Humberto vê ameaça a direitos das mulheres na gestão Temer
Para o senador, o presidente em exercício está se aliando ao que "há de mais conservador na política"
Apesar do presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), anunciar a criação de um departamento especializado em violência contra a mulher na Polícia Federal, o senador Humberto Costa (PT) afirmou que há o risco de que o gênero perca alguns direitos durante a gestão do peemedebista. Segundo o senador, ao montar um ministério formado exclusivamente de homens e ao se aliar a o que “há de mais conservador na política” Temer dá sinais que “pode revogar conquistas históricas”.
“Há um recrudescimento das ideias, das ações e da ideologia machista no nosso país. E isso é reflexo também do que acontece hoje nas disputas da sociedade. Temos um governo que além de ilegítimo e ilegal é formado único e exclusivamente por homens. Essa é uma clara sinalização para sociedade que as conquistas que obtivemos nos últimos anos elas podem ser definitivamente revogadas”, disse o senador citando como exemplo a Lei Maria da Penha, criada em 2006, e que visa aumentar o rigor na punição de crimes contra as mulheres.
Para Humberto, há um crescimento da pauta conservadora no Congresso Nacional. “Essas ações estão claramente conectadas ao governo provisório de Temer. É só olhar quem está ao lado dele: nomes como Jair Bolsonaro (PSC), Eduardo Cunha (PMDB), Marcos Feliciano (PSC). Um grupo que, para dizer o mínimo, distribui ódio e preconceito por onde passa. O próprio líder do governo golpista na Câmara [André Moura – PSC] é um exemplo dessa política conservadora. Ele é coautor de uma lei dificulta o atendimento de mulheres vítimas de estupro”, afirmou citando o projeto que prevê mudanças na análise das consequências do crime para a mulher, como uma provável gravidez.
Sobre o caso da jovem de 16 anos estuprada no Rio de Janeiro por 33 homens, o senador afirmou que o ato é “um recrudescimento da ideologia machista no Brasil”. “Nós que guerreamos nas fileiras na defesa dos avanços e das conquistas sociais, estamos lutando pela igualdade de gênero. Vamos nos unir com essa grande mobilização das mulheres de todo o Brasil para que definitivamente possamos sepultar o machismo”, frisou, pontuando a necessidade de intensificar a luta para evitar mais retrocessos nos direitos das mulheres.