Morte de Morato deve ser esclarecida em até duas semanas

É o que afirma a delegada Gleide Ângelo. Uma nova perícia foi realizada neste sábado (2) no motel em que o empresário investigado na Operação Turbulência foi encontrado morto

por Jorge Cosme sab, 02/07/2016 - 15:50
Nathália Guimarães/LeiaJáImagens Delegada Gleide Ângelo e a perita criminal Vanja Coelho detalharam a perícia realizada neste sábado (2) Nathália Guimarães/LeiaJáImagens

As circunstâncias da morte do empresário Paulo César Morato devem ser esclarecidas em duas semanas, prevê a delegada Gleide Ângelo, responsável pelas investigações. Neste sábado (2), uma nova perícia foi realizada no Motel Tititi, em Olinda, onde Morato foi encontrado morto no último dia 22 de junho.

Em coletiva, Gleide Ângelo disse que desta vez o objetivo foi conhecer os detalhes da estrutura física do motel e apresentar ao perito criminal responsável por analisar as câmeras onde estão instalados os equipamentos de filmagem.  A delegada alegou que o procedimento foi de praxe.

"Eu recebi as imagens das câmeras e há a necessidade de fazer perícias das imagens. O perito criminal não conhecia o local e a posição das câmeras. Com essa perícia, ele vai saber agora como tudo aconteceu", ela explicou. 

A perita criminal do Instituto de Criminalística (IC), Vanja Coelho, deu detalhes, durante a coletiva, de quais procedimentos foram realizados. "Foi feito o rebatimento topográfico da parte interna e externa do espaço físico do motel para que o nosso perito especialista produzisse um desenho esquemático que tenha todas as estradas e saídas, possibilidades e não possibilidades", disse. 

"Eu não dou duas semanas para o caso estar concluído. Estamos na reta final mesmo", complementou Gleide Ângelo. Nos próximos passos da investigação, segundo a delegada, o perito tentará identificar as pessoas que entraram e saíram do Motel Tititi durante o período em que Morato esteve no local, além de avaliar se há pontos cegos que a câmera não registrou e se há cortes nas gravações. 

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Polêmica - A nova perícia no Motel Tititi chamou a atenção da imprensa devido às polêmicas geradas em torno da investigação da morte de Morato. Os desencontros começaram com os peritos papiloscopistas sendo impedidos pela chefia da Polícia Científica de realizar perícias no motel um dia após o corpo do empresário ser encontrado. A Secretaria de Defesa Social (SDS) assumiu que um erro na comunicação entre as polícias resultou no acontecido, mas desde então teorias de queima de arquivo passaram a surgir, visto que Morato é suspeito de participação de esquema criminoso que envolve empreiteiras e políticos. 

Operação Turbulência – Deflagrada pela Polícia Federal na terça-feira (21), a operação prendeu quatro empresários: João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite, Apolo Santana Vieira – apontados como líderes – e Arthur Roberto Lapa Rosal, que atuaria como “testa de ferro”, cedendo sua conta pessoal para as transações de lavagem de dinheiro. 

Um mandado de prisão preventiva também havia sido expedido contra Morato. Ele é apresentado como dono da empresa Câmara e Vasconcelos Locação e Terraplenagem Ltda, identificada pela polícia como sendo de fachada.

A empresa fantasma recebeu R$ 18,8 milhões da empreiteira OAS Engenharia para supostas obras de terraplenagem na Transposição do Rio São Francisco. A Câmara e Vasconcelos também aparece como uma das empresas que participaram da aquisição do avião Cessna Citation, usado por Eduardo Campos durante a campanha para presidente e no acidente aéreo. Os indícios iniciais levam a crer, então, que a OAS seria responsável pela aquisição da nave com verba pública desviada da Petrobrás. 

Com informações de Nathália Guimarães

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