Tópicos | Operação Turbulência

Ao indicar o senador Fernando Bezerra (MDB-PE), líder do governo Jair Bolsonaro na Casa, e seu filho, deputado Fernando Bezerra Coelho Filho (DEM-PE) pelo suposto recebimento de R$ 10,4 milhões em propinas, a Polícia Federal também apontou evidências de caixa 2 nas campanhas da dupla para as eleições 2012 e 2014. Segundo os investigadores, o 'recebimento clandestino de verbas' soma R$ 3,2 milhões em ambos os pleitos.

Além da omissão de prestação de contas à Justiça Eleitoral, os investigadores também apontaram suposta compra de apoio político por parte da família Bezerra, por isso pediram ao Supremo Tribunal Federal o compartilhamento do inquérito com a Procuradoria-Geral Eleitoral 'para ciência e adoção das providências que entender pertinentes'.

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A indicação da delegada Andréa Pinho Albuquerque da Cunha consta no relatório de 300 páginas sobre a investigação aberta em 2017, a partir das delações de operadores financeiros pernambucanos alvo da Operação Turbulência - que investigou o acidente aéreo que matou o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), na campanha presidencial de 2014. Fernando Bezerra e seu filho foram alvos de um desdobramento de tal investigação, batizada Operação Desintegração, em setembro de 2019.

Ao abordar especificamente os indícios de abuso de poder econômico com a compra de apoio político, a PF diz que Fernando Bezerra e seu filho tinham um 'projeto de expansão política' pelo sertão pernambucano, se valendo 'de artifícios espúrios' para cumprir tal objetivo, 'desregulando a necessária isonomia entre os candidatos no sufrágio'. Os investigadores citam ao menos quatro transferências de valores a empresas ou pessoas ligadas a políticos expoentes nas regiões de interesse da família Bezerra.

A PF lembra que nas eleições de 2012, Fernando Bezerra Coelho Filho se candidatou à prefeitura de Petrolina, mas não foi eleito - 'a despeito de todos os recursos obtidos e de todas as despesas efetuadas à margem do conhecimento da Justiça Eleitoral'. Por outro lado, os investigadores apontam que 'não pairam dúvidas' de as compras de apoio político surtiram efeito já no pleito seguinte, em 2014, quando membros da família conquistaram vagas em distintas Casas Legislativas - Fernando Bezerra no Senado, Fernando Bezerra Coelho Filho na Câmara dos Deputados e Miguel de Souza Leão Coelho (neto do líder do governo no Senado) na Assembleia Legislativa estadual.

Já os indícios de caixa 2 são detalhados em segmento do relatório que descreve as imputações a Fernando Bezerra. A PF diz que as investigações 'demonstram veementemente' que o senador solicitou, por intermédio de Iran Padilha Modesto (pessoa de sua confiança), um empréstimo de R$ 1,5 milhão João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho e Eduardo Freire Bezerra Leite, delatores da Operação Turbulência. Segundo os investigadores, tais valores não foram declarados à Justiça Eleitoral, com exceção de uma doação de R$ 45 mil que partiu de uma concessionária cujo 'real dono' seria o próprio Fernando Bezerra.

Os valores teriam sido destinados, em parte, à campanha de Fernando Bezerra Coelho Filho ao cargo de Prefeito de Petrolina em 2012, bem como a outros candidatos de municípios localizados no sertão pernambucano, 'os quais compõem o seu curral eleitoral'. Além disso, os investigadores dizem que há 'provas cabais' de que o político omitiu, na prestação de contas de sua campanha ao Senado em 2014, receitas de R$ 1,8 milhão também oriundas dos delatores da 'Turbulência'.

COM A PALAVRA, OS ADVOGADOS ANDRÉ CALLEGARI E ARIEL WEBER, QUE REPRESENTAM FERNANDO BEZERRA E FERNANDO FILHO

"A defesa do senador Fernando Bezerra Coelho e do deputado federal Fernando Filho esclarece que o relatório final do Inquérito 4513 não passa de opinião isolada de seu subscritor, que, inclusive, se arvora em atribuições que sequer lhe pertencem, sem qualquer força jurídica vinculante. Essa investigação, nascida da palavras falsas de um criminoso confesso, é mais uma tentativa de criminalização da política, como tantas outras hoje escancaradas e devidamente arquivadas."

A empresa Lídermac é o principal alvo da Operação Vórtex, deflagrada nesta terça-feira (31) pela Polícia Federal de Pernambuco para investigar irregularidades na compra do avião Cessna Citation PR-AFA utilizado pelo ex-governador Eduardo Campos (PSB) em 2014, quando um acidente aéreo provocou a morte dele e de mais seis pessoas. 

Do segmento de equipamentos de construção, a Lídermac repassou, em julho de 2014, o valor de R$ 159.910 para a Câmara & Vasconcelos e, de acordo com a PF, dois dias depois este mesmo montante foi transferido para a dona da aeronave utilizando a conta da Câmara & Vasconcelos apenas como uma conta de passagem. 

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Em coletiva à imprensa para dar detalhes sobre a Operação, o superintendente da PF em Pernambuco, Marcello Diniz Cordeiro, não confirmou o nome da empresa investigada, mas afirmou que o que despertou a atenção foi o fato dela ter vários contratos firmados com o Governo de Pernambuco. As contratações investigadas são de 2010 a 2016 e giram no valor de R$ 87 milhões, sendo R$ 75 milhões firmados apenas durante a gestão de Eduardo Campos.

"Não é que estes contratos sejam irregulares, mas o fato de ter usado uma empresa como conta de passagem é típico da lavagem de dinheiro", explicou o superintendente. Mas, de acordo com ele, os contratos podem ter sido a “motivação” para contribuir com a compra da aeronave. Até porque, a Lídermac é responsável por doações milionárias a campanhas de partidos e políticos ligados ao ex-governador. 

"A suspeita é de que poderia haver uma relação muito próxima da empresa com partidos políticos, que tenham contribuído firmando contratos com órgãos públicos para conseguir uma retribuição através de doações de campanhas políticas", salientou Diniz. “Quanto mais aumentava os contratos com o governo estadual mais aumentava as doações”, acrescentou. 

