Deputados querem punir gays por 'profanação religiosa'

Grupo pernambucano vai definir nesta quarta-feira (10) como devem proceder quanto aos atos. Um dos deputados da bancada, Adalto Santos (PSB), chegou a dizer que se fosse muçulmano resolveria o assunto com um espingarda

por Giselly Santos qua, 10/06/2015 - 10:36
Alepe O socialista afirmou que o uso de símbolos religiosos está levando o país ao abismo Alepe

Integrantes da bancada evangélica da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) se reúnem nesta quarta-feira (10) para decidirem como vão acionar a Justiça contra os que participaram da 19ª Parada do Orgulho LGBT, no último domingo (7) em São Paulo, e usaram símbolos cristãos para repudiar a intolerância religiosa. De acordo com o líder do grupo, o deputado estadual Cleiton Collins (PP), os que estavam fantasiados com “zombaram da religiosidade” dos brasileiros. 

“Vamos analisar com cuidado as imagens. O importante é que esse grupo seja punido, para que não haja uma generalização dos que participaram do evento”, observou o progressista. A atitude dos manifestantes tem sido tema de acaloradas discussões na Casa. Nessa terça-feira (9), o deputado estadual Bispo Ossésio Silva (PRB) mencionou que o Código Penal considera crime vilipendiar publicamente objeto de culto religioso e avaliou que o episódio configurou uma afronta à liberdade religiosa. 

“Nada contra a passeata, afinal o nosso país é laico. A minha indignação é contra a utilização de objetos religiosos. Internautas católicos, evangélicos, espíritas e até pessoas que não professam religião demonstraram sua revolta. Mesmo pessoas que se declaram gays afirmaram que os que ironizaram a imagem de Cristo não os representam”, ressaltou Ossésio. 

O republicano não foi o único a disparar contra os que participavam da parada. Apesar de ter um perfil ponderado, o deputado estadual Adalto Santos (PSB) mostrou revolta quanto às atitudes. “Há uma senhora despida e dois homens se beijando na cruz e usando espécies de coroas de espinho. Esse tipo de atitude está levando nosso país ao mais profundo dos abismos”, disse. “Vou encaminhar essa pouca vergonha (as fotos) para o papa. Isso é um caso de polícia e ela devia ter agido. (...) Se eu fosse muçulmano, eu pegaria uma espingarda e resolveria, mas eu sou cristão”, esbravejou. 

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