tarde à troca de comando da equipe econômica. Levy aceitou enviar o orçamento com déficit, mas deixou o ministério da Fazenda poucos meses depois, em dezembro do mesmo ano, após uma sequência de derrotas para Barbosa e os ministros palacianos na tentativa de garantir um ajuste fiscal mais rápido a partir de 2016. Barbosa defendia um ajuste gradual para não comprometer o crescimento e os investimentos.

Churrasco no Alvorada após briga

O ministro da Economia, Paulo Guedes, foi um dos convidados para um churrasco promovido ontem pelo presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada. O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho foi convidado, mas ficou em São Paulo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O comandante da Marinha dos Estados Unidos, Richard Spencer, se viu obrigado a renunciar no domingo após uma controvérsia sobre um soldado de elite acusado de crimes e que recebeu indulto do presidente Donald Trump.

Spencer, que recebeu um pedido do secretário de Defesa Mark Esper para que deixasse o cargo, confirmou sua saída em uma carta aberta na qual criticou Trump, comandante em chefe das Forças Armadas americanas.

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"Já não compartilho a mesma visão que o comandante em chefe que me nomeou a respeito dos princípios fundamentais da boa ordem e da disciplina", escreveu Spencer em uma carta publicada pela imprensa americana.

"Reconheço, pela presente, o cessar de minhas funções como secretário americano da Marinha", completou.

Poucas horas antes, o secretário de Defesa havia solicitado que Spencer renunciasse ao posto, um cargo civil.

Esper "solicitou a renúncia do secretário da Marinha Spencer depois de perder a confiança nele por sua falta de franqueza sobre as conversas com a Casa Branca a respeito da administração do caso do Navy Seal Eddie Gallagher", afirmou o Departamento de Defesa em um comunicado.

Gallagher, dos "Navy Seals", foi julgado por crimes de guerra em um caso que recebeu muito destaque nos Estados Unidos.

Em 2 de julho ele se declarou inocente da acusação de assassinato de um prisioneiro no Iraque em 2017 e foi absolvido de duas tentativas de assassinato de civis iraquianos.

Mas o soldado de elite foi declarado culpado de posar ao lado do corpo com outros militares, uma foto que poderia prejudicar as Forças Armadas, de acordo com a acusação.

A Marinha rebaixou sua patente, uma punição que reduzia seu salário e sua pensão de aposentadoria. Mas em 15 de novembro Trump revogou a punição.

O Departamento de Defesa acusou o secretário da Marinha de propor de modo particular à Casa Branca que, se não interferissem nos procedimentos de má conduta contra Gallagher, ele pediria baixa sem ser expulso da força de elite.

Spencer supostamente não compartilhou a proposta com o secretário de Defesa, que afirmou ter ficado "profundamente preocupado com a conduta".

A Marinha dos Estados Unidos iniciou um procedimento pelo qual um comitê de revisão poderia expulsar Gallagher e outros três membros de sua unidade. Mas a intervenção de Trump interrompeu o processo.

Uma divergência sobre a divisão dos recursos entre Estados e municípios ganhou contornos de crise entre Câmara e Senado na noite desta terça-feira, dia 1º. O primeiro ataque partiu do senador Cid Gomes (PDT-CE), que acusou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de virar "presa" de um grupo comandado por "um achacador".

A expressão foi usada por Cid, em plenário, para se referir à atuação do líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL), no debate da proposta que definiu critérios para distribuição do dinheiro do megaleilão de petróleo, marcado para novembro.

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Os senadores ameaçam travar a votação em segundo turno da reforma da Previdência diante da insurgência da Câmara, que tenta garantir para os municípios uma fatia maior no bolo de recursos do megaleilão e destinar o dinheiro por meio de emendas parlamentares.

"O presidente da Câmara está se transformando numa presa de um grupo de líderes liderado por aquele que, podem escrever o que estou dizendo, é o projeto do futuro Eduardo Cunha brasileiro. Eduardo Cunha original está preso, mas está solto o líder do PP, que se chama Arthur Lira, que é um achacador, uma pessoa que no seu dia a dia a sua prática é toda voltada para a chantagem, para a criação de dificuldades para encontrar propostas de solução", afirmou Cid ao microfone. Em 2015, ele deixou o cargo de ministro da Educação do governo Dilma Rousseff após chamar o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB-RJ), de "achacador", no plenário da Casa.