A investigação é um desmembramento da Operação Turbulência e também levou para depor de forma coercitiva os donos da Lídermac: Rodrigo Leicht Carneiro Leão - genro do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) José Múcio Magalhães -, Gerson Carneiro Leão Neto, Gláucio José Carneiro Leão Filho e Camila Leicht Carneiro Leão. 

Apesar das suspeitas, a Polícia Federal destacou que ainda não há um inquérito ou indiciamentos contra os empresários ou a empresa. 

A Polícia Federal (PF) em Pernambuco deflagrou, na manhã desta terça-feira (31), a Operação Vórtex para investigar mais uma empresa envolvida na compra avião Cessna Citation PR-AFA, utilizado pelo ex-governador Eduardo Campos (PSB) na campanha presidencial em 2014 e que caiu em Santos matando, além de Campos, mais seis pessoas. A investigação é um desmembramento da Operação Turbulência

De acordo com a PF, após uma análise nas contas bancárias das empresas investigadas pela Turbulência que compraram a aeronave foi identificado que uma das companhias teria sido utilizada apenas como conta de passagem, pois recebeu valores de outra empresa dois dias antes de realizar a compra do avião. Esta outra empresa é o principal é o alvo da Vórtex.

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“Ao investigar mais a fundo a empresa remetente dos recursos, verificou-se que ela possui contratos milionários com o governo do Estado e que suas doações a campanhas políticas aumentaram de forma exponencial ao longo dos últimos anos, notadamente para o partido e candidatos apoiados pelo ex-governador do estado, Eduardo Campos”, afirmou a PF em nota. 

Ao todo, 30 policiais federais cumprem dez ordens judiciais em Pernambuco, sendo seis mandados de busca e apreensão nos bairros de Boa Viagem e Pina, no Recife, e em Jaboatão dos Guararapes, além de quatro mandados de condução coercitiva em Boa Viagem. Estão sendo investigados os crimes de corrupção, direcionamento de licitação e lavagem de dinheiro. As equipes estão nas ruas desde às 6h.

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Apontado pela Polícia Federal como responsável por entregar propina de empreiteiras ao ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) - morto em um acidente de avião, em agosto de 2014 -, o empresário João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, conhecido como João Lyra, assinou acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) no âmbito da Operação Turbulência. Lyra se apresentou formalmente como o único comprador do avião que caiu em Santos (SP).

O acordo ainda precisa ser homologado pela Justiça e João Lyra deve prestar depoimento nas próximas semanas. Além dele, também optaram pela delação Eduardo Freire Bezerra Leite e Apolo Santana Vieira. Os três empresários pernambucanos foram alvo da Turbulência, responsável por investigar o arrendamento da aeronave Cessna Citation PR-AFA que caiu em Santos (SP) e vitimou o então candidato Eduardo Campos.

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A reportagem apurou que além dos fatos envolvendo o avião, João Lyra negociou com os investigadores o detalhamento de todas as transações financeiras realizadas por seu grupo cujos valores são oriundos de superfaturamento de obras públicas e de esquemas envolvendo empreiteiras e o governo de Pernambuco.

Para chegar aos verdadeiros proprietários do jatinho, os investigadores identificaram empresas de fachada supostamente utilizadas para lavar e escoar dinheiro oriundo de obras públicas para campanhas políticas. Foram investigados repasses da Camargo Corrêa e da OAS que teriam origem em desvios praticados em obras da Petrobras em Pernambuco e na transposição do Rio de São Francisco. Parte das informações foi compartilhada com a força-tarefa da Operação Lava Jato.

Na denúncia oferecida pelo MPF contra 18 pessoas envolvidas no caso, o MPF apontou que os três empresários lideravam o grupo criminoso que lucrava com "a prática de agiotagem", lavagem de dinheiro proveniente de superfaturamento de obras públicas e pagamento de propina para agentes públicos. Apesar de a primeira denúncia ter sido arquivada, a investigação continua e deve dar origem a novas denúncias.

À época da deflagração da Turbulência, o PSB, do qual Campos era presidente, reiterou a sua confiança na "conduta sempre íntegra do ex-governador" e "o apoio incondicional ao trabalho de investigação da Polícia Federal e do Ministério Público, esperando que resulte no pleno esclarecimento dos fatos". A Camargo Corrêa afirmou que a empresa foi a primeira a colaborar e que segue à disposição da Justiça. Procurada, a OAS não respondeu até a conclusão desta edição. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco apresentou um recurso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) solicitando que as investigações oriundas da Operação Turbulência sejam desarquivadas. O documento foi encaminhado à Corte Judicial nessa quarta-feira (30). O processo foi trancado no último dia 8 pela Segunda Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5).  A Operação Turbulência investiga a formação de uma organização criminosa para operar um esquema de lavagem de dinheiro. A suspeita é de que o grupo tenha movimentado mais de R$ 600 milhões em ações irregulares e tenha financiado a campanha do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), em 2014.

O trancamento da ação se deu em função do julgamento do habeas corpus impetrado por um dos réus, o empresário Apolo Santana Vieira. No habeas corpus, a defesa de Apolo Vieira alegou que não poderia haver condenação pelo crime de organização criminosa sem que ficasse comprovada a ocorrência da lavagem de dinheiro e, por isso, o processo não deveria ter andamento. Ao arquivar a ação Segunda Turma da Corte considerou que faltam evidências na denúncia do MPF.

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O MPF considera, entretanto, que a denúncia é “rica em detalhes” e “deixa evidente a existência de uma organização criminosa, descreve seu funcionamento e o papel que cada acusado exercia no grupo, e ainda relata vultuosas operações financeiras envolvendo os acusados com empresas de fachada, o que é suficiente para que a ação penal tenha prosseguimento”.

Autor do recurso, o procurador regional da República Joaquim José de Barros Dias considera que o trancamento da ação penal é “prematuro, inconveniente e contrário ao interesse público”. “Que interesse deve prevalecer neste momento? O do acusado, que não deseja ser processado, ou o da sociedade, que confia na justiça e quer ver apurados os fatos?”, questionou. Ainda não há uma data prevista para o STJ julgar o recurso, mas a expectativa é de que seja analisado até o dia 20 de dezembro. 

