Pesquisa aponta o "imprevisível", diz analista

Para Maurício Romão o levantamento do Ibope traz notícias boas e ruins para Dilma e oposição

por Giselly Santos ter, 19/11/2013 - 12:39
Victor Soares/LeiaJáImagens/Arquivo Segundo Romão as intenções de voto para Dilma já chegam a atingir um teto eleitoral Victor Soares/LeiaJáImagens/Arquivo

A pesquisa do Ibope sobre as intenções de votos dos brasileiros para as eleições presidenciais em 2014, divulgada nessa segunda-feira (18), aponta alguns desafios para a presidente Dilma Rousseff (PT) que almeja a reeleição e para os prováveis nomes da oposição, o senador Aécio Neves (PSDB) e o governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva (PSB), segundo o analista Maurício Romão.

Romão destaca dois pontos, tendo em vista as últimas seis pesquisas realizadas com o foco presidencial. Para ele é possível constatar a "ampliação" da distância no percentual de votos entre a presidente e os mais prováveis adversários, possibilitando que o pleito seja encerrado no primeiro turno e o crescimento das intenções de voto para a petista, chegando a obter um "teto" eleitoral. 

Confira a análise de Maurício Romão na íntegra:

Desde a celebração da coalizão PSB-Rede, na data-limite de 5 de outubro, foram realizadas seis pesquisas nacionais de intenção de votos pelos institutos Datafolha, Vox Populi, Ibope, Sensus, MDA e Ibope, nesta ordem (vide gráfico).

Os números são muito claros em dois aspectos:

(1) a distância de pontos de intenção de votos entre a presidente e os mais prováveis adversários, Aécio Neves e Eduardo Campos, vem mostrando ampliação (passou de seis para 22 pontos entre a primeira pesquisa e a última), o que aumenta a possibilidade de o pleito ser encerrado no primeiro turno;

(2) as intenções de voto de Dilma (média de 42%) atingiram um teto, pelo menos nestes dois meses.

A eventual ocorrência de teto em intenções de voto acontece também na “avaliação do governo” da presidente. Esta variável, mensurada pela soma das manifestações positivas de ótimo e bom, é considera pelos cientistas políticos como um dos principais fatores determinantes do voto em eleições disputadas por incumbentes. Governos bem avaliados tendem a reeleger-se ou fazer sucessores. A avaliação de governo tem outra característica importante: ela independente dos cenários de intenção de votos.

A tabela que acompanha o texto desfila números da avaliação que os eleitores têm feito da gestão da presidente, nas pesquisas do Ibope. Nota-se que a popularidade (outro conceito para a soma de ótimo e bom) da presidente Dilma quase não te sofrido alterações, gravitando no entorno de 38%, desde agosto, perpassando o período da surpreendente aliança Marina-Eduardo.

Enfim, tanto em intenções de voto, quanto em popularidade, a presidente está encontrando dificuldades de superar as casas médias de 42% e 38%, respectivamente. O objetivo maior da governante é ultrapassar estes limites, de certa forma desconfortáveis para a reeleição pretendida. Sua vantajosa condição de incumbente, porém, é facilitadora desse intento. 

Do lado dos adversários, o desafio é reconquistar adeptos e ainda fazer novos, de tal sorte que aproximem suas intenções de voto do plateau que a líder das pesquisas exibe, garantindo, assim, a segunda etapa do pleito.

Se a incumbência soma a favor da presidente, as manifestações de junho, que deixaram algo de inescrutável e imponderável no ar, tendem a pesar para o lado da oposição. Afinal de contas, esta pesquisa do Ibope mostrou que 62% da população quer que o próximo presidente opere mudanças no País, contra 35% que preferem a continuidade do que está aí. Como disse Marina Silva: “O imprevisível ronda o palco dos acontecimentos”.

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