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Pernambuco tem mais templos religiosos do que escolas e unidades de saúde, somadas. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (2), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apresentou dados inéditos do Censo 2022, com coordenadas geográficas de endereços em todo o país. 

No total, o Censo levantou que há 24.931 estabelecimentos religiosos no estado, enquanto 9.477 são unidades de saúde e 13.373 são escolas. Portanto, com base nesses dados, é possível afirmar que para cada 2,6 templos religiosos, existe apenas uma unidade de saúde em Pernambuco. Seguindo a mesma lógica, existe 1,8 lugares voltados às religiões para cada escola no estado.   

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Confira os dados completos de Pernambuco abaixo: 

Domicílio particular: 4092295 

Domicílio coletivo: 2884 

Estabelecimento Agropecuário: 206911 

Estabelecimento de ensino: 13373 

Estabelecimento de saúde: 9477 

Estabelecimento com outras finalidades: 577168 

Edificação em construção: 193443 

Estabelecimento Religioso: 24931 

A discrepância, no entanto, não é exclusiva de Pernambuco. Os números de templos religiosos são maiores em todos os estados do Brasil, sempre ultrapassando os números de escolas e unidades de saúde. Os resultados do censo estão disponíveis no site do IBGE e no portal do panorama do Censo 2022

 

O mapa está disponível para consulta no site do IBGE. Foto: Reprodução/IBGE 

Sobre a coleta dos dados   

O Censo 2022 coletou 111,1 milhões de coordenadas geográficas, divididas em tipos específicos, chamados de espécies. Segundo o gerente do Cadastro de Endereços do IBGE, Eduardo Baptista, os recenseadores utilizaram um dispositivo móvel de coleta (DMC) para listar todos os endereços visitados. “Essas coordenadas eram coletadas durante a confirmação ou inclusão de endereços no cadastro do IBGE. O recenseador, durante o percurso no setor censitário, encontrava o endereço em uma lista prévia que já estava carregada no DMC. Ele confirmava aqueles que já existiam e estavam na lista e incluía os que não estavam. Após a inclusão ou confirmação de um endereço, o aplicativo do DMC registrava a coordenada geográfica daquela unidade visitada”, diz o gerente.   

A apuração aconteceu até o dia 28 de maio de 2023, com um intervalo para o tratamento e validação dos dados até 01 de agosto. 

 

O número de pessoas pardas no Brasil superou o de brancas pela primeira vez desde 1872. No ano passado, 92,1 milhões de pessoas se reconheciam pardas, enquanto 88,3 milhões, brancas. Os dados estão no Censo 2022 e foram divulgados nesta sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Entre os recenseamentos de 2010 e 2022, a população branca caiu de 47,7% para 43,5%, deixando de ser majoritária. Por outro lado, os pardos aumentaram a participação de 43,1% para 45,3%. 

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A população preta saltou de 7,6% para 10,2%. Em 2022 eram 20,7 milhões de pessoas. A raça indígena também aumentou a participação no total de habitantes do país, de 0,4% para 0,6%, alcançando 1,7 milhão.

Além da população branca, a amarela também apresentou recuo, de 1,1% para 0,4%, somando 850 mil pessoas. 

Critérios

O IBGE tem como padrão agrupar as pessoas em cinco categorias, de acordo com a raça ou cor: branca, preta, amarela (de origem oriental), parda (inclui quem se identifica com a mistura de duas ou mais cores, exceto amarela) e indígena. A coleta de dados é feita por meio de autodeclaração.

É uma percepção que a pessoa tem dela mesma. As pessoas usam a questão da cor da pele, da aparência, questões socioeconômicas”, explica o pesquisador do IBGE Leonardo Athias. 

O instituto explica que utiliza o conceito de raça como categoria socialmente construída na interação social e não como conceito biológico.

Outra ressalva feita pelo estudo é que a população indígena no recenseamento é composta pelas pessoas que se declaram indígenas no quesito de cor ou raça – independentemente de viverem em terra indígena - e também pelas que se consideram indígenas, mesmo se identificando com outra das quatro cores. Por exemplo, uma pessoa parda que mora em um território indígena e se considera parte da comunidade. 

Assim, enquanto o Censo identifica 0,6% da população (1,2 milhão) como sendo da raça indígena, a população indígena é estimada em 0,8% (1,7 milhão).  

Trajetória histórica

Quando o primeiro censo foi realizado, em 1872, a população parda (38,3%) era levemente superior à branca (38,1%). Ao longo das décadas, a população branca foi se tornando majoritária até alcançar o pico de 63,5% em 1940 e entrar em tendência decrescente.

Censo 2022 - Por cor ou raça - Arte Agência Brasil

Também em 1940, os pardos atingiram a menor participação, 21,2%. Desde então, seguiram trajetória de crescimento até virarem majoritários em 2022 - apesar de recuo entre 1991 e 2000.

A população preta somava 19,7% dos habitantes em 1872 e apresentou seguidas perdas de participação até 1991, quando chegou à menor marca, 5%. Desde então, mais que dobrou até o Censo 2022, 10,2%. 

O pesquisador Leonardo Athias explica que as mudanças no perfil da população não ocorrem apenas pela questão demográfica, ou seja, nascimento ou morte de pessoas. Mas também por outros fenômenos. 

“Essas variações têm a ver com a percepção. Cor ou raça é uma percepção que as pessoas têm de si mesmas. É um processo relacional, tem a ver com contexto socioeconômicos, contextos das relações interraciais. É sempre importante a gente frisar a multidimensionalidade do fenômeno”, contextualiza. 

“Mostra toda essa diversidade, variabilidade no tempo, no espaço, em relação ao pertencimento racial no Brasil”, completa. 

2010 a 2022

Ao analisar a tendência mais recente no perfil étnico-racial da população brasileira, entre os recenseamentos de 2010 e 2022, a população preta apresenta 42,3% de crescimento proporcional, seguida pela parda (11,9%). A indígena teve a maior evolução percentual, 89%, sendo que na região da Amazônia Legal, o crescimento foi de 100%.  

Para efeito de comparação, a população brasileira como um todo cresceu 6,5%. Brancos (-3,1%) e amarelos (-59,2%) apresentaram quedas. 

Regiões

Os dados do IBGE apresentam recortes por regiões, estados e municípios. No Sul e no Sudeste, a população branca é majoritária, chegando a 72,6% no Sul. 

Já o Norte, o Nordeste e o Centro-Oeste têm maioria parda, com destaque para o Norte, com proporção de 67,2%. 

Entre os estados, o Rio Grande do Sul apresenta a maior proporção de brancos, 78,4%. O Pará tem o maior índice de pardos, 69,9%.  

A Bahia é o estado com maior percentual de pretos, 22,4%. Roraima tem a maior participação de indígenas (14,1%), e São Paulo é onde os amarelos são mais numerosos, 1,2% dos habitantes do estado. 

Municípios

A região Sul, São Paulo e a parte sul de Minas Gerais é onde existem mais municípios com população predominantemente branca. As cidades com maior participação de brancos entre seus habitantes são as gaúchas Morrinhos do Sul e Forquetinha, com 97,4% e 97,2% respectivamente. ((temos arte de mapa))

Crescimento da população brasileira - Censo 2022 - Arte/Agência Brasil

As demais regiões do país são compostas por municípios com população de maioria parda, com exceções, principalmente, em áreas de fronteira na região Norte e no sudeste do Pará, onde se destacam os indígenas. 

"Tem uma concentração no norte de Roraima, mas também no Vale do Rio Negro e o Alto Solimões", exemplifica o pesquisador do IBGE Fernando Damasco. 

Uiramutã, em Roraima; e Santa Isabel do Rio Negro, no Amazonas, são os municípios com maior participação de indígenas entre os habitantes, 96,6% e 96,2%. 

Em todos os 5.570 municípios brasileiros, apenas nove têm população majoritariamente preta. São oito na Bahia (Antônio Cardoso, Cachoeira, Conceição da Feira, Ouriçangas, Pedrão, Santo Amaro, São Francisco do Conde e São Gonçalo dos Campos) e um no Maranhão - Serrano do Maranhão, com 58,5%.  

Em valores absolutos, os municípios com mais pretos são, na ordem, São Paulo (1,16 milhão), Rio de Janeiro (968 mil) e Salvador (825 mil). Entre as dez cidades com mais população preta absoluta, a única que não é capital é a baiana Feira de Santana, com 180 mil pessoas. 

Idade

Os dados coletados pelos recenseadores revelam que entre 2010 e 2022, a presença de pardos cresceu em todos os grupos de idade pesquisados. Por outro lado, a população branca teve redução em todas as faixas etárias.

O IBGE apresenta ainda o índice de envelhecimento – número de pessoas com 60 anos ou mais em relação a um grupo de 100 pessoas de até 14 anos. Quanto maior o indicador, mais envelhecida é a população. 

Enquanto no Brasil como um todo a relação é de 80 idosos para cada 100 jovens, a população amarela apresenta 256,5 para cada 100 jovens. Em seguida aparecem os pretos, com indicador de 108,3. Brancos (98), pardos (60,6) e indígenas (35,6) completam a sequência.

Sexo

O Censo 2022 faz também uma relação entre cor e sexo. O Brasil tem 94,2 homens para cada 100 mulheres. Entre a população preta, essa relação se inverte, sendo 103,9 homens para cada 100 mulheres.

Pardos (96,4) e indígenas (97,1) também apresentam razão de sexo acima da média nacional. Entre brancos e amarelos o indicador é de 89,9 e 89,2, respectivamente. 

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai inserir perguntas sobre orientação sexual e identidade de gênero a partir de janeiro em todas as pesquisas que tenham entrevistas diretamente com informantes pessoa física, afirmou Cimar Azeredo, diretor de Pesquisas do órgão estatístico.

"A partir de janeiro, todas as pesquisas do IBGE que falam com pessoas vão incluir perguntas sobre identidade de gênero e orientação sexual", garantiu Azeredo, durante a divulgação dos dados populacionais do Censo Demográfico 2022 por idade e sexo.

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"Nós formamos um grupo de trabalho, fizemos um teste na Escola Nacional de Ciências Estatísticas. Foi para testar o questionário que a gente iria aplicar na Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde. Apesar de rotina, a partir de janeiro, a coleta já começa levantando perguntas sobre orientação sexual e identidade de gênero. A Pesquisa Nacional de Saúde Escolar vai levar perguntas sobre orientação sexual e identidade de gênero. A Pesquisa Nacional de Saúde do ano que vem vai inserir a pergunta de orientação sexualidade de gênero. A pesquisa de orçamento familiar vai levar as perguntas de orientação sexual e identidade de gênero", enumerou.

Segundo ele, as perguntas "vão se modificando" à medida que o IBGE for adquirindo experiência no tratamento do assunto com os informantes.

O pesquisador lembrou que o IBGE já testou uma pergunta sobre orientação sexual na Pesquisa Nacional de Saúde, que foi divulgada como estatística experimental, mas o retorno foi aquém do esperado.