Além de Apolo Vieira, a ação penal também indiciava os empresários João Carlos Lyra Pessoa Mello Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite, Arthur Roberto Lapa Rosal e mais 14 pessoas. Crimes contra o sistema financeiro nacional, como agiotagem, desvios de recursos públicos federais e pagamentos de propina a políticos também compõe a lista de acusações dos indiciados. Os quatro empresários, de acordo com o MPF, eram líderes e gerentes do esquema. No primeiro grupo, enquadram-se João Carlos Lyra, Eduardo Leite e Apolo Vieira. Já Arthur Rosal estaria no segundo.

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O Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) arquivou o processo movido contra investigados pela Operação Turbulência, que apura o envolvimento de uma organização criminosa que atua com lavagem de dinheiro na compra do avião utilizado pelo ex-governador Eduardo Campos (PSB) na campanha presidencial em 2014. Para fechar o andamento da ação penal, a Segunda Turma da Corte considerou que faltam evidências na denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) comprovando a prática de lavagem de dinheiro.  

A decisão foi motivada por um argumento apresentado pela defesa do empresário Apolo Santana Vieira de que não era possível separar a acusação de organização criminosa da de lavagem de dinheiro.  

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“Nesse caso, a organização criminosa está essencialmente ligada à lavagem de dinheiro. Porque todas as decisões, de prisão, de sequestro de bens, a própria denúncia, são pautadas no crime de lavagem de dinheiro, nas supostas movimentações financeiras atípicas. Como eles poderiam se defender de uma acusação de que foi formada uma organização criminosa para praticar lavagem de dinheiro se não há elementos do crime? Isso obstaculiza o direito de defesa”, justificou Talita Caribé, sócia de Ademar Rigueira, advogado de Apolo Vieira. 

Mesmo com a ponderação, o relator do processo, desembargador Ivan Lira de Carvalho, chegou se colocar contra o arquivamento do processo, no entanto, foi voto vencido pelos outros dois desembargadores da sessão, Vladimir Souza Carvalho e Paulo Roberto de Oliveira Lima. Os magistrados aceitaram a argumentação da defesa e pontuaram que o MPF não indicou nem quem seriam os beneficiários da suposta organização. 

A Operação Turbulência foi deflagrada pela Polícia Federal, em junho, e investiga um grupo que teria movimentado, a partir de empresas laranjas, mais de R$ 600 milhões para supostamente custear campanhas de políticos pernambucanos. Entre os acusados estão João Carlos Lyra Pessoa Mello Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite, Apolo Santana Vieira e Arthur Roberto Lapa Rosal, que foram presos, mas já respondiam o processo em liberdade. 

Os quatro empresários, de acordo com o MPF, eram líderes e gerentes do esquema. No primeiro grupo, enquadram-se João Carlos Lyra, Eduardo Leite e Apolo Vieira. Já Arthur Rosal estaria no segundo. Além deles, a denúncia arquivada pelo TRF5 também indiciava mais 14 pessoas por crimes contra o sistema financeiro nacional, lavagem de dinheiro oriundo de superfaturamento em obras públicas, além de pagamento de propinas a agentes políticos e funcionários públicos.

O MPF deve recorrer da decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A Polícia Federal não comentou o caso. 

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio concedeu o habeas corpus aos empresários presos pela Operação Turbulência, que investiga uma organização criminosa responsável por lavar dinheiro de obras públicas para financiar campanhas políticas – entre elas a do ex-governador Eduardo Campos (PSB) em 2014. A decisão foi publicada pelo Diário Oficial da Justiça nesta quarta-feira (14).

Presos desde junho, no Centro de Triagem (Cotel) em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife (RMR), João Carlos Lyra Pessoa Mello Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite, Apolo Santana Vieira e Arthur Roberto Lapa Rosal já podem responder ao processo em liberdade, mas, de acordo com a decisão do ministro, devem permanecer na residência indicada a Justiça Federal e comunicar qualquer tipo de alteração.

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O alvará de soltura foi concedido após uma solicitação feita pelo advogado de João Carlos Lyra, Nabor Bulhões. Na decisão, o magistrado estende o benefício para todos os supostos envolvidos no esquema em fase da apuração pela Justiça Federal. 

Outros pedidos de liberdade já haviam sido solicitados em instâncias menores da Justiça. Em agosto, Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) negou, por unanimidade, o pedido de liberdade do empresário Arthur Rosal.

Os quatro empresários são apontados pelo Ministério Público Federal (MPF) como líderes e gerentes do esquema. No primeiro grupo, enquadram-se João Carlos Lyra, Eduardo Leite e Apolo Vieira. Já Arthur Rosal estaria no segundo. Além deles, o MPF indiciou mais 14 pessoas por crimes contra o sistema financeiro nacional, lavagem de dinheiro oriundo de superfaturamento em obras públicas, além de pagamento de propinas a agentes políticos e funcionários públicos.

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O Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) negou, por unanimidade, o pedido de liberdade do empresário Arthur Roberto Lapa Rosal, apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como um dos gerentes da organização criminosa que supostamente operava com lavagem de dinheiro para beneficiar políticos pernambucanos, entre eles, o ex-governador Eduardo Campos (PSB), morto em 2014.

O empresário está detido no Centro Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife, desde 21 de junho, quando a Operação Turbulência foi deflagrada. A rejeição do habeas corpus aconteceu nessa terça-feira (9).

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Rosal é suspeito de ter recebido R$ 100 mil das empresas pertencentes a Roberto Trombeta e Rodrigo Morales, além de outros benefícios a partir de articulações com a Câmara & Vasconcelos Locação e Terraplanagem. 

“Antes de se visualizar regularidades nas transações financeiras do ora paciente, mostram-se fortes os indícios de irregularidades a concluir, inclusive, com eventual prática de crime de lavagem ou ocultação de bens”, justificou o relator, desembargador federal convocado Ivan Lira de Carvalho, pontuando os indicativos de crimes e a importância do resguardo de elementos de provas úteis ao processamento da ação penal.

O TRF5 também já negou o habeas corpus aos empresários Apolo Vieira, Eduardo Freire Bezerra Leite e João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, todos detidos pela Turbulência.

ENTENDA O CASO – A Operação Turbulência, deflagrada pela Superintendência da Polícia Federal, apura esquema de lavagem de dinheiro no âmbito de obras públicas federais, como a transposição do Rio São Francisco e refinarias da Petrobras, dentre outras.

A Polícia Federal realizou investigação a partir de Relatórios de Inteligência Financeira elaborados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), que informaram movimentações atípicas nas contas das empresas Geovane Pescados Eireli e Câmara & Vasconcelos Locação e Terraplanagem Ltda., no ano de 2014.

