Jaboatão: PSB e PR lideram lista de investigados
As duas chapas que disputam o segundo turno nas eleições do próximo dia 30 tem nomes investigados: Neco e Ricardo Valois
Não foi esquema de partido. Nem mesmo de oposição ou situação. O esquema de corrupção descoberto pela polícia na câmara de vereadores de Jaboatão dos Guararapes, município de 3ª maior arrecadação de Pernambuco, foi construído a várias mãos e com participação de 10 partidos da casa. O PSB, do vice-prefeito e candidato à prefeito derrotado no 1º turno, foi o partido com maior número de envolvidos junto ao PR, 5. Entre os funcionários fantasmas, comerciantes, empresários, furador de poço artesiano e até vendedor de raspa-raspa.
Quase nenhum partido ficou de fora do esquema, que inclusive teria sido acordado em reunião da mesa diretora da câmara, com a participação do então presidente da casa, Ricardo Valois (ex-PT e atualmente no PR), candidato a vice-prefeito na chapa de Anderson Ferreira (PR), que disputa do segundo turno no próximo dia 30.
Somente do partido de Valois e Ferreira, o Partido da República (PR), foram 5 vereadores envolvidos: Vieira, que se elegeu pelo PSC em 2012, Charles Motorista, Sargento Sampaio e Luciano Almeida, este eleito pelo PcdoB em 2012, além do próprio Valois, que já foi presidente do Náutico. Vieira e Charles Motorista inclusive se reelegeram em 2016.
No Partido Socialista Brasileiro (PSB), de Heraldo Selva e do governador Paulo Câmara, também foram 5. Didinho, Pastor Eurico, Irmã Sandra, Louro e Miguel Antônio da Silva, eleito pelo PTdoB em 2012, tiveram seus nomes ligados ao esquema criminoso. Didinho também se reelegeu, com 3.790 votos, na terceira colocação do pleito.
O PDT entrou no esquema com Neco, atual candidato a prefeito, que havia sido eleito pelo PSC em 2012. Na casa dele, a polícia encontrou mais de R$ 170 mil em espécie e uma listagem com nomes de eleitores, indicando que o dinheiro seria usado para comprar votos.
Além destes, vereadores do PTC, PTN, PHS (2), PV, PSDB e PSC também faziam parte da associação criminosa, segundo a polícia.
Fantasmas
As qualificações, profissões e até mesmo atitudes dos comissionados indicados pelos vereadores também foi um ponto importante na investigação da Operação Caixa de Pandora. As folhas de ponto eram preenchidas sempre com o mesmo horário de entrada e saída, o chamado 'ponto britânico'. Entre os funcionários, assessores analfabetos, assessor com fundamental incompleto e salário de R$ 5.400 e as mais variadas profissões: dona de box de bolsas, técnico em conserto de celulares, empresários, furador de poço artesiano e até vendedor de raspa-raspa.
Apesar de serem o elo mais fraco do esquema, os funcionários fantasmas irão responder a mais crimes do que os próprios vereadores. Além de associação criminosa e peculato, que serão atribuídos aos legisladores de Jaboatão, os comissionados também serão indiciados por abandono de cargo público.
Confira a lista dos investigados:
Sargento Sampaio (PR)
Charles Motorista (PR)
Luciano Luiz de Almeira (PR, eleito pelo PCdoB)
Jeneton José Basílio (PTC)
Vado Jogador (PTC)
Samoel do Sorvete (PTN)
Adriano Alves Bezerra (PHS)
José Belarmino de Souza (PHS)
Soldado Souza (PSDB)
Edmilson Monteiro (PV)
Eduardo Gomes do Nascimento, o Didinho (PSB)
Pastor Eurico da Silva Moura (PSB)
Irmã Sandra (PSB)
Miguel Antônio da Silva (PSB, eleito pelo PTdoB)
Louro (PSB)
Neco (PDT, eleito pelo PSC)
Misael Barbosa (PSC)
Ricardo Valois (PR, eleito pelo PT)