"Deu um número muito abaixo do que a gente tinha expectativa", disse ele.

As dificuldades na coleta desse tipo de informação pessoal e sensível, somadas à necessidade de testes metodológicos para tratamento do assunto, fizeram o instituto não inserir a pergunta sobre orientação sexual e identidade de gênero no Censo Demográfico.

O órgão estatístico chegou a ser acionado na Justiça no ano passado, ocasião em que defendeu o argumento técnico sobre a questão. O Censo Demográfico 2022 traz informações sobre o sexo da população atribuído na hora do nascimento.

Em 2022, Pernambuco chegou aos 9.058.155 habitantes, de acordo com o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o último ano. O número representa 4,46% do total da população brasileira. Os primeiros resultados da operação, com informações sobre os números de população e de domicílios do estado, foram divulgados na manhã desta quarta-feira (28).  

O estado mantém sua posição como o sétimo mais populoso do país em comparação ao Censo 2010, sendo também o segundo mais populoso do Nordeste, atrás apenas da Bahia. Em 2010, a população pernambucana era de 8.796.448 habitantes. A taxa de crescimento geométrica de 2010 até 2022 foi de 0,24% ao ano. 

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Os dez municípios mais populosos de Pernambuco, de acordo com o Censo 2022, são Recife (1.488.920 habitantes), Jaboatão dos Guararapes (643.759), Petrolina (386.786), Caruaru (378.052), Olinda (349.976), Paulista (342.167), Cabo de Santo Agostinho (203.216), Camaragibe (147.771), Garanhuns (142.506) e Vitória de Santo Antão (134.110). Igarassu, na 11ª posição, com 115.196 moradores, e São Lourenço da Mata, em 12º lugar, com 111.243 residentes, completam a lista de municípios pernambucanos com mais de 100 mil habitantes.  

A cidade pernambucana com maior aumento de população em números absolutos foi Petrolina, que passou de 293.962 para 386.786 habitantes de um censo para outro, um aumento de 31,6%. A localidade era a sexta mais populosa do estado em 2010 e passou para o terceiro lugar em 2022. O município foi o 16º do país com maior crescimento absoluto. 

Caruaru, por sua vez, teve o segundo maior aumento populacional do estado em números absolutos. O saldo positivo foi de 63.140 habitantes, ou 20,1% de moradores a mais desde 2010, quando havia 314.912 residentes no município.  

Os municípios com menor população no estado no Censo 2022 são Itacuruba (4.284 pessoas), Ingazeira (4.768), Solidão (5.210) e Calumbi (5.228). Incluído nessa lista está o Distrito Estadual de Fernando de Noronha, com 3.167 habitantes. 

Dos 184 municípios de Pernambuco, 97 municípios e o Distrito Estadual de Fernando de Noronha apresentaram aumento populacional em 2022 em relação a 2010, totalizando um crescimento estadual de 3% ou 261.707 habitantes. 

Recife e Olinda têm maior densidade populacional 

A densidade demográfica de Pernambuco é a sexta maior do Brasil, com 92,37 habitantes por quilômetro quadrado. Olinda é a sétima cidade mais densamente povoada do país e a primeira do estado, com seus 349.976 habitantes distribuídos em 41,3 km², o equivalente a 8.474 habitantes/km².  

O Recife é a 12ª cidade brasileira mais densamente povoada e a segunda no estado, com 6.803,6 habitantes/km². Já a cidade menos densamente povoada de Pernambuco é Parnamirim, no sertão, com 7,13 habitantes/km², bem abaixo da média nacional, de 23,86 habitantes por quilômetro quadrado. 

 

O número de lares aumentou mais nos últimos 12 anos do que o de habitantes no País. As famílias ficaram mais enxutas, com menos gente vivendo sob o mesmo teto, na média geral da população, segundo os dados do Censo Demográfico 2022, divulgados nesta quarta-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Brasil chegou à marca de 90,688 milhões de domicílios no ano passado. O resultado significa um salto de 34% em relação aos 67,570 milhões de lares encontrados no Censo 2010, o equivalente a 23,118 milhões de lares a mais em pouco mais de uma década. No mesmo período, a população brasileira cresceu 6,5%.

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"A gente não pode dizer que existe relação com qualquer outra coisa. O que a gente observa aqui é que a população aumentou, mas aumentou proporcionalmente muito mais a quantidade de domicílios, principalmente domicílios não ocupados", disse o coordenador técnico do Censo, Luciano Duarte, quando questionados sobre eventuais motivos para o fenômeno.

O número de domicílios aumentou em todos os Estados e no Distrito Federal entre os Censos 2010 e 2022. O município de São Paulo, o mais populoso, concentrava o maior número de lares: 4,9 milhões, um crescimento de 27% ante 2010.

No conjunto de unidades domiciliares recenseadas em 2022, 90,6 milhões eram domicílios particulares permanentes, outros 66 mil domicílios particulares improvisados e mais 105 mil domicílios coletivos.

Entre os domicílios particulares permanentes, 72,447 milhões estavam ocupados em 31 de julho de 2022, data de referência do Censo Demográfico, enquanto 18,070 milhões estavam desocupados. Os domicílios ocupados aumentaram 26% em relação a 2010, e os não ocupados avançaram 80%.

Os lares desocupados foram divididos em duas categorias: ou estavam vagos ou eram de uso ocasional, o que inclui imóveis de veraneio. Os domicílios vagos totalizaram 11,4 milhões em 2022, aumento de 87% em relação a 2010, enquanto os de uso ocasional cresceram 70%, para um total de 6,7 milhões.

O presidente interino do IBGE, Cimar Azeredo, contou que o instituto usou durante a coleta informações sobre o consumo de energia de domicílios em áreas consideradas mais turísticas ou de veraneio para conferir a predominância de imóveis de uso ocasional. Ele lembra que o trabalho remoto durante a pandemia de covid-19 pode ter alterado a quantidade de domicílios de uso ocasional em determinados locais, com migração de parte da população de áreas urbanas para locais de veraneio.

"Isso pode ter aumentado (em alguns locais), isso pode ter diminuído em alguns lugares", disse Azeredo. "Esse esvaziamento urbano pode ter se dado em função disso, e pode ter reduzido até o número de domicílios que são considerados de uso ocasional em outros locais."

A redução da média de moradores por domicílio entre 2010 e 2022 ajudaria a explicar o avanço no número de lares, afirmou o diretor de Geociências do IBGE, Claudio Stenner. A média de moradores caiu de 3,31 pessoas por domicílio no Censo de 2010 para 2,79 pessoas em 2022.

"Então, para abrigar essa população, você precisa de mais domicílios. Esse processo é contínuo, não é novo agora, já há algum tempo a gente vem verificando isso. Cada vez a média de moradores por domicílio é menor. Então isso explica parte do crescimento dos domicílios de maneira tão expressiva. O restante é quantidade maior de domicílios vagos e de domicílios de uso ocasional", disse Stenner.

A densidade demográfica do País foi estimada em 23,8 habitantes por quilômetro quadrado, porém com ocupação desigual entre as regiões. No Norte, que tem área de 3.850.593 km?, ou 45,2% do território brasileiro, a densidade é de 4,5 habitantes por quilômetro quadrado. No Sudeste, região mais populosa, a média é de 91,8 habitantes por quilômetro quadrado.

Os municípios de Taboão da Serra (SP), Diadema (SP), São João de Meriti (RJ), Osasco (SP), Carapicuíba (SP) e São Caetano do Sul (SP) eram os seis únicos municípios brasileiros com densidade populacional superior a 10 mil habitantes por quilômetro quadrado.

O Censo 2022 mostra que a população do Brasil atingiu 203.062.512 pessoas, com aumento de 12,3 milhões desde a última coleta, feita para o Censo 2010. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A diferença, de 6,5%, significa que o crescimento médio da população nos últimos anos foi de 0,52%, o menor registrado no país desde 1872, quando foi realizado o primeiro censo do país.

Os dados têm como data de referência o dia 31 de julho de 2022 e fazem parte dos primeiros resultados de População e Domicílios do Censo Demográfico 2022. Segundo o IBGE, eles “apresentam um conjunto de informações básicas sobre os totais populacionais de domicílios no país em diferentes níveis geográficos e diferentes recortes, além de diversos indicadores derivados dessas informações, como a média de moradores por domicílio, a densidade demográfica e a taxa de crescimento anual da população”.

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Regiões

Com 84,8 milhões de habitantes, a Região Sudeste se manteve como a mais populosa. O total de habitantes equivale a 41,8% da população do país. Na sequência estão o Nordeste (26,9%), Sul (14,7%) e o Norte (8,5%). A região menos populosa é a Centro-Oeste, com 16,3 milhões de habitantes ou 8,02% da população do país.

Se levar em conta a comparação dos censos demográficos de 2010 e 2022, o crescimento anual da população não ocorreu de maneira uniforme entre as grandes regiões. Embora seja menos populoso, o Centro-Oeste registrou maior crescimento, resultando em taxa média de 1,2% ao ano nos últimos 12 anos.

“Na composição da taxa de crescimento anual, por região, observamos que o Norte, que mais crescia entre o Censo 1991 e 2000 e entre 2000 e 2010, perde o posto para o Centro-Oeste que, nesta década, ao longo dos últimos 12 anos, registrou crescimento de 23% ao ano”, disse o gerente técnico do Censo 2022, Luciano Tavares Duarte, em entrevista para apresentação dos resultados.

Os menores crescimentos populacionais ficaram com o Nordeste e o Sudeste. A taxa é menor que a média do Brasil, de 0,52% ao ano.

“Seguindo a tendência histórica de redução de crescimento da população total, as taxas calculadas para as cinco grandes regiões são mais baixas que aquelas estimadas para os dois períodos intercensitários anteriores”, observou o IBGE.

Estados

São Paulo, Minas Gerais e o Rio de Janeiro são os três estados mais populosos do país e concentram 39,9% da população. “Só o estado de São Paulo, com 44 milhões 420 mil 459 pessoas recenseadas, representando 21%, representa um quinto da população”, mostrou o gerente.

Na sequência ficaram a Bahia, o Paraná e Rio Grande do Sul. Em sentido oposto estão os estados localizados na fronteira norte do Brasil., entre eles Roraima, que segue como o estado menos populoso (com 636 303 habitantes), seguido do Amapá e do Acre. O Censo 2022 mostra ainda que 14 estados e o DF tiveram taxas médias de crescimento anual acima da média nacional (0,52%) entre 2010 e 2022.

Apesar de ser o menos populoso, o estado com maior crescimento populacional foi Roraima, onde a taxa de crescimento média anual chegou a 2,92% no período, único a superar a marca dos 2% ao ano.