A empresa Geovane Pescados Eireli esteve envolvida na aquisição da aeronave CESSNA CITATION, prefixo PR-AFA, usada por Eduardo Campos durante a campanha presidencial em 2014. A mesma em que estava quando aconteceu um acidente aéreo em 13 de agosto daquele ano em Santos, São Paulo, vitimando ele e outras seis pessoas.

O Ministério Público Federal apontou na denúncia da Operação Turbulência que o empresário João Carlos Lyra tem 'elevação patrimonial incompatível com a renda declarada' entre 2010 e 2013. O empresário e outros 17 investigados são suspeitos de envolvimento em crimes contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro oriundo de superfaturamento em obras públicas e pagamento de propinas a agentes políticos e funcionários públicos.

A acusação aponta que Lyra era 'peça fundamental na formação do grupo criminoso e da rede de contatos para a prática dos ilícitos'.

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Segundo a denúncia, o empresário 'controlava as movimentações de branqueamento de recursos através das contas de várias pessoas físicas e jurídicas investigadas, sendo inclusive autor mesmo de diversas operações financeiras suspeitas, além de praticar agiotagem com os recursos 'lavados', a fim de incrementar o lucro que possuía com a empreitada criminosa'.

"Era dele também a incumbência de contatos com empreiteiras e gestores oferecendo os serviços da organização criminosa. Embora não apresente vínculos empregatícios e apenas R$ 7,11 tenham sido encontrados em sua conta bancária, João Carlos Lyra é detentor de expressivo patrimônio abrangendo veículos, lanchas e motos aquáticas (jet skis), sendo detectada elevação patrimonial incompatível com a renda declarada por ele nos anos de 2010 a 2013", registra a denúncia.

"Tal fato salta aos olhos especialmente diante da constatação de que a empresa por ele alegada como sua fonte de renda, a JCL Fomento Mercantil LTDA, é uma empresa de fachada, não funcionando no endereço do registro."

A Procuradoria da República aponta que os acusados montaram estrutura que pode ser dividida em quatro categorias: líderes (João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite e Apolo Santana Vieira), gerentes (Arthur Roberto Rosal, Severnia Divanci de Moura, Paulo Gustavo Cruz Sampaio e Paulo César Morato, falecido no dia seguinte à deflagração da Operação Turbulência), colaboradores (João Victor Sobral, Carlos Roberto de Macedo, Gilberto Pereira da Silva, Pedro Neves Vasconcelos, Carolina Vasconcelos e Sérgio André Mariz) e subordinados (Bruno Alexandre Moutinho, Carolina Gomes da Silva, Cledeilson Nogueira, Neusa Maria de Sousa, Silvânia Cristina Dantas e Vlamir Nogueira de Souza).

Relatório da Polícia Federal na Operação Turbulência apontou que 'só as contas da Câmara & Vasconcelos Locação e Terraplanagem foram beneficiárias de R$ 2.175.000,00 no período de setembro de 2010 a maio de 2011, decorrentes do esquema criminoso'.

"O próprio João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho recebeu quase R$ 2,850 milhões em seu próprio nome, ao passo que Eduardo Freire Bezerra Leite foi beneficiário de R$ 1,360 milhão, se considerarmos as pessoas jurídicas a ele atreladas (Camboa Cerâmica Ltda. e Cidell Cred Factory Ltda. - atualmente denominada MM Administradora e Gestora de Bens Ltda.). Também chama atenção a quantidade de favorecidas relacionadas a postos de combustíveis, uma vez que o Sr. João Carlos Lyra não é, nem nunca foi, sócio de qualquer empresa que atuasse no ramo. Assim, e tendo em vista as declarações dos colaboradores no sentido de que ele se dizia proprietário de postos de gasolina, é bem provável que ele o seja, porém de forma oculta."

Defesa

Por meio de sua Assessoria de Imprensa, o advogado Maurício Silva Leite, que defende o empresário João Carlos Lyra, declarou que ainda não teve acesso à denúncia do Ministério Público Federal de Pernambuco e "só depois que receber a notificação é que apresentará a defesa do acusado.

A Polícia Federal pediu à Justiça que determine a alienação antecipada dos bens dos alvos da Operação Turbulência - investigação sobre esquema de lavagem de dinheiro público desviado.

No relatório final do inquérito, documento com 153 páginas, a delegada Andrea Pinho Albuquerque requereu a medida com relação aos veículos, embarcações e aeronaves apreendidas 'em poder das pessoas indiciadas'.

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Turbulência indiciou 18 alvos e desmantelou organização criminosa sediada em Recife 'que se valia das contas de pessoas físicas e jurídicas, em sua maior parte empresas fantasmas ou de fachada constituídas em nome de laranjas, para fazer circular recursos de origem espúria'.

Segundo a PF, o esquema supostamente liderado pelo empresário João Carlos Lyra ocultava não só os remetentes e os verdadeiros destinatários dos valores ilícitos, mas também os reais controladores das contas investigadas.

A organização criminosa, sustenta a PF, foi desvelada a partir de investigação iniciada através de relatório de inteligência financeira elaborado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF)), que apontou movimentações suspeitas nas contas de duas empresas utilizadas para a aquisição da aeronave Cessna Citation prefixo PR-AFA - em agosto de 2014, o avião caiu em Santos (SP) e matou o então candidato à Presidência, Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco.

Ao requerer alienação antecipada de bens dos alvos da Turbulência, a delegada Andrea Albuquerque destacou que a Lei 12.683/2012 introduziu diversas alterações à Lei 9613/98, 'notadamente com relação ao processamento e à repressão ao crime de lavagem de dinheiro'.

"Dentre essas inovações, previu a possibilidade de alienação antecipada dos bens apreendidos, de forma a preservar o seu valor e a evitar sua deterioração e/ou depreciação."

Andrea observa, ainda, que a Recomendação 30 do Conselho Nacional de Justiça, de 10 de fevereiro de 2010, adverte no sentido de evitar deteriorações ou mau uso de bens que se encontram à disposição da Justiça.