"Setores da Câmara, que têm à frente o deputado Arthur Lira, já precificaram o achaque. O achaque custa 5% dos valores dos royalties. Eles estão querendo tirar 2,5% dos municípios, 2,5% dos Estados e dar para o quarto ente federativo brasileiro: tem a União, os Estados, os municípios e agora essa bancada de achacadores da Câmara dos Deputados", criticou o senador, que é ex-governador do Ceará.

A resposta dos deputados veio na sequência. No plenário, Maia defendeu Lira. "Está havendo um problema grave, que é o seguinte: o sucesso da Câmara está incomodando muita gente", disse ele. "Nem governador nem senador vai ameaçar a Câmara, como eu fui ameaçado no sábado à noite", completou Maia, numa referência à pressão que diz ter recebido para mudar os critérios de distribuição dos recursos.

'Dor de cotovelo'

Chamado de "achacador" por Cid, o líder do PP afirmou que vai processar o pedetista e defendeu a prerrogativa dos deputados de alterar os critérios definidos no Senado. "O senador apequena seu nome e do seu Estado e ocupa a tribuna levianamente, com dor de cotovelo, porque a maneira que ele pensou talvez não tenha sido acordada", afirmou Lira. "Ele não vai ganhar luz em Brasília nas minhas costas. Brasília não é o quartel do Ceará que eles comandam a mão de ferro há 20 anos."

Nos últimos meses, a Câmara e o Senado têm travado uma disputa por protagonismo na discussão da agenda econômica. Enquanto deputados ainda se debruçavam sobre a reforma da Previdência, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), chegou a criar uma subcomissão para começar a debater a proposta antes mesmo de o texto chegar à Casa.

No caso da reforma tributária a disputa é mais evidente. Propostas distintas estão sendo discutidas simultaneamente na Câmara e no Senado. Outro assunto que causou mal-estar entre deputados e senadores foi o projeto que previa benesses aos partidos, dificultando a fiscalização do caixa 2 eleitoral. Após a Câmara aprovar a proposta, senadores rejeitaram quase todas as medidas, que mais tarde foram retomadas em nova votação pelos deputados.

Na ocasião, o Senado foi acusado pela Câmara de ter "jogado para a plateia" diante da pressão das redes sociais contra a proposta. As mudanças que o Senado vem fazendo em projetos costurados pela Câmara também levaram deputados a cogitar a possibilidade de mudar o sistema do Legislativo, que hoje é "bicameral", para "unicameral". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A comissão da Câmara que discute propostas de Reforma Política deu o pontapé inicial nos trabalhos com divergências até no conteúdo do plano de trabalho formulado pelo relator Vicente Cândido (PT-SP). Essa é quinta comissão criada desde 2008 na Casa destinada a mudar as regras do sistema político-eleitoral do País.

O colegiado se reuniu nesta terça-feira (8) pela primeira vez após a escolha do presidente e a indicação do relator. Vicente Cândido apresentou um programa de trabalho onde prevê de oito a 10 sessões para audiências públicas, nas cinco regiões do País, além das reuniões da comissão. O relator pretende trazer também ex-presidentes da República, de Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), e ouvir entidades da sociedade civil sobre o tema.

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Foram pontuados 10 itens de discussão, sendo que os eixos principais, como sistema eleitoral e modelo de financiamento de campanha, ficarão para depois das audiências públicas e seminários.

À medida que a comissão avançar nos assuntos, serão votados relatórios parciais. O relator disse esperar que os trabalhos se encerrem entre abril e maio de 2017. Nesta manhã, a comissão aprovou 29 requerimentos para convites a autoridades e realização das audiências públicas.

Os deputados mais experientes lembraram que a Casa já promoveu discussões sobre Reforma Política em 2008, 2011, 2013 e 2015. A deputada Luiza Erundina (PSOL-SP) chamou o plano de trabalho de "colcha de retalhos", criticou o fatiamento do plano de trabalho e defendeu a discussão imediata dos eixos fundamentais da reforma. "Estamos repetindo erros de N comissões que não vai levar a nada", apontou.

Marcelo Castro (PMDB-PI), que já foi relator na última comissão criada para debater a Reforma Política, destacou que todas as discussões anteriores na Casa foram frustradas e que agora correm o mesmo risco de "dar voltas e não se chegar a lugar algum". O peemedebista se disse cansado de voltar ao mesmo tema e pediu para que os colegas não enganem a si próprios e a população. "Se não chegarmos a nada, vamos ter de defender uma Constituinte exclusiva", pregou.