Domicílios

Houve aumento também no número de domicílios do país. Conforme o Censo 2022, a alta é de 34% ante o Censo 2010, totalizando 90,7 milhões. As unidades domiciliares foram classificadas na pesquisa atual em categorias, de acordo com sua espécie. O critério levou em consideração a situação de seus moradores na data de referência da operação. As categorias são domicílios particulares permanentes ocupados, domicílios de uso ocasional, domicílios vagos, domicílios particulares improvisados ocupados e domicílios coletivos com moradores e sem moradores.

A intenção da operação censitária é coletar as informações das pessoas moradoras nos domicílios. No entanto, nem sempre, no momento da visita, o recenseador consegue fazer as entrevistas ou porque os moradores se recusam a responder ou porque não há ninguém no imóvel naquele momento. Nesses casos, a partir da Contagem Populacional 2007, o IBGE passou a incluir a imputação de moradores em domicílios ocupados sem entrevista realizada. Países como Austrália, Canadá, Estados Unidos, México e Reino Unido também adotam esse método.

Os domicílios particulares permanentes vagos cresceram 87% e atingiram 11,4 milhões. Já os de uso ocasional, em 12 anos, aumentaram 70%, chegando a 6,7 milhões. Desde 2010, os domicílios particulares permanentes ocupados aumentaram 26% e os não ocupados, 80%. “Existe uma diferença no crescimento entre os domicílios que estavam habitados e os não habitados, aumentando de 10 milhões para 18 milhões”, disse o gerente.

“O vago é o domicílio que está para alugar ou para vender, efetivamente vazio, e o ocasional, em sua maioria, é composto por domicílios de veraneio. A gente teve um aumento tanto nos domicílios que estão vazios, quanto nos que são utilizados para veraneio”.

No total de unidades domiciliares recenseadas em 2022, 90,6 milhões eram domicílios particulares permanentes, 66 mil domicílios particulares improvisados e 105 mil domicílios coletivos. A média de moradores por domicílio no país é de 2,79 pessoas. Esse resultado representa queda em relação ao Censo de 2010. Naquela época, a média era de 3,31 moradores por domicílio.

Ainda de acordo com o Censo 2022, entre os permanentes, 72,4 milhões ou 80% estavam ocupados. Mesmo com o avanço do número absoluto de domicílios particulares permanentes ocupados, frente a 2010, a proporção de ocupação dos domicílios particulares permanentes recuou. Segundo o IBGE, em 2010 havia 57,3 milhões de domicílios particulares permanentes ocupados, o que representa 85,1% do total de domicílios particulares permanentes.

Por regiões, o Censo 2022 mostrou variações na ocorrência proporcional de domicílios particulares permanentes vagos. Enquanto na Norte ficou em 12,6%, no Nordeste foi 15,0%, no Sudeste 11,9%, no Sul 10,5% e no Centro-Oeste 12,6%. “A Região Nordeste se destaca como a de mais elevado percentual, assim como ocorreu em 2010, sobretudo em municípios localizados no interior. Os estados com maior e menor percentual de domicílios particulares vagos foram, respectivamente, Rondônia (com 16,7%) e Santa Catarina (8,8%)”.

Densidade demográfica

A densidade demográfica do país na última pesquisa censitária foi estimada em 23,8 habitantes por quilômetro quadrado (km²).De acordo com o IBGE, esse número continua desigual entre as regiões. “No Norte, que tem área de 3 850 593 km², ou 45,2% do território do país, a densidade é de 4,5 habitantes/km². Já na região mais populosa, o Sudeste, a média é de 91,8 habitantes por quilômetro quadrado”, relatou o órgão.

A densidade domiciliar, que é representada pela relação entre moradores nos domicílios particulares permanentes ocupados e o número de domicílios particulares permanentes ocupados, recuou 18,7% no período censitário de 2022, índice mais acentuado que os 13,5% notificados entre os censos 2000 e 2010, passando de 3,3, em 2010, para 2,8, em 2022.

A maior densidade domiciliar (3,3 moradores por domicílio) foi registrada na Região Norte, enquanto a Sul foi a menor (2,6 moradores por domicílio). No contexto estadual, as médias oscilam entre 2,5, no Rio Grande do Sul, e 3,6, nos estados do Amazonas e Amapá. “Apenas sete estados têm média de moradores por domicílio maior ou igual a 3: os já citados Amazonas e Amapá, Roraima, Pará, Maranhão, Acre e Piauí”, informou o IBGE.

Ao todo, foram aplicados 62.388.143 questionários básicos, o que representou 88,9%. Nesse questionário havia 26 quesitos e o tempo de aplicação era de seis minutos. Já o ampliado levava 16 minutos e tinha 77 questões. Nesse modelo foram 7.772.064, ou 11,1%.

Previsto para ser lançado na próxima quarta-feira (28), o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) esteve a um passo de ser comprometido. A falta de apoio para acesso dos recenseadores a áreas remotas ou carentes e resistência de alguns cidadãos abastecidos por notícias falsas por pouco fizeram o equivalente a quase um estado do Rio de Janeiro deixar de ser contado.

  Ao longo dos últimos três meses, sucessivos mutirões do IBGE e do Ministério do Planejamento conseguiram reverter a situação. Uma série de forças-tarefas incluiu, de última hora, 15,9 milhões de brasileiros no censo. Ao todo, foram três operações especiais. A primeira buscou alcançar brasileiros na Terra Indígena Yanomami, que nunca tinham sido recenseados. As outras procuraram reduzir a taxa de não resposta em dois ambientes opostos, mas com resistência a recenseadores: favelas e condomínios de luxo. 

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“Nesta semana, vamos deixar para trás informações de 13 anos atrás, do Censo de 2010. Para formular políticas públicas, conhecer as demandas da população e atuar em emergências, precisamos de informações atualizadas. O recenseamento é essencial para conhecer quem somos, quantos somos e como somos hoje. Não como éramos”, diz o assessor especial do Ministério do Planejamento, João Villaverde. 

Indígenas

Realizado em março, o recenseamento na Terra Indígena Yanomami incluiu 26.854 indígenas no censo, dos quais 16.560 em Roraima e 10.294 no Amazonas. O mutirão foi essencial para atualizar a população indígena no Brasil, estimada em 1,65 milhão de pessoas segundo balanço parcial apresentado em abril. O número completo só será divulgado em julho, quando o IBGE apresentará um balanço específico do Censo 2022 para a população indígena. 

A operação na Terra Yanomami foi complexa, mas conseguiu, pela primeira vez na história, recensear 100% da etnia no território. Por envolver dificuldades de acesso a aldeias aonde só se chega de helicóptero, o mutirão foi coordenado por cinco ministérios e reuniu 110 servidores federais dos seguintes órgãos: Polícia Rodoviária Federal, que forneceu os helicópteros; Ministério da Defesa, que forneceu o combustível; guias do Ministério dos Povos Indígenas; servidores da Secretaria de Saúde Indígena da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai); além dos próprios recenseadores do IBGE. 

Realizado de 7 a 30 de março, o mutirão foi necessário porque o recenseamento tradicional não conseguia chegar a todas as aldeias yanomami. Por causa das operações para retirar os garimpeiros e do remanejamento de helicópteros para as ações de resgate humanitário, o censo teve de reduzir o ritmo em fevereiro, quando cerca de apenas 50% da população do território havia sido contabilizada.

  Favelas

Nas favelas, o censo esbarrava em outras dificuldades. Além da falta de segurança em alguns locais, muitos moradores não queriam abrir a porta para o recenseador porque tinham recebido falsas notícias de que teriam benefícios sociais cancelados.

Outro problema, principalmente em áreas mais densas, era a falta de endereços nas comunidades. Muitas vezes, os recenseadores não tinham informação sobre novas moradias surgidas nos últimos anos, como puxadinhos e lajes num mesmo terreno. 

“O que impedia a entrada dos recenseadores na favela era a falta de conexão dos recenseadores e do Poder Público com as pessoas que moram lá. Além disso, havia a falta de conscientização das pessoas por falta de uma explicação que alcançasse os moradores das favelas da importância do censo e de respostas sinceras e objetivas”, analisa o Marcus Vinicius Athayde, diretor do Data Favela e da Central Única adas Favelas (Cufa), que auxiliou o IBGE no mutirão. 

O mutirão começou no fim de março, com o lançamento de uma campanha na Favela de Heliópolis, em São Paulo, do qual participou a ministra do Planejamento, Simone Tebet. A operação ocorreu em 20 estados e registrou aglomerados subnormais (nomenclatura oficial do IBGE para favelas) em 666 municípios. O número de habitantes só será conhecido em agosto, quando o IBGE divulgará um recorte do Censo 2022 para as favelas. 

Segundo Athayde, a Cufa ajudou primeiramente por meio de uma campanha chamada Favela no Mapa, que usou as lideranças estaduais da entidade para conscientizar os moradores de favelas da importância de responder ao censo. Em seguida, a Cufa recrutou moradores de favelas e lideranças locais para atuarem como recenseadores e colherem os dados das comunidades onde moram. Também houve mutirões de respostas em eventos comunitários. 

“Responder ao censo traz benefícios de volta para o morador da favela, para seus vizinhos, para sua família, na medida em que o governo e as políticas públicas atuarão de forma mais adequada para essa população”, destaca Athayde. 

Condomínios

Por fim, o último flanco de resistência a recenseadores concentrava-se em condomínios de luxo, principalmente em três capitais: São Paulo, Rio de Janeiro e Cuiabá.

“Historicamente, a taxa de não resposta, que é o morador que não atende ao recenseador, fica em torno de 5%. Isso em todos os países que fazem censo. Nessas três cidades, a taxa estava em 20% em condomínios de alto padrão”, conta Villaverde, do Ministério do Planejamento. 

No Censo 2022, a média nacional de não respostas estava em 2,6% segundo balanço parcial divulgado em janeiro. No estado de São Paulo, alcançava 4,8%, principalmente por causa da recusa de moradores de condomínios de renda elevada. 

Para contornar os problemas, o Ministério do Planejamento e o IBGE promoveram uma campanha maciça em redes sociais. Parte das inserções foi direcionada a sensibilizar porteiros, que obedecem a regras restritas para entrada de estranhos. Outra parte esclareceu que síndicos não têm o poder de proibir o morador de receber o IBGE.

“Muitas pessoas queriam atender ao censo, mas não sabiam que o recenseador não tinha vindo porque o síndico vetava”, recordou Villaverde. Também houve reportagens de quase 10 minutos em televisões locais sobre o tema. 

Segundo o assessor especial do Planejamento, a mobilização foi um sucesso.

“Em uma dessas três capitais, conseguimos reduzir a taxa de não resposta para menos de 5% em condomínios de alta renda”, diz. A operação para os condomínios começou em 14 de abril e estendeu-se até 28 de maio, último dia de coleta de dados para o Censo 2022. 