"Nessa toada, importante ressaltar que a Superintendência Regional de Polícia Federal em Pernambuco não dispõe de estrutura adequada para a guarda e depósito de bens apreendidos de alto valor, em especial aqueles que se traduzem em produtos de luxo (carros importados, lanchas, iates, helicópteros, aeronaves, relógios e obras de arte), tampouco dispõe de verba própria e dotação orçamentária específica visando a administração e preservação de tais bens."

A delegada da PF alerta que a manutenção (dos bens) por mais tempo causará 'transtornos e fragilizações do ambiente que não é vocacionado nem preparado para tal missão'.

"Por esse motivo, acredita-se que a alienação antecipada dos bens de luxo apreendidos seja a medida mais profícua para resguarda os interesses tanto da Justiça, quanto dos investigados, salientando que com relação aos relógios, helicópteros, aeronaves e embarcações.

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Após citação do nome do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) em esquema de lavagem de dinheiro desviado de verba pública, a defesa do parlamentar divulgou nota esclarecendo que “são absolutamente imprecisas as afirmações feitas pela Procuradoria da República em Pernambuco na denúncia oferecida”. A Procuradoria citou Bezerra Coelho na denúncia contra 18 alvos da Operação Turbulência. O desvio de dinheiro público seria supostamente liderado pelo empresário João Carlos Lyra.

A nota também ressalta que, "após mais de um ano do início da Operação Lava Jato o procedimento segue sem qualquer prova sobre a participação do senador em qualquer atividade ilícita, e continua calcado tão somente nas informações conflitantes fornecidas por delatores, declarações estas que não vem com sequer um documento comprobatório”.  

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Segundo a defesa de Bezerra Coelho, “diferentemente do que foi descrito pelo MPF naquele estado, Fernando Bezerra não foi citado por qualquer pessoa ligada à construtora Camargo Correa – muito menos, como sendo receptor de recursos da empresa – conforme atestam testemunhas cujos depoimentos constam das páginas 859 e 890-891 do Inquérito 4005. Nessas páginas, verifica-se que, nos depoimentos de Gilmar Pereira Campos e Wilson da Costa (ex-funcionários da empresa Camargo Correa), utilizados para subsidiar a denúncia, conforme item 24 da mesma, não há sequer a citação do nome do Senador Fernando Bezerra Coelho”.

A nota ainda frisa que “o senador não participou da coordenação das campanhas de 2010 e 2014 de Eduardo Campos". Defende Fernando Bezerra Coelho o advogado André Callegari. Seu filho, Fernando Bezerra Coelho Filho (PSB-PE), é ministro de Minas e Energia do Governo interino Michel Temer.

A Procuradoria da República, em Pernambuco, cita na denúncia contra 18 alvos da Operação Turbulência, que o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), pai do ministro das Minas e Energia do governo interino Michel Temer (PMDB), Fernando Filho, é 'cliente' de um esquema de lavagem de dinheiro desviado dos cofres públicos supostamente liderado pelo empresário João Carlos Lyra. Ainda segundo a Procuradoria, o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) e seu pai, o senador Benedito de Lira (PP-AL), também teriam se favorecido da estrutura montada por João Carlos Lyra, apontado também como pagador de propinas.

Os políticos não são denunciados pela Turbulência. Como detentores de foro privilegiado, os Lira e Bezerra Coelho são investigados perante a Procuradoria-Geral da República no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao denunciar 18 investigados, o procurador Cláudio Henrique Dias menciona o deputado e os senadores.

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"Frise-se que até o presente momento, os parlamentares citados no presente apuratório apenas se valeram dos serviços da organização criminosa, sem a integrarem, não havendo qualquer indício da participação ativa e concreta de agente político ou autoridade detentora de prerrogativa de foro nas condutas descritas nesta denúncia. Daí porque a tramitação desse feito no Juízo de primeiro grau não acarreta nem mesmo a probabilidade de violação da competência prevista no artigo 102, I, b, da Constituição Federal", diz o procurador.

A denúncia da Procuradoria na Operação Turbulência foi entregue na segunda-feira, 1, à Justiça Federal. O documento diz que o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), morto em acidente aéreo em agosto de 2014, também era 'cliente' do esquema de lavagem. Lyra seria líder de suposto grupo criminoso encarregado de entregar propina da empreiteira Camargo Corrêa ao ex-governador Eduardo Campos.

"Por meio dessa rede de controle, João Carlos Lyra operacionalizava a prática sistemática de agiotagem e de lavagem de capitais desviados dos cofres públicos", aponta a denúncia.

A acusação diz que Lyra tinha seis 'clientes' em um esquema de agiotagem, emprestando "montantes altos, com juros de 2% e curto período de resgate". "Ele fazia, assim, circularizar os capitais que movimentava em razão do segundo crime, de branqueamento de capitais, mediante a "venda" de dinheiro em espécie, também mediante a cobrança de juros de 2%, esquema do qual eram seus "clientes", a Construtora OAS, o deputado federal Arthur Lira, o senador Benedito de Lira, o falecido ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos e Fernando Bezerra Coelho."

Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) foi ministro de Integração Nacional entre 2011 e 2013 (Governo Dilma). Seu filho, Fernando Bezerra Coelho Filho (PSB-PE), é ministro de Minas e Energia do Governo interino Michel Temer.

O documento indica ainda que João Carlos Lyra "atuava também por sua própria conta nas práticas de lavagem de dinheiro e agiotagem".

"Ele foi reconhecido pelos ex-empregados da Camargo Corrêa como sendo a pessoa encarregada de entregar a propina devida por aquela empreiteira ao ex-governador Eduardo Campos e ao senador Fernando Bezerra Coelho em virtude das obras na Refinaria Abreu e Lima", acusa o procurador da República Cláudio Henrique Dias, autor da denúncia da Turbulência.

A denúncia inclui ainda outro empresário Eduardo Bezerra Leite, o "Eduardo Ventola", sócio de João Carlos Lyra. A acusação aponta ainda que Eduardo Ventola também "operacionalizava a prática sistemática de agiotagem e de lavagem de capitais desviados dos cofres públicos".

Neste trecho da denúncia, a Procuradoria inclui o Consórcio Mendes Júnior como um dos clientes do esquema de lavagem, ao lado da OAS, do deputado federal Arthur de Lira, do senador Benedito de Lira, do ex-governador Eduardo Campos e de Fernando Bezerra Coelho.

