PSB avalia apoio ao PMDB para a presidência do Senado
Socialistas querem garantias de compromisso com a reforma política, com a reformulação do pacto federativo e com a democratização do Senado
O PSB recuou da ideia de lançar candidato próprio à presidência do Senado, mas vai apresentar condições para apoiar o nome de Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC) na disputa. Entre os pontos considerados fundamentais pela sigla está o compromisso com a reforma política, com a reformulação do pacto federativo e com a democratização do Senado.
"Se houver compromisso do senador Luiz Henrique com essa pauta do PSB, nós daremos apoio. Se não houver compromisso, nós lançaremos a nossa candidatura", disse a líder da sigla na Casa, Lídice da Mata (BA). A candidatura de Luiz Henrique, apresentada nessa terça, 27, é uma dissidência dentro do PMDB, que já era representado na disputa pelo senador, e atual presidente da Casa, Renan Calheiros (AL). Luiz Henrique conta com apoio de legendas da oposição, de uma ala independente do PMDB e também, de forma velada, de parte da base aliada do governo.
Os seis senadores que formarão a bancada do PSB na próxima legislatura participaram da reunião e devem se encontrar com Luiz Henrique nesta quarta-feira, 28, para apresentar a pauta de reivindicações. Quando se lançou candidato nesta terça, o senador catarinense já havia elencado como prioridade a reforma política e mudanças no pacto federativo, que, em linhas gerais, define as obrigações da União, Estados e municípios.
Segundo Lídice, o objetivo do PSB ao cogitar lançar o nome do senador Antonio Carlos Valadares (SE) era "quebrar a inércia" do processo de eleição no Senado e fazer com que os candidatos se apresentassem para a disputa. Faltando cinco dias para a eleição, o atual presidente do Senado, Renan Calheiros, sequer oficializou a sua candidatura à reeleição, o que está previsto para acontecer somente no sábado, após a reunião do PMDB.
Até então sem adversário declarado, Renan estava mantendo a estratégia de ficar longe dos holofotes para evitar desgastes. O receio era virar alvo de críticas por ter sido um dos 28 citados pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa em sua delação premiada, na qual detalhou como funcionava o esquema de corrupção na estatal. A eleição para o Senado será neste domingo, 1º de fevereiro.