O relator alegou que decidiu começar com os temas onde haveria maior consenso porque os pontos estruturantes exigem mais energia, o que poderia postergar os trabalhos se eles começassem as discussões com os assuntos mais polêmicos. "Estou trabalhando em cima do que é possível", respondeu. O petista pediu paciência aos colegas e disse que a comissão tem chances de avançar desta vez.

Alguns deputados demonstraram preocupação com o crescimento dos votos brancos e nulos nas eleições municipais deste ano e defenderam ajustes no sistema político-eleitoral. "É necessário sim uma reforma ampla no País", disse a deputada Eliziane Gama (PPS-MA), que criticou a manutenção do foro privilegiado.

Os principais organizadores das manifestações que lotaram a Avenida Paulista no domingo, 15, divergem sobre os próximos passos do movimento "Fora Dilma", depois de terem sido surpreendidos com o número de pessoas que foram às ruas. Enquanto o Movimento Brasil Livre (MBL) já tem data marcada para o próximo ato, 12 de abril, e pretende entregar nesta semana um pedido formal de impeachment ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o Vem Pra Rua, de discurso mais moderado, é mais cauteloso e não fala em quais iniciativas pretende tomar a partir de agora.

Líder do MBL, o empresário Renan Santos, de 30 anos, disse que vai anexar ao pedido de impeachment assinaturas colhidas durante a manifestação. Até ontem à noite, o grupo ainda não tinha contado quantas pessoas assinaram a petição. "A população está indo às ruas contra o governo Dilma Rousseff porque decidiu não sangrar por mais três anos. Quer o fim do governo simplesmente porque o governo já acabou", disse. Os atos no dia 12, segundo ele, ocorrerão "em todo o Brasil". "Queremos também organizar mais encontros para promover as ideias liberais."

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Recado

Já o empresário Rogério Chequer, porta-voz do Vem Pra Rua, disse ainda não saber quando organizará o próximo ato. "Estamos analisando várias possibilidades, mas não necessariamente serão eventos de massa", afirmou. Diferentemente do MBL e de outros grupos contra o governo, o Vem Pra Rua defende o "Fora Dilma", mas não é a favor do impeachment. O grupo não planeja levar nenhum abaixo-assinado até Brasília, mas acredita que o recado foi dado aos políticos. "O legislativo não pode ignorar o que está acontecendo neste dia de hoje. E, se Deus quiser, o governo agora vai tomar mais cuidado com o que faz e com o que fala."

Chequer considera que a grande quantidade de pessoas nas ruas mostrou uma força popular que começa a tomar vida própria. "Não é mais tão dependente do movimento", avaliou. O empresário acredita que, de agora em diante, o monitoramento em torno das ações do governo e do Legislativo será feito de forma mais eficiente. "Este canal povo-governo não está funcionando. Acho que de agora em diante este canal vai funcionar cada vez mais." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Senado dos EUA bloqueou a escolha de Debo Adegbile, feita por Barack Obama, para comandar a divisão de Direitos Civis do Departamento de Justiça. A confirmação foi bloqueada com 52 votos contra, ante 47 a favor. Além dos 44 republicanos, oito democratas também foram contrários à confirmação. Em comunicado, Obama condenou a decisão.

Republicanos e a Ordem Fraternal da Polícia dos EUA alegaram que a conduta de Adegbile durante o caso de Mumia Abu-Jamal, há três décadas, o desqualifica a assumir o cargo.

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Em 1981, Abu-Jamal, jornalista e integrante do grupo Panteras Negras, foi condenado à morte sob a acusação de assassinar o policial Daniel Faulkner, da Filadélfia. Abu-Jamal alega ter sido vítima de um sistema judiciário racista, sendo que o processo continuou em uma batalha judicial e política. Em 2011, um tribunal de apelação federal reduziu a pena para prisão perpétua.

Adegbile foi consultor legal do Fundo de Defesa Legal da Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP, na sigla em inglês) e, em 2009, entrou com uma argumentação no tribunal defendendo que Abu-Jamal foi sentenciado por um júri discriminatório. Adegbile também fez parte da equipe que representou o acusado quando procuradores tentaram novamente estabelecer a pena de morte.