Entraves

A realização do Censo 2022 enfrentou diversos entraves. Inicialmente previsto para 2020, o recenseamento foi adiado por causa da pandemia de covid-19. Em 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) obrigou o governo anterior a realizar o censo em 2022.  Na época, o Ministério da Economia autorizou R$ 2,3 bilhões para o censo, mesmo orçamento de 2019 que desconsiderava a inflação acumulada em dois anos. Com a coleta de dados iniciada em 1º de agosto, o Censo 2022 inicialmente estava previsto para encerrar-se em outubro do ano passado. Com dificuldades para a contratação, o pagamento e a manutenção de recenseadores, o fim do censo foi primeiramente adiado para fevereiro deste ano. 

Com falta de verba e alta proporção de não recenseados, o governo atual decidiu fazer uma suplementação orçamentária de R$ 259 milhões ao IBGE. O Ministério do Planejamento também decidiu seguir a recomendação do Conselho Consultivo do IBGE, formado por ex-presidentes do órgão, demógrafos e acadêmicos, e estender a coleta de dados até o fim de maio. Em abril, uma série de remanejamentos internos no órgão evitou um novo pedido de verbas pelo IBGE. 

Desde 29 de maio, o IBGE está rodando os dados, para a divulgação na próxima quarta-feira. “No início do ano, o ministério tomou a difícil decisão de seguir 100% das recomendações do Conselho Consultivo porque os dados colhidos até então não garantiam a qualidade do censo. Agora, com as operações especiais e o tempo extra de coleta, temos a certeza de que o recenseamento está robusto e em linha com os parâmetros internacionais de qualidade”, diz Villaverde.

O Brasil tem 11.403 favelas, onde vivem cerca de 16 milhões de pessoas, em um total de 6,6 milhões de domicílios, segundo uma prévia dos dados do Censo Demográfico 2022, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado significa uma expansão de cerca de 40% no número de brasileiros morando em favelas nos últimos 12 anos. O Censo Demográfico de 2010 tinha contado 11,426 milhões de habitantes em favelas naquele ano.

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A favela mais populosa do País atualmente é a Sol Nascente, em Brasília, com 87.184 moradores. A carioca Rocinha, que liderava o ranking em 2010, ficou em segundo lugar em 2022, com 67.199 moradores. Em terceiro lugar, figurou Cidade de Deus/Alfredo Nascimento, em Manaus, com 55.361 pessoas, seguida por Rio das Pedras, no Rio de Janeiro, com população estimada em 54.793.

O instituto pondera que os dados referentes a 2022 são preliminares, "sujeitos a revisões até a divulgação dos resultados definitivos" do Censo Demográfico, atualmente ainda em campo.

O IBGE comunicou que está fechando parcerias com a Central Única de Favelas (Cufa) e diversas associações de moradores para completar o recenseamento dos domicílios localizados em favelas de todo o País. A Prefeitura do Rio de Janeiro também informou nesta sexta-feira, 17, que participaria, através do Instituto Pereira Passos, de uma "força-tarefa para auxiliar na reta final da contagem populacional nas favelas cariocas do Censo Demográfico 2022".

"Agentes e ex-agentes de Territórios Sociais, programa do município e ONU-Habitat que atua na identificação de famílias em situação de vulnerabilidade social, ajudarão a reduzir o porcentual de domicílios que não responderam ao Censo nos aglomerados subnormais da cidade, que está em torno de 9%", divulgou a Prefeitura, em nota à imprensa.

Apesar do anúncio oficial feito pelo IBGE de que o Censo Demográfico 2022 havia encerrado a coleta, recenseadores ainda estão em campo tentando reduzir a proporção de não recenseados na população. No que deveria ser a etapa de apuração e conferência de informações prestadas, trabalhadores contratados pelo instituto têm tentado ampliar a cobertura com visitas a mais domicílios. Há Estado com mais de 20% da população ainda não recenseada.

Até o último dia 15 de março, 190,523 milhões de brasileiros tinham sido recenseados, o equivalente a aproximadamente 89,3% da população, segundo a prévia estimada pelo IBGE e enviada ao Tribunal de Contas da União (TCU), no fim de 2022.

No Amapá, 20,8% da população não tinha sido ainda recenseada. Em São Paulo, ainda faltava recensear 16% dos habitantes, e no Rio de Janeiro, 15,1%. Outros estados com lacunas de dois dígitos no recenseamento são Rondônia (17,3% da população não recenseada), Espírito Santo (13,4%), Tocantins (11,8%), Pará (11,7%), Acre (11,6%) e Distrito Federal (13,9%).

Os Estados com maior cobertura foram Santa Catarina (98,1% da população recenseada), Piauí (97,2%), Paraíba (95,8%) e Roraima (94,5%).

O IBGE tem alertado sobre a dificuldade de recenseamento em residências de alta renda, mas a força-tarefa em favelas mostra que há lacunas também nas demais faixas de rendimentos. Moradores têm recebido notificações com ameaças de multa por não terem respondido ainda ao levantamento.

A coleta do Censo, iniciada em 1º de agosto de 2022, se estenderia inicialmente até o fim de outubro do ano passado. Após uma série de dificuldades para contratação, pagamento e manutenção de recenseadores atuando no trabalho de campo, o prazo foi prorrogado sucessivas vezes. A coleta tem como data de referência as condições em que vivia a população brasileira no dia 31 de julho de 2022.

"Correndo tudo como planejado, o IBGE tem previsão de divulgar os primeiros resultados do Censo no final de abril", informou o IBGE ao Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado).

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira, 28, a estimativa para a população atual do Brasil, com base nos dados prévios do Censo 2022, que ainda está na fase de coleta de informações. O número de habitantes é de 207.750.291, abaixo do total de 213 milhões projetado pelo próprio órgão federal no ano passado. Mas o que explica essa diferença? Mais de 5,2 milhões de brasileiros desapareceram?

Segundo o diretor de Pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo, eventuais problemas nos censos anteriores, as mortes causadas pela pandemia de covid-19 e a defasagem em relação ao Censo 2010 são alguns dos motivos por trás da diferença entre a estimativa de 2021 e a informada nesta quarta-feira.

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Pelo calendário tradicional do IBGE, a mais completa pesquisa populacional do País é realizada a cada dez anos, com uma contagem populacional, mais simples, no meio do período. Mas a atualização prevista para 2015 não foi feita, diante de restrições orçamentárias. Para piorar, o Censo 2020 foi postergada por causa da crise sanitária do coronavírus. Após sucessivos adiamentos e problemas orçamentários, a pesquisa foi finalmente confirmada para este ano.

De acordo com Azeredo, essa discrepância já ocorreu outras vezes. "No Censo de 1980, tínhamos um 'Maranhão' a menos", afirma o diretor do IBGE. Os primeiros dados definitivos do Censo, conforme o instituto, devem ser divulgados apenas em março. A etapa de coleta de dados também sofreu atrasos.

"A pandemia aumentou a mortalidade e diminuiu a natalidade", afirma José Eustáquio Diniz Alves, professor aposentado da Escola Nacional de Ciências Estatísticas, ligada ao IBGE. Além dos óbitos - foram 693 mil em menos de três anos -, muitos casais adiaram a gravidez, com medo do cenário incerto e das dificuldades de acesso aos serviços de saúde, como o pré-natal.

"Todas as projeções são feitas com base no Censo de 2010. Se tivéssemos feito ao menos a contagem de 2015, poderíamos ter atualizado. Estamos muito longe de 2010, muita coisa mudou. Houve uma bruta recessão de 2014 a 2016. Depois, outra recessão brutal com a pandemia. As coisas mudaram muito", afirma Diniz Alves.

O Brasil tem 207.750.291 habitantes, mostra uma estimativa da população calculada já com dados prévios do Censo 2022, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados foram entregues ao Tribunal de Contas da União (TCU) nesta quarta-feira (28).

Conforme as estimavas com base na prévia do Censo 2022, a Região Sudeste se manteve como a mais populosa do País, com 87.348.223 habitantes. Em São Paulo vivem 46.024.937 pessoas. Em Minas Gerais, segundo Estado mais populoso, vivem 20.732.660. No Rio, são 16.615.526 habitantes.

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A Região Nordeste tem 55.389.382 habitantes, segundo a estimava com base na prévia do Censo 2022. Na Região Sul vivem 30.685.598, enquanto a Região Norte tem 17.834.762 habitantes e a Região Centro-Oeste, 16.492.326.

As estimativas da população por município são entregues pelo IBGE ao TCU todos os anos. A informação é utilizada para o cálculo da repartição do Fundo Nacional de Participação dos Municípios (FPM), que repassa recursos federais às prefeituras, e para determinar as quantidades de vereadores e de deputados federais e estaduais em todo o País. Após a entrega ao TCU, as informações serão publicadas no Diário Oficial da União (DOU).

Normalmente, as estimativas são calculadas com base no Censo mais recente, utilizando modelos de crescimento populacional. Pelo calendário tradicional do IBGE, a mais completa pesquisa populacional do País é realizada a cada dez anos, mas o Censo 2020 foi adiado por causa da pandemia. Após sucessivos adiamentos e problemas orçamentários, a pesquisa foi finalmente confirmada para este ano.

Desde o início do processo, o IBGE vinha informando que haveria tempo hábil de usar os dados do Censo 2022 para informar o tamanho da população atualizado ao TCU no fim do ano. Só que os atrasos se espalharam também para o período de coleta das informações, ou seja, o trabalho de visitar cada domicílio do País.

Com os atrasos, o IBGE agora estima que terá as primeiras informações completas do Censo 2022 apenas em março próximo, disse o diretor de Pesquisa do IBGE, Cimar Azeredo - os recenseadores ainda estão em campo, coletando as informações.

Diante dos atrasos, o IBGE decidiu calcular a estimativa anual da população para o TCU, com base em informações preliminares já coletadas pelo Censo 2022. A data de corte foi 25 de dezembro último.

Segundo Azeredo, a estimativa foi calculada com dados de municípios já recenseados completamente e com imputações e estimativas estatísticas para as cidades onde a coleta está atrasada. Até a terça-feira, 27, o Censo 2022 contou 178,642 milhões de brasileiros em todo o País, ou 83,8% da população total estimada.

Na terça-feira, 27, Azeredo reconheceu que a coleta das informações do Censo, iniciada em 1º de agosto passado, deverá se estender até pelo menos fevereiro próximo, quando o instituto espera cumprir a etapa de verificação de informações coletadas, revisita a domicílios com moradores ausentes e a lares onde houve recusa de moradores, ou endereços que foram relatados pelos recenseadores como não ocupados.

Conforme o IBGE, mais de 4 mil municípios já atingiram cerca de 99% da população estimada como recenseada. A coleta está mais atrasada, aquém dos 80%, em apenas 111 cidades, predominantemente de grande porte, como São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, contou.

Até a terça-feira, 27, os recenseadores já tinham visitado 87,786 milhões de domicílios. O recenseamento está mais avançado no Piauí, onde 96,8% da população estimada já foi recenseada, seguido por Santa Catarina (92,7%), Paraíba (92,2%), Sergipe (92,0%), Rio Grande do Norte (90,4%) e Alagoas (90,1%). Os estados com a coleta mais atrasada são Amapá (73,3%), Mato Grosso (74,8%), Espírito Santo (75,8%) e São Paulo (76,1%).