Defesa

O advogado André Callegari, que defende o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), "esclarece que são absolutamente imprecisas as afirmações feitas pela Procuradoria da República em Pernambuco na denúncia oferecida e relacionada ao Inquérito 163/2016 ("Operação Turbulência"), as quais vão de frontal encontro aos depoimentos anexados ao Inquérito 4005 ("Operação Lava Jato").

Diferentemente do que foi descrito pelo MPF naquele Estado, Fernando Bezerra não foi citado por qualquer pessoa ligada à construtora Camargo Correa - muito menos, como sendo receptor de recursos da empresa - conforme atestam testemunhas cujos depoimentos constam das páginas 859 e 890-891 do Inquérito 4005".

Nessas páginas, verifica-se que, nos depoimentos de Gilmar Pereira Campos e Wilson da Costa (ex-funcionários da empresa Camargo Correa), utilizados para subsidiar a denúncia, conforme item 24 da mesma, não há sequer a citação do nome do Senador Fernando Bezerra Coelho.

Outrossim, no tocante ao inquérito 4005, a defesa deixa claro que, passado mais de um ano do início das investigações, o procedimento segue sem qualquer prova sobre a participação do senador em qualquer atividade ilícita, e continua calcado tão-somente nas informações conflitantes fornecidas por delatores, declarações estas que não vem com sequer um documento comprobatório.

Por fim, frisa a defesa que o senador não participou da coordenação das campanhas de 2010 e 2014 de Eduardo Campos".

O deputado Arthur de Lira (PP-AL) afirmou que não se pronunciará sobre esse assunto.

O Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco (PE) ofereceu uma denúncia contra 18 dos 20 empresários indiciados pela Polícia Federal (PF) por fazer parte da organização criminosa investigada pela Operação Turbulência, pelo pagamento de supostas propinas, através de laranjas, para políticos, entre eles, o ex-governador Eduardo Campos. O grupo é acusado de envolvimento em crimes contra o sistema financeiro nacional, lavagem de dinheiro oriundo de superfaturamento em obras públicas, além de pagamento de propinas a agentes políticos e funcionários públicos. 

A Operação Turbulência, deflagrada no dia 22 junho, partiu de investigações sobre a propriedade da aeronave Cessna Citation PR-AFA, cuja queda provocou a morte Eduardo Campos, em agosto de 2014, quando fazia campanha à Presidência da República.

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Os 18 acusados de integrar a organização criminosa foram divididos em quatro grupos pelo MPF. Os líderes, que são: João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite e Apolo Santana Vieira, todos presos pela Turbulência; os gerentes Arthur Roberto Rosal, Severnia Divanci de Moura, Paulo Gustavo Cruz Sampaio e Paulo César Morato, o primeiro também preso no dia 22 e o último falecido no dia seguinte à deflagração da operação

Além dos colaboradores: João Victor Sobral, Carlos Roberto de Macedo, Gilberto Pereira da Silva, Pedro Neves Vasconcelos, Carolina Vasconcelos e Sérgio André Mariz; e dos subordinados: Bruno Alexandre Moutinho, Carolina Gomes da Silva, Cledeilson Nogueira, Neusa Maria de Sousa, Silvânia Cristina Dantas e Vlamir Nogueira de Souza.

“Os líderes direcionavam as transações bancárias ilícitas com auxílio dos gerentes, utilizando as contas bancárias dos colaboradores e operacionalizando a gestão e a circulação dos recursos ilícitos por meio dos subordinados. A ligação entre os líderes ficou evidente desde o início das investigações, pois os três tiveram participação no arrendamento da aeronave Cessna Citation PR-AFA”, detalha o MPF.

De acordo com a Justiça Federal, a organização atuava desde 2010 a partir do controle de movimentações financeiras fraudulentas entre pessoas físicas e jurídicas, envolvendo empresas de fachada e caixa paralelo de empresas em atividade, de maneira eventual – por meio de empresas coligadas à organização - e continuada – no caso de empresas gerenciadas pelos membros da organização.

“Embora nem todos os denunciados soubessem do funcionamento total do esquema criminoso, todos tinham consciência e manifestaram vontade de participar da empreitada ilícita, assumindo os riscos pelo envolvimento na fraude”, apontou o órgão. 

O MPF também requereu a instauração de novo inquérito policial para aprofundar as investigações a respeito dos crimes de lavagem de dinheiro e contra o sistema financeiro nacional praticados pela organização criminosa. A pena para o crime de formação de organização criminosa pode chegar a oito anos de reclusão.

Ao indiciar 20 investigados na Operação Turbulência, a Polícia Federal apontou o empresário João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho como líder de suposto grupo criminoso e encarregado de entregar propina da empreiteira Camargo Corrêa ao ex-governador Eduardo Campos - morto em acidente aéreo em agosto de 2014 - e ao senador Fernando Coelho Bezerra (PSB-PE), pai do ministro das Minas e Energia do governo interino Michel Temer (PMDB), Fernando Filho.

Os valores entregues por João Carlos Lyra, segundo a PF, teriam origem nas obras da Refinaria Abreu e Lima, realizada pela Petrobras no Estado de Pernambuco. A Abreu e Lima é alvo de outra Operação da PF, a Lava Jato.

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De acordo com a PF, Lyra assinou o Termo de Intenção de Compra e se apresentou formalmente como o único comprador do avião Cessna Citation PR-AFA que caiu em Santos (SP) há dois anos, matando Eduardo Campos, o então candidato à presidência pelo PSB.

A informação sobre a atuação de Lyra foi detalhada à delegada Andrea Pinto Albuquerque pelos ex-funcionários da Camargo Corrêa Gilmar Pereira Campos e Wilson da Costa. De acordo com os ex-funcionários, para viabilizar o pagamento, a empreiteira realizou um contrato fictício com a Construtora Master. O objeto do contrato seria a terraplenagem na obra da refinaria de Abreu e Lima, mas o serviço nunca foi prestado.

Os valores arrecadados com os contratos fraudulentos, diz a PF, eram repassados para João Carlos Lyra por meio de entregas de dinheiro vivo e por meio de depósitos em contas de grupo de empresas de fachadas em nome de laranjas ligados ao líder do grupo criminoso.

O inquérito da Turbulência investiga uma organização criminosa responsável pela criação e manutenção de uma série de empresas de fachadas utilizadas, segundo a PF, para fazer circular "recursos de origem espúria" de modo a ocultar os remetentes e destinatários desses valores.