Antes da votação, o senador republicano Pat Toomey leu uma carta escrita por Maureen Faulkner, viúva do policial. "Hoje, enquanto meu marido está há 33 anos no túmulo, seu assassino se tornou uma celebridade rica", disse. Fonte: Associated Press.

A Justiça fluminense deu na quinta-feira (16), decisões conflitantes em relação a pedidos para proibir "rolezinhos" marcados para este fim de semana em dois shoppings na Região Metropolitana do Rio. Enquanto o Shopping Leblon, sofisticado centro de compras na zona sul do Rio, obteve liminar para impedir o "rolezinho" marcado para as 16h20 de domingo (19) o Plaza Shopping, no município vizinho de Niterói, não conseguiu autorização para impedir encontro agendado para as 16h deste sábado (18).

Ao deferir liminar proibindo o "rolezinho" no Shopping Leblon, a juíza Isabela Pessanha Chagas, da 14ª Vara Cível do Rio, escreveu que os direitos à livre manifestação e de ir e vir não devem colidir com "os direitos de locomoção de outros, bem como o direito de trabalho, assegurado pela Carta Magna. A magistrada alegou ainda que "os shoppings são prédios privados, havendo que se garantir o direito de propriedade (...) coibindo-se a ação de possíveis manifestantes que pretendem causar desordem pública, facilitando a prática de atos de depredação, bem como a ocorrência de furtos de bens, violando o direito de lojistas".

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"Frise-se, ainda, que a admitir-se tal manifesto, estar-se-ia colocando em risco a integridade física de eventuais consumidores que possam estar no local, sobretudo, ante a possibilidade da presença de famílias que, no desfrute do seu lazer, se façam acompanhar de suas crianças e/ou idosos, como se verifica nos shoppings em finais de semana", concluiu a juíza.

Para garantir que a ordem seja cumprida, Isabela determinou que pelo menos dois oficiais de Justiça permaneçam de plantão no shopping, a partir das 15h, para identificar os manifestantes a fim de aplicar multa no valor de R$ 10 mil para cada um. Até às 15h desta sexta-feira, 17, mais de 8.700 pessoas haviam confirmado presença na página do evento no Facebook. O pedido de liminar foi ajuizado por quatro empresas: Luanda Empreendimentos e Participações S/A; Rique Leblon Empreendimentos e Participações S/A; SHL Participações S/A; e RLM Empreendimentos e Participações Ltda.

Liminar negada

 

Por outro lado, o Alexandre Duarte Scisinio, da 9ª Vara Cível de Niterói, indeferiu pedido de liminar para proibir a realização de um "rolezinho" no Plaza Shopping, em Niterói. O evento já tem mais de 700 presenças confirmadas no Facebook.

O pedido de liminar foi feito pelo Condomínio do Edifício Plaza Shopping e pela Fashion Mall S/A. As empresas alegaram que o movimento "promove verdadeiras arruaças e grandes tumultos nos shoppings centers, como ocorreu na cidade de São Paulo, com reunião de milhares de pessoas" e que "cerceia o direito das pessoas e prejudica o comércio regularmente instalado no local, pois outros grupos se infiltram e aumenta a periculosidade, ensejando vandalismo, violência, abusos e depredações".

Em sua decisão, o juiz escreveu que os direitos de livre manifestação, reunião pacífica e ir e vir são garantias constitucionais, e que impedi-los apenas com base em boatos de violência seria ilegal. Segundo o magistrado, em locais particulares de uso público, como os shoppings, cabe ao Estado apenas combater abusos.

"A prevalecer o estranho desejo dos autores de obter ordem judicial, como assim deduzido nesta ação, para proibir esse ou aquele indivíduo ou grupo, de ingressar no seu shopping, que é aberto ao público em geral, se estaria conquistando uma medida inaceitável de dar ao particular a absurda discricionariedade de agir dessa ou daquela forma, rejeitando os mais diversos consumidores, pelos mais variados motivos, sempre que assim lhe conviesse. Ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei e é livre a manifestação de pensamento, dogmas contidos na nossa Carta Magna".

Scisinio também elogiou a atuação da polícia nas manifestações de rua no ano passado que, segundo ele, não impedia os protestos, mas apenas combatia os vândalos.

