Humberto nega blindagem de Lula e o aponta como 'solução'

Líder do governo no Senado, o pernambucano disse que Lula integra a gestão federal com a missão de “construir uma unidade nacional" e devolver o Brasil aos trilhos

por Giselly Santos qua, 16/03/2016 - 16:38

Durante discurso na tribuna da Casa nesta quarta-feira (16), as acusações de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assume o Ministério da Casa Civil apenas para garantir o foro privilegiado e ser blindado das investigações quanto o envolvimento dele no esquema de corrupção na Petrobras. O parlamentar pontuou que Lula chega ao 1º escalão do Governo Federal “com a finalidade de assessorar” a presidente Dilma Rousseff (PT) da mesma forma que ela o assessorou enquanto ministra da Casa Civil de 2005 a 2010. 

“Não há mentira maior. O ex-presidente que – assim como Dilma, foi preso político da ditadura militar – jamais se colocou acima da lei ou deixou de responder a qualquer demanda sobre esclarecimentos dos seus atos, mesmo quando essas ações foram absolutamente abusivas”, disse citando a condução coercitiva de Lula para prestar depoimento a Polícia Federal no último dia 4. 

Sob a ótica do líder, as acusações de blindagem ofendem a atuação dos ministros do Supremo Tribunal Federal. “Ela traz implícita a perigosa ilação de que os integrantes da Suprema Corte julgam para proteger detentores de foro privilegiado”, pontuou. “Essa operação, aliás, o país fique tranquilo: ela não vai parar”, acrescentou garantindo. Durante sua fala, Humberto mencionou que o governo do PT foi responsável pela autonomia das instituições públicas e declarou que é graças ao governo Dilma que “não tem havido interferências no desenrolar dessa operação [a Lava Jato]”. 

“É hora de encerrarmos de vez com as acusações levianas e pensarmos no Brasil e em soluções que atendam aos interesses da nossa população soluções essas que não passam por golpes institucionais que levem à ruptura da ordem democrática nacional”, prega o líder do governo. De acordo com ele, Lula integra a gestão federal nesse sentido e com a missão de “construir uma unidade nacional em torno de grandes temas, que nos tire desse impasse improdutivo e devolva o Brasil aos trilhos do avanço e do desenvolvimento”. 

“Lula vem agregar sua experiência, seus conhecimentos, suas habilidades ao governo da presidenta Dilma para que, juntos, num grande esforço nacional, possamos tirar o Brasil da crise, recuperar nossa economia e retomar nossas discussões pelo crescimento e futuro”, observa, pontuando a “afinada parceria” entre Dilma e o ex-presidente. Humberto disse também que Lula protagonizou “um capital político inigualável construído no coração e na confiança dos brasileiros” durante os dois mandatos como presidente.

O líder destacou ainda a “grandeza” do ministro Jaques Wagner diante da mudança. “Ele foi de uma grandeza ímpar no processo de convencimento para que o ex-presidente assumisse a sua própria cadeira, dada a relevância da Casa Civil na articulação política e na coordenação de ações de governo”. 

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