Desde o início dos sucessivos atrasos no prazo para coletar as informações do Censo 2022, o IBGE vem citando como principal motivo para o problema a falta de recenseadores.

Para os diretores do órgão, o mercado de trabalho aquecido tem diminuído o interesse de trabalhadores em potencial no emprego temporário de pesquisador - a operação do Censo exige a contratação temporária de em torno de 200 mil recenseadores, que têm a missão de visitar todos os domicílios do País.

Desde o início do trabalho de campo, têm sido registradas queixas de recenseadores sobre remunerações baixas e demora no pagamento. A dificuldade de recrutar e manter os recenseadores atuando na coleta forçou o instituto a prorrogar o trabalho, previsto inicialmente para se estender entre 1º de agosto a 31 de outubro.

O IBGE já treinou quase 200 mil recenseadores, mas nunca alcançou o patamar necessário de trabalhadores efetivamente atuando em campo para cumprir o prazo de coleta previsto.

Azeredo informou na terça-feira, 27, que há cerca de 50 mil recenseadores em atividade atualmente nos diferentes Estados. Uma solução para a ausência de temporários foi deslocar trabalhadores de regiões recenseadas para outras que ainda precisavam de trabalho de campo. O instituto também firmou convênios com outros órgãos públicos para recrutar servidores como recenseadores.

O IBGE lançou ainda o Disque-Censo 137. Através do serviço, os moradores podem checar se alguém do domicílio já respondeu ao Censo e, caso contrário, podem agendar uma visita do recenseador à sua casa. A ligação para o número de telefone 137, disponibilizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) como um serviço de utilidade pública, é gratuita e pode ser feita de telefone fixo ou celular.

O serviço já atende a municípios em todos os Estados, sendo disponibilizado de forma gradativa de acordo com o andamento da coleta em cada local. É possível checar no site do IBGE em quais municípios o Disque-Censo já está disponível.

O Censo Demográfico 2022 contou até esta terça-feira (27) cerca de 178,642 milhões de brasileiros em todo o País, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O total de recenseados equivale a 83,8% da população total estimada para o Brasil.

Os recenseadores já visitaram 87,786 milhões de domicílios. O recenseamento está mais avançado no Piauí, onde 96,8% da população estimada já foi recenseada, seguido por Santa Catarina (92,7%), Paraíba (92,2%), Sergipe (92,0%), Rio Grande do Norte (90,4%) e Alagoas (90,1%). Os Estados com a coleta mais atrasada são Amapá (73,3%), Mato Grosso (74,8%), Espírito Santo (75,8%) e São Paulo (76,1%).

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"O principal desafio foi a falta de recenseadores, isso é inegável", disse Eduardo Rios Neto, presidente do IBGE, reconhecendo que foram vários os motivos para a contratação de mão de obra. "O principal foi o aquecimento do mercado de trabalho no segundo semestre de 2022", argumentou.

O Censo já está em campo há quase cinco meses com a missão de visitar todos os domicílios existentes no País. A dificuldade de recrutar e manter os recenseadores atuando na coleta forçou o instituto a prorrogar o trabalho, previsto inicialmente para se estender entre 1º de agosto a 31 de outubro. A expectativa agora é que a coleta dure até pelo menos o fim de janeiro. "Estamos no rescaldo", afirmou Rios Neto, ponderando que a produtividade caiu muito no período de Natal.

O IBGE já treinou quase 200 mil recenseadores, mas nunca alcançou o patamar necessário de trabalhadores efetivamente atuando em campo para cumprir o prazo de coleta previsto. Segundo Cimar Azeredo, diretor de Pesquisas do IBGE, há cerca de 50 mil recenseadores em atividade atualmente nos diferentes Estados brasileiros. Uma solução para a ausência de temporários foi deslocar trabalhadores de regiões recenseadas para outras que ainda precisavam de trabalho de campo. O instituto também firmou convênios com outros órgãos públicos para recrutar servidores como recenseadores.

Nesta terça-feira, o IBGE promoveu um evento para formalizar a assinatura de Acordo de Cooperação Técnica com a Secretaria de Saúde da Prefeitura do Rio de Janeiro, que cedeu agentes de saúde para atuarem como recenseadores no município do Rio. A experiência de colaboração, que envolveu 500 agentes de saúde, foi muito eficaz para agilizar a coleta do Censo na favela da Rocinha, na zona sul do Rio, afirmou Cimar Azeredo.

O diretor de Pesquisas conta que mais de quatro mil municípios já estão com mais de 90% da população recenseada. Para esses locais onde a coleta está adiantada, o IBGE inaugurou o Disque-Censo 137. Através do serviço, os moradores podem checar se alguém do domicílio já respondeu ao Censo e, caso contrário, podem agendar uma visita do recenseador à sua casa. A ligação para o número de telefone 137, disponibilizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) como um serviço de utilidade pública, é gratuita e pode ser feita de telefone fixo ou celular.

"As ligações são recebidas por atendentes de uma central de atendimento específica para esse serviço. Para o atendimento, o IBGE conta com 120 agentes censitários de pesquisa por telefone, trabalhando todos os dias (incluindo fins de semana e feriados), das 8h às 21h30", informou o IBGE, em nota.

O serviço já atende a municípios em todos os Estados brasileiros, sendo disponibilizado de forma gradativa de acordo com o andamento da coleta em cada local. É possível checar no site do IBGE em quais municípios o Disque-Censo já está disponível. O serviço foi lançado em 30 de novembro no Piauí e em Sergipe, onde a coleta já estava mais avançada. Em 12 de dezembro, a modalidade foi estendida aos estados de Alagoas e Rio Grande Norte. O Disque-Censo já recebeu mais de 430 chamadas até o dia 23 de dezembro.

As dificuldades enfrentadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para concluir os trabalhos do Censo Demográfico 2022 fizeram o órgão adiar ao menos três divulgações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), que retrata a situação do mercado de trabalho no País.

As datas das três próximas divulgações do levantamento foram postergados em até um mês cada uma.

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"Em virtude da criação de uma força-tarefa que está utilizando a estrutura de coleta das Superintendências Estaduais para a coleta do Censo Demográfico 2022, houve extensão do prazo de fechamento do banco de dados das entrevistas", justificou o IBGE, em nota.

A divulgação da Pnad Contínua mensal referente ao trimestre móvel encerrado em novembro foi adiada de 28 de dezembro de 2022 para 19 de janeiro de 2023.

A edição mensal referente ao trimestre móvel terminado em dezembro foi transferida de 31 de janeiro de 2023 para 28 de fevereiro.

Já a divulgação da Pnad Contínua trimestral, que traz os dados regionais do mercado de trabalho referentes ao quarto trimestre de 2022, passou de 15 de fevereiro para 28 de fevereiro do ano que vem.

O IBGE informou na semana passada que precisaria prorrogar novamente a coleta do Censo Demográfico 2022, diante da dificuldade de contratação de recenseadores.

Com novos atrasos em campo, o prazo foi estendido de dezembro até, no mínimo, o fim de janeiro. O trabalho de levantamento de informações, que teve início em 1º de agosto, estava previsto inicialmente para se estender apenas até o fim de outubro.

O Censo 2022 entrevistou, de 1º de agosto até a última segunda-feira (5), 78,73% da população estimada do país, que representam 168.018.345 pessoas, em 59.192.875 domicílios no país. Do total de pessoas recenseadas, 51,6% eram mulheres e 48,4%, homens, 39,54% são do Sudeste, 29,43% do Nordeste, 14,76% no Sul, 8,79% no Norte e 7,44% no Centro-Oeste. 

“É uma operação que a gente está imprimindo uma qualidade incrível como nunca foi feita em nenhum outro Censo. É a primeira vez que a gente está em campo com um dispositivo móvel de coleta que transmite em tempo real a operação”, observou o diretor de Pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo, durante a apresentação virtual do quarto balanço da coleta do Censo Demográfico 2022. A expectativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) espera concluir mais 10% das entrevistas até o dia 20.

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Segundo o instituto, o estado com maior proporção de pessoas recenseadas na comparação com a população estimada é o Piauí, que atingiu 96,2%. Em segundo lugar, a unidade da federação mais adiantada é Sergipe, com 91,2%, seguida do Rio Grande do Norte, com 89,8%. Os mais atrasados são o Mato Grosso (65,9%), Amapá (66,9%) e Espírito Santo (70,67%).

O diretor de Pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo, disse que os dados dos estados do Piauí e de Sergipe correspondem à totalidade de domicílios percorridos em todos os endereços de setores censitários, que coincidem com a primeira etapa do Censo.

“Nos domicílios que estão fechados, eles [recenseadores] vão revisitar para tentar abrir porque se entende que ali mora gente e se tiver morador vai tentar recensear. Naqueles que as pessoas recusaram, a gente vai usar recenseadores com mais expertise para quebrar o quadro de recusa”, revelou acrescentando que esta é a segunda etapa do processo.

Nesta fase, as pessoas desses dois estados que ainda não foram ouvidas podem também fazer uma comunicação ao Disque-Censo, que é um serviço de ligação gratuita, pelo número 137, das 8h às 21h30.

O gerente técnico do Censo, Luciano Duarte, informou que o IBGE irá verificar a condição de recenseamento dessas pessoas e será agendada a entrevista para aplicação do questionário.

Ainda segundo ele, o trabalho continuará durante o mês de janeiro.

“Para que a gente possa entregar para a sociedade um produto realmente de qualidade, não só da população, mas com todo o conteúdo dos questionários do Censo, que é bastante robusta”, afirmou, assegurando que não haverá impactos na distribuição dos valores do Fundo de Participação dos Municípios.

Aglomerados subnormais

Até o momento, o Censo 2022 identificou 12.337.295 pessoas vivendo em aglomerados subnormais o que corresponde a 7% da população recenseada.

Essa é a primeira vez que o IBGE divulga o total de população recenseada nessas localidades, definidas como as ocupações irregulares de terrenos para fins de habitação em áreas urbanas e que, em geral, são caracterizados por um padrão urbanístico irregular, carência de serviços públicos básicos e localização em áreas restritas à ocupação.

Além disso, já foram recenseados 1.489.003 indígenas e 1.208.702 quilombolas.

O IBGE vai entregar dados preliminares do Censo 2022 ao Tribunal de Contas da União no dia 26 de dezembro, mas, por causa do atraso na coleta das informações, os trabalhos vão se estender até janeiro do ano que vem. Segundo Cimar Azeredo, serão apresentados ao órgão de controle externo do governo federal as informações equivalentes a cerca de 90% da população do Brasil.