"Se o tal movimento 'rolezinho', efetivamente vier a representar uma ameaça, compete então à Polícia agir, como assim recentemente fez, com competência, nos movimentos populares que se sucederam nas ruas das cidades de todo o país, combatendo eficazmente os atos de vandalismo. Como se viu, não houve proibição do desejo de reunião e manifestação de vontade, mas tão somente se reprimiu atos dos vândalos", escreveu o magistrado.

Na opinião do juiz, os "rolezinhos" são uma forma popular de "atividade artística e cultural, eis que os jovens criativamente apresentam-se com figurinos interessantemente diferenciados, pontuando um modismo próprio de sua época e idade, e é certo que se compreende por arte toda forma de expressão e manifestação estética, de ideias, pensamentos, etc. São estas acepções que compõem o vasto e complexo conceito de atividade cultural".

A "aliança programática" entre o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e a ex-senadora, Marina Silva (PSB), se depender do discurso dos dois vai transformar a política no Brasil, com “o fim da velha República”. No entanto, mesmo com convergência nos discursos e em algumas defesas, tanto na área política quanto na social, Marina e Eduardo protagonizam divergências em princípios pessoais e partidários antigos.

A primeira delas, que pode ser citada, é a sustentabilidade, defesa permanente de Marina e da Rede Sustentabilidade, partido que comanda. Eduardo há pouco tempo, digamos que já pensando nesta aliança, começou a reparar os possíveis erros relacionados ao meio ambiente que o seu governo ocasionou em Pernambuco. Para a construção Complexo Portuário de Suape, por exemplo, foram devastadas várias áreas de manguezais o que atraiu ainda mais a estádia de tubarões no litoral pernambucano. Só agora, Campos tem iniciado um processo de reflorestamento para compensar os estragos e tem iniciado, em seus discursos, a defender temas sustentáveis.

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Outro ponto são as alianças firmadas por Eduardo, repugnadas por Marina. Ao ser questionada sobre os aliados de Campos, que são líderes da “velha política”, a ex-senadora, em visita ao Recife na última segunda (14), afirmou que “ele já está revendo o seu posicionamento com relação a alguns aliados”. O que é verdade, já que um deles, o goiano Ronaldo Caiado (DEM) já declarou que não apoiaria mais a possível candidatura de Campos à presidência da República, após a união com Marina. 

Na área social, o PSB de Eduardo e o Rede de Marina têm contrapontos polêmicos, como o homossexualismo e o aborto. A legenda socialista já é adepta a uma ala LGBT dentro da sigla, com defesas aos direitos homossexuais no Congresso, ao contrário de Marina, que, por ser evangélica, não tem esta bandeira em sua defesa. “O PSB e o Rede são dois partidos diferentes, cada um com o seu estatuto e isso não vai mudar”, imprimiu a ex-senadora.

Já entre os pontos que Marina e Eduardo convergem estão a economia brasileira e a luta pelo “fim do governo petista”. O tripé econômico – inflação, câmbio flutuante e superávit primário – tem feito estadia constante no discurso dos socialistas, mirando assim o governo de Dilma Rousseff (PT), que, segundo eles, “já está com o prazo terminando”. Na última semana, Marina elogiou os legados de FHC e Lula na área, "vamos preservar e defender a estabilidade econômica de FHC e a inclusão social de Lula", disse.

 

Candidata à presidência estadual do PT, a deputada Teresa Leitão lançou uma nota, nesta segunda-feira (14), criticando a postura de algumas tendências petistas – como a Construindo um Novo Brasil (CNB) liderada pelo senador Humberto Campos (PT) – de entregar os cargos do Governo Estadual. No texto, apoiado por várias outras correntes  internas da sigla, a parlamentar diz que “rechaça” esta e “outras iniciativas que diminuem o PT diante dos filiados”.

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De acordo com a petista, é preciso discutir a relação do partido com o PSB “de forma mais profunda” e não apenas com a entrega de cargos. Ela também comentou que a ruptura feita por parte de algumas tendências petistas, foi uma atitude aparte do “debate das instâncias estadual e nacional”.

Confira a nota na íntegra:

EM DEFESA DO PT

O processo de Eleições Diretas (PED) deve ser um espaço privilegiado de debate do projeto estratégico do PT, do modelo da gestão partidária e da interlocução com a sociedade e com a base militante do partido. É urgente contribuir com esse debate na perspectiva de convocar a militância para unir o PT, realizar um PED político e de repactuação interna e de dirigir para o protagonismo político e nacional.

