Líderes da oposição dizem Dilma 'faltou com a verdade'
Segundo eles, a petista “frustrou o Brasil” ao não “assumir suas responsabilidades”
Parlamentares que integram a bancada de oposição à presidente Dilma Rousseff (PT) avaliaram o pronunciamento feito por ela na noite desse domingo (8), por ocasião do Dia Internacional da Mulher, como uma “oportunidade perdida”. Segundo eles, a presidente “faltou com a verdade” e “frustrou o Brasil” ao não “assumir suas responsabilidades”.
"A presidente pede a união dos brasileiros. Mas apenas quem é capaz de admitir seus erros, buscar o diálogo e respeitar as diferenças é capaz de apontar novos caminhos e liderar um consenso. Não é o caso da presidente, como se ainda houvesse dúvida, o pronunciamento demonstrou. Nem uma autocrítica, nem um pedido de desculpas", avaliou, em nota, o senador Aécio Neves (PSDB).
O tucano rebateu algumas declarações de Dilma relacionadas à política econômica do governo. “Ao contrário do que foi dito, os sacrifícios que a presidente da República diz querer dividir entre os brasileiros penalizam mais os mais fracos e mais pobres”, observou. “Mas a presidente tem razão num ponto: os brasileiros estão irritados e preocupados. E sabem bem com o quê e com quem”, alfinetou Aécio.
Na avaliação do líder da minoria na Câmara Federal, o deputado Bruno Araújo (PSDB), o Brasil tem registrado um crescimento econômico inferior aos países emergentes. “Na era Dilma, o Brasil tem registrado crescimento econômico inferior à América do Sul, inferior à América Latina e aos países emergentes. Estamos aquém da média mundial”, observou. “Não importa o critério. Na era Dilma ficamos para trás enquanto as demais nações se desenvolvem. A culpa de nossos problemas não é da crise externa, mas sim dos grandes erros cometidos pela equipe da presidente”, acrescentou o líder.
A petista dedicou a maior parte do seu pronunciamento para justificar o ajuste fiscal, um dos temas que tem feito cair a avaliação do seu governo. Sobre o escândalo das suspeitas de corrupção na Petrobras, a presidente optou por não dar foco. Ela mencionou rapidamente os últimos episódios, frisando que a investigação das denúncias de corrupção na estatal é "ampla, livre e rigorosa".
“Ela frustrou o Brasil ao não fazer o mea culpa dos erros cometidos e não teve a coragem de anunciar as ações que o governo vai ter que tomar para vencer as mazelas decorrentes da herança que ela deixou para si própria. Preferiu o velho escapismo da inexistente crise internacional”, avaliou o senador e presidente nacional do DEM, José Agripino. “Sobre Petrobras, uma linha. Só”, disparou acrescentando.