“Com certeza a gente vai ter quase 90% da população toda coberta. Então, para esses 90% da população, o quantitativo de municípios, a gente ainda não sabe ao certo quantos serão, mas basicamente será a maioria”, revelou, destacando que o IBGE ainda vai definir a forma para a parcela que não for entregue em dezembro.

Taxa de recusa

Um dos problemas enfrentados para a conclusão do Censo 2022 é a taxa de recusa em responder aos questionários, que atingiu cerca de 2,59% dos domicílios, percentual que o diretor de Pesquisas tem intenção de reduzir até o fim da operação, após aplicados todos os protocolos de insistência.

De acordo com Azeredo, houve muita recusa em áreas com rendas mais alta e foi preciso fazer um trabalho junto aos síndicos para facilitar o trabalho dos recenseadores.

Contratação

Outra dificuldade enfrentada para a realização do Censo é a contratação de recenseadores, especialmente, segundo o diretor, nos estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Mesmo com o aumento da remuneração, considerada baixa no início dos trabalhos, o problema continuou. Cimar Azeredo comentou que foi necessária a edição de medidas provisórias alterando inclusive os critérios de possibilidades de contratações.

“Tivemos que fazer medida provisória para fazer com que pessoas com MEI, microempreendedor individual, pudessem atuar no Censo, [e também] funcionários públicos aposentados. Esse Censo mostra que o IBGE vai caminhar para uma mudança de paradigma no processo de contratação de recenseadores”, apontou.

O IBGE também está fazendo a transferência de recenseadores de um estado para outro para conseguir cobrir a operação onde há falta. Em todo o país, entre 28 de novembro e o último domingo (4), o IBGE contava com 60.611 recenseadores em ação e 33,1% do total de vagas disponíveis.

Luciano Duarte destacou a parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, que está capacitando agentes comunitário de Saúde para atuarem como recenseadores. “A parceria está sendo fundamental nesta reta final da coleta na capital carioca”, indicou.

Questionários

Cerca de 89,4% dos domicílios ou 52.948.134 responderam ao questionário básico e 11,6% ou 6.796.163 responderam ao ampliado. No básico, o tempo médio de preenchimento tem sido de 5 minutos e de 14 minutos para o ampliado.

Segundo o IBGE, 99,3% dos questionários foram respondidos de forma presencial, sendo que 204.151 domicílios optaram por responder pela internet e 233.894 pelo telefone.

O instituto lembrou que os recenseadores se apresentam sempre uniformizados com o colete do órgão, boné do Censo, crachá de identificação e o dispositivo móvel de coleta (DMC). É possível confirmar a identidade do agente no site Respondendo ao IBGE ou pelo telefone 0800 721 8181. “

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que prorrogará novamente a coleta em campo do Censo Demográfico 2022. Com novos atrasos em campo, o prazo será estendido de dezembro até, no mínimo, o fim de janeiro. O trabalho de levantamento de informações, que teve início em 1º de agosto, estava previsto inicialmente para se estender apenas até o fim de outubro.

"A gente vai ter parte do Censo em alguns estados e municípios sendo levada pro ano que vem", reconheceu Cimar Azeredo, diretor de Pesquisas do IBGE. "A ideia é que a gente termine isso no final de janeiro."

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Apesar dos esforços para flexibilizar regras de contratação e melhorar a remuneração de recenseadores, o instituto permanece com dificuldades de preencher as vagas necessárias em determinados locais.

Até o dia 5 de dezembro, foram recenseadas 168.018.345 pessoas em 59.192.875 domicílios no País, o equivalente a 78,73% da população brasileira. Até o momento, 48,4% eram homens e 51,6%, mulheres.

Como consequência, os dados sobre a população de estados e municípios que serão entregues ao Tribunal de Contas da União (TCU) em 26 de dezembro ainda precisarão ser completados, em parte, com estimativas populacionais feitas com base nos dados do novo censo. As informações sobre contingentes populacionais são usadas no rateio do Fundo de Participação de Estados e Municípios.

"A gente tinha expectativa de entregar preliminares do Censo. Para municípios que fecharem (a coleta), a gente vai conseguir fazer essa entrega. Para os que não fecharem, o IBGE vai fazer algum tipo de modelagem", contou Azeredo, acrescentado que a equipe técnica ainda não definiu que tratamento será usado para completar os dados ausentes de populações para o TCU.

Segundo Luciano Duarte, gerente técnico do Censo, o IBGE está priorizando divulgar a contagem da população de municípios com menos de 170 mil habitantes. Quanto aos municípios que não tiverem dados totalmente coletados, ainda não está decidido como haverá imputação para questionários não realizados.

"Ano que vem a gente divulga o resultado definitivo", contou Duarte.

O pesquisador disse que o órgão ainda não decidiu como será a divulgação do resultado de população de municípios maiores, mesmo que já tenham sido recenseados.

Entre os brasileiros já recenseados até o momento, 29,43% estavam na região Nordeste, 39,54% no Sudeste, 14,76% no Sul, 8,79% no Norte e 7,44%no Centro-Oeste. O estado com maior proporção de pessoas recenseadas é o Piauí (96,2%), seguido por Sergipe (91,2%) e Rio Grande do Norte (89,8%). Os menos adiantados são Mato Grosso (65,9%), Amapá (66,9%) e Espírito Santo (70,67%).

O diretor de Pesquisas do IBGE espera que a coleta do Censo cubra mais 10% da população nas próximas semanas, chegando a 90% dos habitantes até o fim de dezembro. Azeredo frisa que houve dificuldade de contratação de recenseadores em vários estados.

"Isso foi mais acentuado nos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste", disse Azeredo. "Já está em curso uma operação de transferência interestadual de recenseadores e intraestadual de recenseadores", acrescentou.

Alguns municípios do Maranhão podem transferir recenseadores para o Pará, enquanto outros que atuavam no Sergipe podem passar a trabalhar na Bahia. O instituto também cita movimentações dentro de um mesmo estado, como trabalhadores de grandes zonas urbanas sendo deslocados para municípios menores.

Em todo o País, o IBGE conta com 60.611 recenseadores em ação no momento, cerca de um terço de todas as vagas disponibilizadas.

"Hoje a gente não precisaria de 180 mil recenseadores, porque já estamos praticamente com dois estados com coleta encerrada", ponderou Luciano Duarte, gerente técnico do Censo. "No início de agosto a gente gostaria sim de ter tido esses 180 mil recenseadores."

Em agosto, o IBGE alcançou um pico de 112.692 recenseadores em atividade.

"Talvez uns 80 mil seria ideal ter hoje", calculou Duarte.

Cimar Azeredo não vê, por ora, necessidade de complementação orçamentária para a operação censitária.

"A gente está trabalhando com recursos que a gente tinha. A gente não consumiu todos os recursos do Censo, e parte desses recursos já está transferida para o próximo ano. E a gente vai acompanhar passo a passo a necessidade de ter mais recursos aportados no Censo. A princípio, a gente acredita que não seja necessário", disse Azeredo. "O Censo não vai parar. Nessa virada do ano, a gente vai continuar fazendo o trabalho nos municípios que fecharam e nos municípios que não fecharam", lembrou.

Nos Estados que fecharem a coleta, o IBGE abrirá um serviço chamado Disque-Censo, para moradores que quiseram comunicar não terem sido recenseados. Num primeiro momento, apenas Piauí e Sergipe terão essa forma de prestação de informações.

"O IBGE vai deixar aberto para quem ainda não respondeu e ainda quer responder", explicou Azeredo.

O IBGE alega que a concorrência por mão de obra dificulta a contratação de recenseadores em locais onde o mercado de trabalho mostra taxa de desemprego mais baixa.

"O agronegócio, ele tem uma captação muito grande de mão de obra, o que torna o mercado de trabalho muito competitivo", argumentou Cimar Azeredo.

No entanto, dificuldades enfrentadas por recenseadores na coleta, como a resistência de moradores, o atraso inicial de pagamentos e as remunerações variáveis e baixas, também tornam as vagas pouco atrativas. Cimar Azeredo reconheceu que a remuneração inicial planejada pelo IBGE para a contratação dos temporários "era muito abaixo" do ideal, mas diz que o problema tem sido corrigido com incentivos e auxílios nos locais de maior dificuldade de coleta.

"Eu citaria com certeza a resistência da população em alguns locais, e alguns recortes", opinou Luciano Duarte, sobre elevadas taxas de recusa em locais de renda mais elevada, por exemplo.

"A gente tem autoridades que não respondem ao Censo, manda voltar depois", lembrou Azeredo.

A taxa de recusa de responder ao Censo subiu de 2,33% dos domicílios visitados em 31 de outubro para 2,59% no balanço atual. Em São Paulo, a taxa de recusa é de 4,79%.

"Isso está concentrado principalmente nos grandes centros", disse Duarte. "Ainda é valor aceitável, mas a gente quer diminuir isso."

O IBGE tem trabalhado com notificação de condomínios, porteiros e síndicos sobre a obrigação legal de moradores de responder ao Censo Demográfico.

O instituto conta que conseguiu diminuir as recusas no bairro da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, por meio de ofícios enviados aos síndicos e condomínios.

"A pessoa que se recusa, ela tem várias oportunidades. Primeiro ela recebe, no mínimo, quatro visitas do recenseador, que deixa um bilhete com o telefone dele. Por fim, o supervisor vai lá e, caso a pessoa não queira, ele vai deixar a notificação (oficial) na caixa de correio, fala das sanções, e dá uma última oportunidade pra pessoa preencher pela internet o questionário do IBGE", explicou Luciano Duarte.

Dos domicílios já recenseados, 89,4% responderam ao questionário básico e 11,6% ao ampliado. O tempo mediano de preenchimento tem sido de 5 minutos para o básico e de 14 minutos para o ampliado.

A maior parte dos questionários (99,3%) foi respondida de forma presencial, enquanto 204.151 domicílios optaram por responder pela internet e 233.894 pelo telefone.

O Censo Demográfico 2022, iniciado no dia 1º de agosto pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), já passou por 20.290.359 domicílios no país, contando até o momento 58.291.842 pessoas. O primeiro balanço do levantamento nacional foi divulgado nesta terça-feira (30) pelo IBGE e considera os dados lançados pelos recenseadores até a segunda-feira (29).

O estado mais adiantado em termos percentuais é o Rio Grande do Norte, com 53% dos setores censitários trabalhados, seguido por Pernambuco (52,45%) e Distrito Federal (52,04%). O estado de Mato Grosso tem a menor proporção, com 21,81%, seguido de Roraima (25,75%) e São Paulo (29,63%).

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O IBGE divide o país em 452.246 setores censitários urbanos e rurais, dos quais 38,4% já estão sendo visitados pelos 144.634 recenseadores.

Até o momento, 88,2% dos domicílios (17.697.415) responderam ao questionário básico e 11,8% (2.365.208) ao ampliado. O tempo médio tem sido de 6 minutos para o questionário básico e de 18 minutos para o ampliado.