Embora a investigação tenha origem na queda do avião Cessna Citation, a delegada Andrea Pinho compartilhou informações com a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba e com o grupo de investigadores da Procuradoria-Geral da República.

Em busca dos verdadeiros proprietários do jatinho, os investigadores da Turbulência mapearam uma teia de empresas de fachada utilizadas para lavar e supostamente escoar dinheiro oriundo de obras públicas para campanhas políticas.

Estão na mira da PF repasses da Camargo Corrêa e da OAS que teria origem em desvios praticados em obras da Petrobras realizadas no Estado e na transposição do Rio de São Francisco.

Além de entregador de propina da Camargo Corrêa, segundo a PF, Lyra também teria utilizado as contas de empresas de fachada operadas por ele para escoar valores provenientes da OAS. De acordo com a PF, entre 2010 e 2014, foram registradas ao menos 90 transações entre a construtora as empresas ligadas a Lyra que somaram R$ 14 milhões.

"Inegável, ainda, que ele (Lyra) teria utilizado tais contas para aportar recursos provenientes de contratos superfaturados executados pela OAS, em troca da entrega de dinheiro em espécie que serviria de pagamento de propina a políticos e funcionários públicos devidos por aquela empreiteira, dissimulando a natureza criminosa dos valores recebidos", sustenta a delegada da PF.

Defesas

"A defesa de João Lyra nega que ele tenha praticado qualquer irregularidade. Todos os esclarecimentos serão dados nos autos do processo."

Questionado em nome do falecido Eduardo Campos, o PSB afirmou que reitera a sua confiança na "conduta sempre íntegra do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos e o apoio incondicional ao trabalho de investigação da Polícia Federal e do Ministério Público, esperando que resulte no pleno esclarecimento dos fatos".

O senador Fernando Bezerra Coelho, por meio de sua assessoria, disse que "não é investigado na operação Turbulência" e informou que nunca coordenou "nenhuma campanha de Eduardo Campos".

Criticando o uso da imagem do ex-governador Eduardo Campos (PSB), morto em agosto de 2014, nas ações eleitorais do PSB para a disputa municipal deste ano, o líder da oposição na Câmara Municipal do Recife, o vereador Osmar Ricardo (PT), afirmou, nesta segunda-feira (1º) que o socialista “deixou uma imagem de muita descrença” na política pernambucana. 

Para Osmar, o que o PSB deveria fazer durante o pleito é quebrar o silêncio diante das operações da Polícia Federal, em curso no estado, que envolvem a gestão socialista. "Eles têm que fazer uma avaliação e autocrítica para o povo de Pernambuco e do Recife. Eduardo Campos foi governador por dois mandatos e candidato a presidente, mas deixou uma imagem de muita descrença na política, inclusive, para o PSB de Pernambuco", disparou.

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O líder da oposição acredita que as investigações, como as Operações Fair Play e Turbulência, são as verdadeiras heranças do PSB. “Essa é a herança do PSB e eles não se justificam para a sociedade. O PSB precisa avaliar o seu comportamento e apresentar uma justificativa para a população. Eles estão fazendo de conta que nada enxerga, nada acontece, nada vê", cravou. 

 

A Polícia Federal (PF) indiciou 20 investigados na Operação Turbulência por organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. A investigação, deflagrada em 21 de junho, apura o envolvimento de uma organização criminosa, composta por empresas fantasmas, com o pagamento de propinas a políticos pernambucanos, entre eles o ex-governador Eduardo Campos (PSB), morto em 2014, e o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB).

O Ministério Público Federal (MPF) recebeu o relatório final das investigações, através da 4ª Vara Federal do Recife, no dia 18 de julho. De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, o responsável por analisar se acata ou não a denúncia é o procurador da República Cláudio Dias. Ele deve se manifestar sobre o caso nos próximos dias e pontuar se os 20 nomes viram réus no processo.  

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A Justiça mantém em sigilo a lista dos indiciados. Entretanto, de acordo com informações publicadas pelo jornal Correio Braziliense, nessa quinta-feira (28), compõem a lista João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite, Apolo Santana Vieira e Arthur Roberto Lapa Rosal, presos assim que a operação foi deflagrada.

Além de Paulo Gustavo Cruz Sampaio, Severina Divanci de Moura, Pedro Neves Vasconcelos, Vlamir Nogueira de Souza, Silvânia Cristina Dantas, Bruno Alexandre Donato Moutinho, Carlos Roberto de Macedo, João Victor de Albuquerque Santos Sobral, Gilberto Pereira da Silva, Sérgio André Mota Mariz, Diana Margarida Ferry Vieira, Cledeilson Nogueira de Souza, Neusa Maria de Souza, Kleyton Albert da Silva e Carolina Gomes da Silva. 

O empresário Paulo César de Barros Morato, encontrado morto em um motel em Olinda, no dia 22 de junho, também está entre os indiciados. 

O PSOL pediu nesta quarta-feira, dia 6, ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a federalização das investigações sobre a morte de Paulo César de Barros Morato, considerado pela Operação Turbulência testa de ferro do esquema que teria movimentado R$ 600 milhões na campanha de Eduardo Campos (PSB) ao governo de Pernambuco e na aquisição do jatinho usado por ele na campanha presidencial de 2014.

Paulo Morato foi encontrado morto na no dia 22 de junho em um motel em Olinda, na região metropolitana do Recife. O empresário morreu por envenenamento com pesticida - veneno conhecido como chumbinho. A causa da morte foi divulgada no dia 30 pela Polícia Civil de Pernambuco.

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O corpo do empresário Paulo César Morato foi retirado do Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife e enterrado em Barreiros, na Mata Sul de Pernambuco, na tarde nesse domingo (3). O enterro foi confirmado pela prefeitura da cidade na manhã de hoje. Desde a última quinta-feira (30), o corpo de Morato estava liberado para os procedimentos fúnebres, mas a família ainda não havia procurado o IML.   

Apontado como "testa de ferro" do esquema de corrupção que supostamente forneceu propina para a campanha de Eduardo Campos (PSB), Morato faleceu no último dia 21, quando foi deflagrada a Operação Turbulência. O corpo dele foi encontrado sem vida em um motel em Olinda, na Região Metropolitana do Recife, no dia seguinte.