O PED 2013 se realiza em uma complexa e dinâmica conjuntura política pela qual passa o Brasil. O PT e o nosso projeto nacional se colocam no centro de um processo que exige, antes de tudo, reflexão e compromisso partidário, defesa intransigente do nosso legado e repeito às instâncias partidárias e à base militante.

Para que o PED seja um processo realmente democrático, é preciso preservá-lo na sua essência: mobilizar o partido, animar a militância, discutir ideias, reavivar bandeiras de luta, dar ao filiado e a filiada condições de se inserir nos rumos da partido.

O que o PT está vivendo em nosso estado hoje tem explicações políticas, fruto de uma série de erros que não podem mais ser cometidos.

Fiquemos atentos ao roteiro: defende-se adiamento do PED na imprensa; foca-se o debate na entrega dos cargos no Governo do Estado e na Prefeitura do Recife; consegue-se uma reunião com Lula para o senador e dois dos deputados federais; fala-se com o presidente nacional do PT em grupo; volta-se a usar a imprensa para “vazar” a reunião que Lula pediu reserva; cria-se hipocritamente um clima de pressão ao partido pela entrega dos cargos, como se este debate não estivesse sendo feito e; finalmente, para coroar os atos de coragem extrema, um grupo de tendências “entrega” cargos em coletiva a imprensa, em detrimento ao debate das instâncias estadual e nacional para discutir a questão.

Queremos de forma veemente rechaçar esta e outras iniciativas anti- partidárias que diminuem o PT diante dos filiados(as) e da sociedade.

Queremos defender a qualificação da relação com a direção nacional, onde a instância estadual seja ouvida por inteiro e não por grupo de três pessoas.

Queremos afirmar a representatividade e legitimidade do PT e das suas instâncias decisórias.
Queremos discutir a relação com o PSB de forma mais profunda e não apenas com a entrega de cargos. Esta relação se espalha por vários municípios do Estado, não somente Recife, e se estende para a postura da bancada na Assembleia Legislativa. Para sair do governo devemos fazê-lo de forma altaneira, com o documento partidário, com estratégia política definida.

Por fim, reafirmamos que o nosso foco estratégico é, antes de tudo, a construção partidária, o resgate do protagonismo do PT, a reaproximação com os movimentos sociais, a defesa do nosso legado, a busca da unidade política.

Tudo isso tem o objetivo maior de assegurar a Dilma reais condições de disputa em Pernambuco, com um palanque a altura da identidade que o povo pernambucano tem com o seu governo federal.


Recife, 14 de outubro de 2013.


Teresa Leitão
Deputada Estadual do PT



Subscrevem:

Alternativa Socialista Democrática (ASD)
Coletivo Quilombo
Coletivo PT Militante
Coletivo Esporte e Lazer
Democracia Participativa
Democracia Socialista (DS)
Esquerda Socialista
Movimento Ação e Identidade Socialista (MAIS)
Movimento PT
Novos Rumos
Resgatando o PT do Interior à Capital
Organização Marxista (OM)
PT de Lutas e Massas (PTLM)

 

"A liberação do aborto representaria evitar um mal com outro mal", afirmou na quarta-feira (20) o representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Clóvis Bonfleur. "Isso nunca será a solução. É preciso formar a juventude, garantir o acesso à informação. Essas medidas, sim, é que podem proteger a mulher", observou.

Bonfleur também questionou a representatividade da decisão do CFM. "Isso não é a opinião da classe, pois certamente eles não ouviram todos os médicos", disse. "Essa é a posição apenas dos integrantes do colegiado."

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Para o representante da CNBB, o argumento de que a liberação do aborto protegeria mulheres economicamente menos privilegiadas é questionável. "Não há nada que prove que mulheres com recursos são submetidas ao procedimento com segurança, ficando o risco de vida apenas às mais pobres", completou.