Ao todo, 99,7% da coleta foi feita de forma presencial. Um total de 34.055 domicílios optaram por responder pela internet e outros 30.202 pelo telefone. De acordo com o IBGE, 2,3% dos domicílios visitados se recusaram a responder.

É possível acompanhar o andamento da coleta por estado e por município pelo site do Censo 2022.

Primeiros dados

O gerente técnico do censo Luciano Duarte ressalta a contagem de indígenas (450.140) e de quilombolas (386.750) como um avanço no levantamento. “Quanto aos quilombolas, mesmo sendo parcial, esse já é um número inédito, pois é a primeira vez que estamos fazendo essa investigação”.

De acordo com ele, a pirâmide etária parcial já revela o envelhecimento da população. “Já conseguimos observar na pirâmide parcial o envelhecimento da população, com o topo da pirâmide mais avolumado, e picos nas idades de 40 e 20 anos, conforme o esperado. Os indicadores de qualidade vêm mostrando que a informação é consistente”.

Da contagem populacional feita até o momento, 47,8% são homens e 52,2% mulheres.

Processos seletivos

Duarte disse que o andamento da coleta de dados está ocorrendo dentro do previsto, mesmo com cerca de 20% das vagas disponíveis para recenseadores estarem ainda abertas.

“A produtividade individual dos recenseadores está dentro do esperado. Os setores estão sendo trabalhados no tempo adequado e os sistemas de coleta, acompanhamento e transmissão estão funcionando bem, assim como os equipamentos”, disse.

De acordo com o IBGE, há falta de pessoal para atuar em alguns locais e o instituto está com 78,8% do total de vagas de recenseadores preenchida no momento. O estado com maior déficit é o Mato Grosso, com 51,2% das vagas ocupadas. Alagoas está com 99,6% dos postos preenchidos.

Uma rotina prevista nos censos, o IBGE lança periodicamente editais de processos seletivos complementares. O último encerrou as inscrições em 29 de agosto, com 6.514 vagas de Recenseador e 251 vagas de Agente Censitário Municipal (ACM) e Agente Censitário Supervisor (ACS). Os editais podem ser acompanhados no site do IBGE.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já efetuou 6.550 rescisões de contratos de trabalhadores temporários recrutados para o Censo Demográfico 2022. As desistências ocorrem em meio a relatos de agressões e hostilidade contra os recenseadores por parte de moradores que deveriam prestar informações para o levantamento censitário.

O órgão informou que as rescisões representam 4,7% do total de contratados, "número dentro do previsto", informou o instituto, em nota.

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Os relatos dos trabalhadores sobre problemas com moradores entrevistados incluem até um caso de injúria racial em Belo Horizonte, Minas Gerais. Houve também queixas sobre o atraso do órgão em efetuar os pagamentos devidos aos temporários, o que o instituto afirma já ter praticamente regularizado.

"O IBGE enviou ao banco, no dia 10.08.22, todas as folhas de pagamento da ajuda de treinamento, relativas a julho de 2022, praticamente zerando as pendências do mês passado. Hoje temos 99% dos pagamentos regularizados. Os residuais que faltam estão sendo resolvidos até hoje", respondeu o órgão estatístico, em nota.

Os recenseadores estão em campo desde 1º de agosto coletando informações para o Censo Demográfico em todos os cerca de 75 milhões de lares brasileiros, nos 5.570 municípios do País. O trabalho de campo começou com um déficit estimado de 15 mil entrevistadores, que o IBGE ainda tentava recrutar para alcançar ao número ideal de 183 mil funcionários temporários. O órgão não informou o tamanho desse déficit após as desistências.

"O sindicato atribui essas desistências essencialmente ao corte no orçamento do Censo imposto pelo governo federal. O corte de R$ 800 milhões tanto determinou a piora na remuneração do recenseador em relação ao previsto originalmente, quanto inviabilizou uma divulgação mais ampla da pesquisa, o que dificulta demais o trabalho. Sem saber sobre o Censo, sem estar confiante sobre o que ele é e como é feito, uma parte da população não tem aberto a porta para os recenseadores e em alguns casos até age agressivamente contra eles. Sem recomposição do orçamento, o IBGE não vai conseguir terminar o Censo com qualidade", declarou, em nota, o sindicato de servidores do IBGE, através do Núcleo Chile do Assibge - Sindicato Nacional.

Realizado a cada dez anos, o Censo Demográfico visita todos os domicílios brasileiros. A operação deveria ter ocorrido em 2020, mas foi adiada em decorrência da pandemia. A falta de destinação de verbas pelo governo federal também foi um obstáculo. Em 2021, o orçamento não trouxe os recursos necessários para a condução do Censo, que acabou cancelado novamente, mas desta vez sob uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) de que ocorresse em 2022.

A operação censitária foi orçada inicialmente pela equipe técnica do IBGE em mais de R$ 3 bilhões para ir a campo em 2020. Em meio a pressões do governo pela redução no orçamento, os questionários originais foram enxugados, e a verba encolheu para R$ 2,3 bilhões. No ano de 2021, o valor de apenas R$ 53 milhões no orçamento sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro inviabilizava até os preparativos. Mais tarde, após a decisão do STF, o IBGE conseguiu assegurar uma complementação orçamentária para os trabalhos preparatórios em 2021 e a verba para a coleta em 2022.

O sindicato dos servidores do IBGE defende uma nova complementação orçamentária para assegurar os recursos a uma coleta de qualidade. Em meio a um cenário de inflação pressionada, com elevação de custos de combustíveis, a possibilidade de um novo aporte de recursos chegou a ser defendida pelo Diretor de Pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo, mas o órgão refutou essa opção posteriormente, afirmando publicamente que as verbas já solicitadas e obtidas no orçamento federal eram suficientes para garantir a operação.

"Sobre os casos de agressão, as unidades estaduais onde eventualmente há ocorrências são orientadas a informá-los. Os que são informados são encaminhados aos órgãos de segurança, além de apoio da área médica e social ao contratado", completou o IBGE. "A recomendação do IBGE aos recenseadores é inicialmente registrar em delegacia um boletim de ocorrência e comunicar ao coordenador ou ao supervisor para as providências cabíveis."

O órgão estatístico lembra que agentes, pesquisadores ou recenseadores são servidores públicos federais e que "crimes contra eles são sujeitos a investigações federais com base no art. 144, § 1º, inc. I, da Constituição da República Federativa do Brasil".

"O mesmo art. 144 se aplica quando alguém se faz passar por agente, recenseador ou pesquisador do IBGE. Em todos os casos, o infrator fica sujeito a penas previstas em lei", ressaltou o instituto.

No site do IBGE, uma ferramenta possibilita que moradores confirmem se o entrevistador que se apresentou como recenseador é mesmo contratado pelo órgão estatístico. Basta informar o número da matrícula que consta no crachá do entrevistador. Também são aceitos no processo de checagem online os números do CPF ou RG do trabalhador temporário.

Uma recenseadora do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi vítima de uma tentativa de estupro em Jequiá da Praia, no Litoral Sul de Alagoas. O crime aconteceu na terça-feira (9), mas a informação foi divulgada na quinta-feira (11). No momento em que foi abordada pelo agressor, a mulher realizava uma entrevista para o Censo 2022. A Polícia Militar foi acionada de imediato e o suspeito, preso em flagrante.

De acordo com o boletim de ocorrência, a vítima, que não teve o nome divulgado, foi convidada pelo entrevistado a entrar na casa, para continuar a aplicar o questionário, como um gesto de gentileza. Lá, o suspeito, de 39 anos, fez a investida. A recenseadora conseguiu fugir do local e foi a responsável por acionar os policiais. 

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Por meio de nota, o IBGE informou que prestou apoio à servidora, que está bem e "optou por seguir realizando as atividades em outro setor censitário". Disse ainda que o "boletim de ocorrência será entregue ao Procurador Regional da República, dada a jurisdição federal do caso" (leia na íntegra ao final do texto). 

O suspeito teve sua prisão em flagrante convertida em preventiva pelo juízo da 4ª Vara de São Miguel dos Campos. Ele permanece preso na delegacia da 6ªDRP, de onde deve ser transferido para o Sistema Prisional em Maceió. 

Confira a nota na íntegra: 

O IBGE vem a público repudiar e lamentar a conduta criminosa praticada contra uma de nossas recenseadoras durante exercício do trabalho de pesquisa, na última segunda-feira, no município de Jequiá da Praia. As autoridades policiais competentes foram rapidamente acionadas para a devida e necessária investigação. O boletim de ocorrência será entregue ao Procurador Regional da República, dada a jurisdição federal do caso. 

O órgão informa ainda que tomou todas as providências de auxílio à vítima desde a ciência da tentativa do crime, ao prestar o indispensável apoio emocional e disponibilizar o corpo técnico especializado do Instituto para o suporte psicológico. Por fim, o IBGE informa que a servidora está bem e optou por seguir realizando as atividades em outro setor censitário. 

O Censo 2022 começa nesta quarta-feira (10) nos territórios indígenas e vai até 31 de outubro. Serão recenseados os indígenas residentes dentro ou fora de suas terras, em áreas urbanas ou rurais, além dos provenientes de outros países. Todas as comunidades e aldeias, independentemente de terem sido ou não previamente mapeadas, vão ser visitadas.

A primeira etapa é explicar o Censo Demográfico para as lideranças indígenas e sensibilizá-las para permitir a entrada dos recenseadores nas aldeias. O gerente de territórios tradicionais e áreas protegidas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Fernando Damasco, destacou a necessidade de uma chegada diferenciada e respeitosa aos territórios indígenas.

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“A liderança tem papel fundamental no processo, para explicar à comunidade a importância da pesquisa e para que ninguém tenha medo de responder porque as informações são protegidas”, disse o gerente.

A segunda atividade será a aplicação de um questionário sobre a aldeia ou a comunidade, com perguntas sobre a infraestrutura, o acesso aos recursos naturais, à educação, à saúde, hábitos e práticas. Em seguida, os recenseadores vão visitar todas as habitações para fazer as entrevistas com as famílias residentes.

De acordo com o IBGE, por indígena entende-se a pessoa que se autoidentifica assim. “O recenseador ou qualquer outra pessoa da equipe de coleta não pode questionar o informante nem colocar em dúvida sua declaração”, diz o instituto.

Segundo o IBGE, o Censo Demográfico 2010 foi a primeira pesquisa que registrou a quantidade de etnias e de línguas indígenas existentes no Brasil. Foram contados 896,9 mil indígenas, de 305 etnias ou povos e falantes de 274 línguas indígenas.

Por causa dos problemas de segurança pública, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) buscou apoio da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para preparar a operação de coleta do Censo Demográfico 2022 na região da Amazônia, segundo Eduardo Rios Neto, presidente do órgão censitário.

Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgados nessa terça-feira (28), revelam que, das 30 cidades que registraram média móvel superior a 100 homicídios para cada 100 mil habitantes entre 2019 e 2021, 13 ficam na área da Amazônia Legal.

