Recifenses aprovam democracia e liberdade de imprensa

Na pesquisa do IPMN, os dados comprovam que a ditadura é escolhida pela minoria dos moradores da capital pernambucana

por Élida Maria qua, 05/08/2015 - 00:00
Reprodução da Internet Em tuitaço em favor de Dilma e da democracia, no mês de março, manifestantes se colocaram contra a ditadura Reprodução da Internet

Em meio à realização de algumas manifestações pelo Brasil afora em favor da volta da ditadura militar, o Instituto de Pesquisa Mauricio de Nassau (IPMN), em pequisa encomendada pelo Portal LeiaJá em parceria com o Jornal do Commercio, revelou que a maioria dos recifenses é favorável ao regime democrático e à liberdade de imprensa. A amostra colheu opiniões de mais de 620 pessoas entre os dias 21 e 22 de julho e comprovou a escolha dos moradores da capital pernambucana. 

Indagados se seriam favoráveis à liberdade de imprensa, 82,4% das pessoas responderam sim, 16,2% não e 1,4% não se posicionaram. Quando o IPMN fez a mesma pergunta se referindo ao passado, os dados foram menores, mas ainda prevaleceu a maioria da aprovação. Neste aspecto, 75,6% garantiram optar pela liberdade de imprensa, 23% não concordaram e 1,4% não responderam. 

Outro aspecto da pesquisa traz o seguinte questionamento: “Você prefere democracia ou ditadura no Brasil?”. Nessa pergunta, 85,8% preferiram a democracia, 11,5%, ditadura, 1,1% disseram nenhum e 1,6% não responderam. Numa comparação sobre como pensavam antes, os participantes quase não mudaram de opinião e 85,9% permaneceram favoráveis ao regime democrático, 11,3% optaram pela ditadura, 1,5% por nenhum e 1,3% não souberam responder. 

De acordo com o doutor em ciência política e professor da Universidade Federal de Pernambuco, Adriano Oliveira, os dados confirmam que apesar dos atos públicos, o favoritismo da ditadura é menor. “Isso significa que apesar de algumas manifestações pregando a ditadura, isso é uma minoria. Nós podemos até afirmar que a democracia está se consolidando no nosso país, principalmente agora com a Operação Lava Jato”, avaliou.

Para o doutor em sociologia, mestre em direitos humanos e professor do Grupo Ser Educacional, Wagner Arandas, as manifestações foram fatos isolados de alguns indivíduos. “Uma expectativa de uma moralidade, porém lembro-me de uma frase, que não recordo o autor, mas que é muito utilizada por sociólogos: na democracia você pode pedir o retorno da ditadura, mas na ditadura as pessoas não podem pedir o retorno da democracia”, destacou. 

Sobre a credibilidade dos recifenses em relação à democracia, Arandas analisa que “querendo ou não, as pessoas acabam votando no político porque aquele político é a opção dela, mas a democracia traz a possibilidade de após quatro anos, a pessoa tomar uma decisão diferente”, contextualizou. Além disso, o professor relembra as consequências da ditadura. “A ditadura militar acabou trazendo muitas cicatrizes para a sociedade. Todo mundo vai conhecer alguém que sofreu na ditadura”, reforçou. 

Sobre a aceitação da liberdade de imprensa, Wagner Arandas ressaltou a importância dos veículos de comunicação para a população. “E a questão da imprensa é porque são os olhos da sociedade, ela pode mostrar para as pessoas a realidade”, completou o doutor. 

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