A favor

"É um feito histórico", comemorou a presidente da organização Católicas pelo Direito de Decidir, Maria José Rosado. "Como essa manifestação, há tempo esperada e muito bem-vinda, o Conselho Federal de Medicina mostra que a descriminalização do aborto não é apenas uma pauta de feministas, mas da sociedade", disse. Ela acredita que o envio do documento para o Senado possa trazer novo fôlego para a discussão sobre o aborto no País. "Estamos falando de uma classe que lida cotidianamente com o problema. Há uma necessidade real: mulheres morrem, têm complicações por abortos mal realizados." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O suposto resgate de Rubens Paiva por terroristas em dois carros teria ocorrido em meio a tiroteio, às 4h de 22 de janeiro de 1971. Sem detalhes como locais por onde o preso e sua escolta teriam passado, diz o documento: "O Sr RUBEM (sic) não conseguiu identificar a casa e, ao regressarem, na pista de descida do Alto da Boa Vista, lado da Usina, o Volkswagen da equipe do DOI foi interceptado por dois outros Volks, um branco e outro verde ou azul-claro. Estes, violentamente, contornaram a frente do carro do DOI, cujos ocupantes (sic) dispararam as suas armas de fogo contra a Equipe. Esta abandonou o carro rapidamente, refugiou-se atrás de um muro e respondeu ao fogo".

O documento continua: "O Sr RUBEM fugiu pela porta da esquerda, atravessou a rua e abrigou-se atras de um poste, enquanto os elementos estranhos dispararam suas armas por trás dos seus carros sobre o carro do DOI. O carro do Destacamento incendiou-se. O Sr RUBEM correu para dentro de um dos carros que logo partiram em alta velocidade".

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A papelada do Arquivo Nacional sobre o ex-deputado Rubens Paiva e sua "fuga" inclui o resultado da perícia feita no carro incendiado de onde o ex-deputado teria fugido. O documento é assinado pelos então primeiro-tenente Armando Avolio Filho, comandante do Pelotão de Investigações Criminais, do 1.º Batalhão de Polícia do Exército (Batalhão Zenóbio da Costa), pelo terceiro-sargento perito Lucio Eugênio de Andrade e pelo comandante da unidade, coronel José Ney Fernandes Antunes. Aponta 18 perfurações, "com os bordos voltados para o interior" e diz que foram encontrados no local estojos de munição calibre 45.

Essa última afirmação contradiz outra dos próprios militares. No relatório de 22 de janeiro sobre a suposta fuga, o capitão Campos afirma que no momento em que a equipe do DOI saiu do carro, durante o suposto tiroteio, "foram deixados no seu interior dois carregadores de metralhadora 9 mm Beretta". Décadas depois, já como coronel, Avolio foi acusado de tortura. Ele negou a acusação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

O novo ministro do Trabalho, Brizola Neto, admitiu nesta quinta-feira que ainda há divergências internas no seu partido, o PDT, para a aceitação do seu nome para comandar a pasta. Embora a presidente Dilma Rousseff tenha demorado a anunciar o nome de Brizola Neto, na expectativa de um acordo na seara do PDT, a escolha não foi vista com bons olhos pela bancada na Câmara.

"Ainda existem pequenas diferenças desse processo todo, que ainda precisam ser equacionadas. Mas a verdade é que o partido hoje, em sua grande maioria, quase totalidade, está convencido do seu papel, do seu posicionamento no campo político nacional. Isso é muito maior do que pequenas divergências", afirmou o ministro a jornalistas, após cerimônia de posse no Palácio do Planalto.

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"O que tem que conduzir um partido não são preferências pessoais. O que conduz um partido é justamente os seus compromissos públicos, o seu programa partidário. E para nós é muito claro, e para a quase totalidade do PDT, é muito claro o seu papel em relação ao compromisso programático do que é o trabalhismo brasileiro."

Brizola Neto disse que, por enquanto, não há "nenhuma definição" quanto aos cargos do Ministério e que o importante é "cumprir o processo de transição".

Ao contrário do ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, Brizola Neto disse que é possível que saia ainda nesta quinta-feira a definição da redução do Imposto de Renda cobrado sobre a participação nos lucros e resultados (PLR) que os trabalhadores recebem. "Inclusive, qual o valor que ia ser cobrado, a alíquota do IR que ia ser cobrada desses valores acima de R$ 6 mil", disse o ministro.

Sobre a sucessão de denúncias envolvendo a pasta, Brizola Neto disse que nenhuma das denúncias atingiam o ex-ministro Carlos Lupi - presidente nacional do PDT que foi ejetado do cargo em dezembro passado - e até agora nada foi provado. "Vamos continuar todo processo de apuração e todas as denúncias continuarão a ser investigadas e apuradas", afirmou o novo ministro.

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