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Mais de 200 mil trabalhadores recrutados pelo IBGE devem ir a campo a partir de 1º de agosto para coletar as informações de todos os cerca de 76 milhões de lares brasileiros. Rios Neto afirmou que esteve recentemente em Manaus e Parintins, no Amazonas, como parte de uma jornada de visitas a agências do instituto em diferentes Estados brasileiros. O presidente do órgão já percorreu quase todas as Unidades da Federação num esforço de mobilização para os preparativos da coleta do Censo Demográfico.

"Vários dos oito Estados que faltam (visitar) são na região Norte, porque eu considerava que, embora populacionalmente fossem menores, operacionalmente vai ser uma região mais complexa", afirmou Rios Neto em seminário sobre o Censo Demográfico na terça-feira. "E um dos problemas é a bandidagem. Fiz um trabalho grande com a Polícia Federal, com a Polícia Rodoviária Federal, um trabalho grande em Brasília preparando para essa operação."

A segurança também é uma preocupação na operação censitária em outras áreas urbanas do País. O IBGE informou que realizou reuniões prévias com representantes de associações de moradores, organizações não governamentais e outras instituições e membros da sociedade civil para apresentar a comunidades e representantes informações sobre o levantamento censitário.

O órgão mapeou 32.069 setores censitários a serem percorridos pelos recenseadores em 11.403 aglomerados subnormais, que incluem favelas, ocupações, palafitas e loteamentos irregulares, por exemplo, espalhados por 666 municípios brasileiros.

O instituto aponta que há 9.207 setores classificados com restrição de segurança. Segundo Maikon Roberth de Novaes, do IBGE, além do mapeamento de áreas com restrições de segurança, o órgão preparou um protocolo a ser seguido nessas regiões, com diversos contatos, endereços e telefones. Quando necessário, o recenseador percorrerá o território acompanhado de guias locais ou agentes de saúde, por exemplo.

O IBGE pretende fazer um levantamento para confirmar se houve crescimento no número de aglomerados subnormais no País ou corrigir registros anteriores em que não estavam identificados embora já existissem. "Estamos mapeando base de dados de 2010 para bater com a de 2022, para ter um tipo de comparação sobre crescimento dessas áreas", disse Novaes. "A gente vai identificar para cada aglomerado subnormal este ano se ele já existia, se não foi contabilizado, ou se é novo."

Ele lembra que o Censo 2010 tinha identificado cerca de 8 mil áreas desse tipo no País. "Em algumas áreas nem cresceu, pode ter sido um erro de classificação na época, que vamos corrigir agora."

Indígenas e quilombolas

O IBGE mapeou em 2020 a existência de 5.778 grupamentos indígenas a serem visitados pelos recenseadores no Censo 2022, sendo 4.899 deles em terras indígenas. No Censo de 2010, o instituto identificou 305 etnias e 274 línguas indígenas, além de um total 890 mil indígenas no País.

"Povos em situação de isolamento voluntário são os únicos que não são alvo do Censo no Brasil", explicou Marta Antunes, que integra a organização da operação censitária junto aos Povos e comunidades tradicionais.

O Censo 2022 traz como novidade um questionário de abordagem em agrupamentos indígenas. No local, o recenseador fará uma reunião de abordagem com lideranças da comunidade e depois aplicará um questionário para obter informações mais específicas sobre as características da comunidade, como acesso a infraestrutura, educação, saúde e hábitos de subsistência.

Os entrevistados em áreas quilombolas também serão questionados com um quesito especial para investigar se consideram a si mesmos como quilombolas e o nome da comunidade de origem.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) precisará de uma complementação de recursos para conseguir completar toda a coleta de dados do Censo Demográfico 2022. O orçamento de cerca de R$ 2,3 bilhões, solicitado ao governo federal no ano de 2019, foi corroído pela inflação após dois anos de adiamentos consecutivos.

"Os gastos, que a gente já sabe que vai extrapolar, têm o valor da gasolina. Isso é muito claro, a gente utiliza muita gasolina no Censo", contou Cimar Azeredo, diretor de Pesquisas do IBGE. "No aluguel dos carros tivemos aumento muito expressivo, e o aluguel de aeronaves para sobrevoar locais da Região Norte. A gente está tentando contornar e recompor isso", completou.

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Segundo Azeredo, o Ministério da Economia está ciente da necessidade de complementar o orçamento do Censo e teria sinalizado favoravelmente ainda ao fim do ano passado sobre a liberação de recursos extras.

"A gente já tem sinalização positiva do Ministério da Economia", disse Azeredo. "Já era esperado esse processo de complementação. Uma vez o censo começado, ele vai terminar", garantiu Azeredo.

Segundo o diretor, o órgão ainda não sabe "a grandeza de recursos necessários", mas o assunto foi discutido com integrantes do ministério durante um seminário em dezembro de 2021.

"A gente vai comunicar ao Ministério da Economia, com certeza vai ter uma forma de ser colocado (o orçamento complementar ainda em 2022)", disse Azeredo. "A gente está bastante tranquilo com relação a isso, a gente recebeu sinal do Ministério da Economia."

Realizado a cada dez anos, o Censo Demográfico visita todos os lares brasileiros. A operação deveria ter ocorrido em 2020, mas foi adiada em decorrência da pandemia. A falta de destinação de verbas pelo governo federal também foi um obstáculo. Em 2021, o orçamento não trouxe os recursos necessários para a condução do Censo, que acabou cancelado novamente, mas desta vez sob uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) de que ocorresse em 2022.

Com os adiamentos, dois concursos públicos para contratação de mais de 200 mil trabalhadores temporários tiveram que ser cancelados. Um terceiro concurso público, aberto para atender ao Censo de 2022, não conseguiu contratar o número necessário de trabalhadores, obrigando o órgão a fazer novos processos de seleção extraordinários.

O instituto encerrou no último dia 15 um processo seletivo simplificado complementar para contratação temporária de 48.535 recenseadores do Censo 2022, mas abriu no dia seguinte nova seleção complementar para mais 913 vagas, desta vez de agentes censitários.

Cimar Azeredo reconhece que a "falta de pessoal para fazer o Censo" é um desafio. Ele argumenta que em ano eleitoral há uma disputa maior também pela mão de obra existente.

"Lembro que em 2000 tivemos dificuldade na região Norte de encontrar pessoas que tivessem escolaridade para estar fazendo Censo em determinados municípios", contou.

Ele acrescenta que os cancelamentos dos dois editais anteriores desestimularam novas inscrições.

"Isso gera um certo desânimo, descrédito, das pessoas que estão fazendo concurso", reconheceu Azeredo. "O IBGE abriu um terceiro concurso, não teve o sucesso que a gente esperava, e a gente já sabia que podia ocorrer", disse.

Segundo ele, a simplificação nas regras da última convocação de candidatos, com dispensa de pagamento de inscrições e entrega de currículo, tem possibilitado a contratação de recenseadores.

"Tem problemas em alguns lugares, mas a situação está sendo resolvida", garantiu o diretor.

Previsto para ir a campo a partir do dia 1º de agosto, o IBGE se prepara para um cronograma apertado de convocação e treinamento de temporários. O resultado do último processo de seleção de funcionários está previsto para o próximo dia 30, com publicação de edital de convocação em 11 de julho, e treinamentos entre 18 e 22 de julho.

A operação censitária foi orçada inicialmente pela equipe técnica do IBGE em mais de R$ 3 bilhões para ir a campo em 2020. Em meio a pressões do governo pela redução no orçamento, os questionários originais foram enxugados, e a verba encolheu para R$ 2,3 bilhões. No ano de 2021, o valor de apenas R$ 53 milhões no orçamento sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro inviabilizava até os preparativos. Mais tarde, após a decisão do STF, o IBGE conseguiu assegurar uma complementação orçamentária para os trabalhos preparatórios em 2021 e a verba para a coleta em 2022.

Neste mês, uma nova disputa na justiça voltou a ameaçar a coleta neste ano. O IBGE informou nesta segunda-feira, 27, ter obtido uma decisão judicial liberando o instituto da obrigação de incluir no questionário do Censo Demográfico 2022 uma pergunta sobre orientação sexual e identidade de gênero.

No último dia 9, o instituto informara em comunicado ter acionado a Advocacia Geral da União (AGU) para recorrer da decisão liminar concedida pelo juiz Herley da Luz Brasil, da 2.ª Vara Federal Cível e Criminal do Acre, atendendo a um pedido do Ministério Público Federal (MPF), sob o argumento de que a falta de estatísticas dificulta o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a população LGBTQIA+.

O órgão estatístico alertava em resposta que, se tivesse que cumprir o determinado pela Justiça Federal no Acre, o levantamento censitário teria que ser adiado pela terceira vez. Em comunicado, o IBGE afirmava não ser possível atender à decisão "com técnica e metodologia responsáveis e adequadas".

Na última sexta-feira, 24, o desembargador federal José Amilcar Machado, presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, acolheu o argumento do órgão estatístico de que não havia tempo hábil, nem metodologia adequada, tampouco recursos financeiros para que o levantamento censitário levantasse as informações demandadas sobre a população LGBTQIA+.

A nova decisão judicial lembra que o instituto precisaria de uma "dedicação de, no mínimo, mais 06 (seis) meses" para ajustar procedimentos, metodologia e questionário para atender à demanda do MPF. No entanto, a data de início do processo de coleta de dados está prevista para o dia 1º de agosto, lembra o documento.

"Conquanto seja evidente a relevância do pleito de identificação de toda a população brasileira, em todos os seus aspectos, a elaboração, processamento e definição de qualquer alteração nos questionários constitui trabalho que deve ser realizado com critério e responsabilidade técnica que atenda ao objetivo almejado", menciona a nova decisão do TRF.

"O IBGE só vai se manifestar sobre a suspensão da liminar da Justiça Federal do Acre, pelo TRF1, depois que a AGU tiver sido intimada e examinado a decisão", escreveu o órgão, em nota publicada junto com a decisão do desembargador do TRF.

Os mais de 200 mil recenseadores que estão sendo recrutados começarão em 35 dias o levantamento de informações em todos os cerca de 76 milhões de domicílios do País.

"Com efeito, a coleta de dados tirada com informações obtidas sem o respectivo respaldo técnico metodológico pode implicar estabelecimento de política pública inconsistente ou até mesmo equivocada para a população LGBTQIA+" escreveu o desembargador federal José Amilcar Machado, na decisão publicada na última sexta-feira.

As informações recolhidas pelo Censo servem de base, por exemplo, para o rateio do Fundo de Participação de estados e municípios, sendo essenciais também para políticas de saúde, como a necessidade de alocação de profissionais e equipamentos para atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e planejamento de políticas educacionais. Os dados são usados ainda como base para pesquisas amostrais, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do próprio IBGE, que levanta informações sobre o mercado de trabalho, como a taxa de desemprego, e até para pesquisas eleitorais.

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