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De acordo com as primeiras conclusões do laudo pericial, o empresário morreu após uma “intoxicação exógena por organofosforado”, ou seja, a ingestão de chumbinho. A Polícia Civil, entretanto, ainda não sabe se ele ingeriu o veneno por conta própria ou foi obrigado a isso. 

No último sábado (2), uma nova perícia foi realizada no motel para que fossem verificados os detalhes da estrutura física do local e apresentar ao perito criminal responsável por analisar as câmeras onde estão instalados os equipamentos de filmagem.  As investigações estão sendo comandas pela delegada Gleide Ângelo. Segundo ela, a expectativa é de que nos próximos dez dias as circunstâncias da morte do empresário sejam apresentadas.

Operação Turbulência

Paulo César Barros Morato era considerado foragido da Polícia Federal por envolvimento na Operação Turbulência, que investiga um esquema criminoso especializado em lavagem de dinheiro com a utilização de empresas fantasmas e “laranjas”. 

Ele era apontado pela PF como o “testa de ferro” do esquema por ser o dono da Câmara & Vasconcelos, empresa responsável pelo recebimento de quase R$ 19 mil da OAS, investigada na Lava Jato, para um suposto serviço de terraplanagem nas obras da Transposição do Rio São Francisco. O montante, entretanto, pode ter sido destinado para pagar o avião utilizado por Eduardo Campos na campanha presidencial em 2014.

Com o corpo de Morato foram encontrados documentos pessoais, 7 pendrives, 3 celulares, R$ 3 mil em espécie, 3 cheques de terceiros sem valores, 53 envelopes para depósito vazios e remédios para diabetes e hipertensão.

As circunstâncias da morte do empresário Paulo César Morato devem ser esclarecidas em duas semanas, prevê a delegada Gleide Ângelo, responsável pelas investigações. Neste sábado (2), uma nova perícia foi realizada no Motel Tititi, em Olinda, onde Morato foi encontrado morto no último dia 22 de junho.

Em coletiva, Gleide Ângelo disse que desta vez o objetivo foi conhecer os detalhes da estrutura física do motel e apresentar ao perito criminal responsável por analisar as câmeras onde estão instalados os equipamentos de filmagem.  A delegada alegou que o procedimento foi de praxe.

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"Eu recebi as imagens das câmeras e há a necessidade de fazer perícias das imagens. O perito criminal não conhecia o local e a posição das câmeras. Com essa perícia, ele vai saber agora como tudo aconteceu", ela explicou. 

A perita criminal do Instituto de Criminalística (IC), Vanja Coelho, deu detalhes, durante a coletiva, de quais procedimentos foram realizados. "Foi feito o rebatimento topográfico da parte interna e externa do espaço físico do motel para que o nosso perito especialista produzisse um desenho esquemático que tenha todas as estradas e saídas, possibilidades e não possibilidades", disse. 

"Eu não dou duas semanas para o caso estar concluído. Estamos na reta final mesmo", complementou Gleide Ângelo. Nos próximos passos da investigação, segundo a delegada, o perito tentará identificar as pessoas que entraram e saíram do Motel Tititi durante o período em que Morato esteve no local, além de avaliar se há pontos cegos que a câmera não registrou e se há cortes nas gravações. 

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Polêmica - A nova perícia no Motel Tititi chamou a atenção da imprensa devido às polêmicas geradas em torno da investigação da morte de Morato. Os desencontros começaram com os peritos papiloscopistas sendo impedidos pela chefia da Polícia Científica de realizar perícias no motel um dia após o corpo do empresário ser encontrado. A Secretaria de Defesa Social (SDS) assumiu que um erro na comunicação entre as polícias resultou no acontecido, mas desde então teorias de queima de arquivo passaram a surgir, visto que Morato é suspeito de participação de esquema criminoso que envolve empreiteiras e políticos. 

Operação Turbulência – Deflagrada pela Polícia Federal na terça-feira (21), a operação prendeu quatro empresários: João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite, Apolo Santana Vieira – apontados como líderes – e Arthur Roberto Lapa Rosal, que atuaria como “testa de ferro”, cedendo sua conta pessoal para as transações de lavagem de dinheiro. 

Um mandado de prisão preventiva também havia sido expedido contra Morato. Ele é apresentado como dono da empresa Câmara e Vasconcelos Locação e Terraplenagem Ltda, identificada pela polícia como sendo de fachada.

A empresa fantasma recebeu R$ 18,8 milhões da empreiteira OAS Engenharia para supostas obras de terraplenagem na Transposição do Rio São Francisco. A Câmara e Vasconcelos também aparece como uma das empresas que participaram da aquisição do avião Cessna Citation, usado por Eduardo Campos durante a campanha para presidente e no acidente aéreo. Os indícios iniciais levam a crer, então, que a OAS seria responsável pela aquisição da nave com verba pública desviada da Petrobrás. 

Com informações de Nathália Guimarães

Após ser encontrado morto no quarto de um motel, localizado na cidade de Olinda, Região Metropolitana do Recife, Paulo Cesar Morato, teve sua causa mortis divulgada na tarde desta quinta-feira (30), conforme revelou a Folha de Pernambuco. O empresário era investigado na Operação Turbulência e teve sua morte reconhecida na última quarta-feira (22).

Morato estava sendo investigado pela operação da Polícia Federal, no entanto, as investigações sobre a morte do empresário cabem à Polícia Civil, por conta disso, após exames realizados no corpo, foi concluído que a morte foi causada por envenenamento, mas não se sabe ainda se ele ingeriu o veneno por conta própria - suicídio - ou foi envenenado. O corpo aguarda liberação no Instituto de Medicina Legal (IML).

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A Polícia Federal garantiu que, caso sejam encontrados indícios de que a morte teve relação com a Operação, policiais federais entrarão no caso, no entanto, a Polícia Civil e a Secretaria de Defesa Social (SDS) ainda não se pronunciaram, portanto, a PF só irá atuar caso as autoridades afirmem a suspeita. 

A reportagem do LeiaJá entrou em contato com a Secretaria de Defesa Social (SDS), Polícia Civil e Polícia Federal, que não confirmaram ou desmentiram a informação da Folha. No Instituto de Medicina Legal, peritos afirmaram que o laudo está pronto e o corpo liberado, no entanto, nenhuma informação pode ser repassada.

Com informações de Giselly Santos

 

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