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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, julgou inviável o habeas corpus 137637, impetrado em favor do ex-vice-governador do Distrito Federal Paulo Octávio, investigado na Operação Caixa de Pandora, que apura suposta organização criminosa envolvendo membros do governo do DF, parlamentares, magistrados, membros do Ministério Público e empresários, entre 2007 e 2010.

No STF, a defesa buscava a anulação da ação penal a que Paulo Octávio responde na Justiça do Distrito Federal. As informações foram divulgadas no site do Supremo - Processos relacionados HC 137637.

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Com base em declarações do ex-secretário do DF Durval Barbosa, o Ministério Público Federal denunciou ao Superior Tribunal de Justiça, em uma única peça, 37 pessoas pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

Após o recebimento parcial da denúncia contra autoridade com prerrogativa de foro, o STJ determinou a remessa do caso em relação aos demais à Justiça do DF.

O Ministério Público do DF e Territórios então desmembrou a acusação original em 17 novas denúncias, incluindo a que envolve Paulo Octávio, e as ações penais decorrentes tramitam na 7ª Vara Criminal de Brasília.

O Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios e o STJ negaram pedidos da defesa para anular o processo a partir da denúncia.

Defesa

No habeas impetrado no Supremo, a defesa do ex-vice-governador alegava violação aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa e da indisponibilidade da ação penal, por considerar um "absurdo jurídico sem precedentes" a divisão de uma acusação em outras 17.

Os advogados sustentavam ainda que a defesa preliminar já apresentada pelos acusados perante outras instâncias forenses foi usada pelo Ministério Público "como uma armadilha", e possibilitou à Promotoria "preencher lacunas da sua inicial, violando, assim, a paridade de armas e a segurança jurídica". A defesa argumentava que "o prejuízo é evidente, uma vez que a acusação se manifestou após conhecer os argumentos da defesa".

Decisão

O ministro Fux destacou inicialmente que a Primeira Turma do Supremo firmou entendimento no sentido da inadmissibilidade da utilização do habeas corpus como substitutivo de recurso cabível - no caso, recurso extraordinário -, "somente concedendo a ordem de ofício em casos de teratologia (anormalidade) ou flagrante ilegalidade, o que não verificou no caso".

Segundo o relator, o Ministério Público recebeu a notícia da prática de crimes pelos investigados e fez a denúncia perante a respectiva instância jurisdicional. Fux destacou que não se pode alegar nulidade processual por causa da alteração da peça acusatória, pois a relação processual só se completa com a citação do acusado - artigo 363 do Código de Processo Penal.

"Cumpre ressaltar que eventual juízo de recebimento da inicial da acusação não importa o juízo de culpabilidade do réu, incumbindo-lhe a defesa em face dos fatos que lhe são imputados", destacou.

O ministro observou ainda que a situação descrita pela defesa configura, em tese, aditamento de denúncia, o que, nos termos da jurisprudência do Supremo, pode ocorrer a qualquer tempo antes da sentença final, com vistas a sanar omissões, desde que o réu possa ter garantido o devido processo legal, a ampla defesa e o contraditório. Contudo, a matéria não foi examinada sob esta ótica no STJ, e o conhecimento da impetração configuraria indevida supressão de instância.

Nesta sexta-feira (21), durante entrevista a uma TV local, o candidato a prefeito de Jaboatão dos Guararapes Anderson Ferreira (PR) foi questionado sobre o envolvimento do seu vice, Ricardo Valois (PR), na Operação Caixa de Pandora. “Investigações não houve só com ele, mas, com os 19 vereadores e é diferente de você ser, por exemplo, pego como o nosso adversário Neco com uma quantia de dinheiro dentro de casa. Essas explicações ele que vai ter que dar à Justiça e à polícia não só por esse problema, mas por outros que ele tem”, disparou.

Anderson defendeu o seu vice. “Até que se prove o contrário, meu vice está sendo investigado. Ele não foi, em nenhum momento, réu em algum tipo de investigação. Além disso, há uma diferença: essa investigação não é minha. Eu sou um candidato que, graças a Deus, sou ficha limpa. Eu tenho uma história de vida e toda a minha família que nós dá uma leveza de fazer campanha nas ruas. Eu não tenho dificuldade nenhuma até porque não sou alvo de nenhuma investigação”.

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O republicano disse que é preciso fazer uma faxina ética em todo o país. “Eu concordo e sempre defendi essa faxina ética e que tem que passar por Jaboatão, que precisa ser colocado no lugar que lhe é digno. Jaboatão, hoje, tem uma oportunidade de ter um prefeito focado, com um olhar para o social, que se preparou. Sou deputado federal, estou no segundo mandato, e fui o quinto mais votado”.

Anderson Ferreira também disse que, caso eleito, saberá onde buscar recursos no cenário nacional. “Não podemos achar que vamos fazer gestão pública só com os cofres da Prefeitura, vamos fazer com muitos parceiros e eu tenho muitos parceiros como o ministro Mendonça filho e Raul Jungmann, com o vice-governador Raul Henry e com o deputado Jarbas Vasconcelos. Temos um time muito grande”.

“Quero ser prefeito. Eu quero mudar esse cenário de um olhar devido que não foi dado ao social. Eu quero fazer uma gestão com o olhar especial para o social. Para o povo de Jaboatão. Existem varias realidades em uma única cidade e a prioridade de Cavaleiro é diferente da prioridade de Jaboatão Centro, que é diferente da do Curado. Nosso governo vai dar um olhar especial e vai discutir com a população para não cometer erros, mas, sim, melhorar a autoestima do jaboatonense”, acrescentou o deputado. 

Ele também foi questionado sobre o projeto de lei de sua autoria, que instituiu o Estatuto da Família. “Defender e valorizar a família, que é a base da sociedade. Na Constituição não se colocou de que forma iria ter políticas públicas para atender a demanda. Só menciona que é dever do estado cuidar da família. Acredito que a família é algo sagrado, que fortalece a sociedade quando ela é estruturada, que você pode diminuir o índice de violência, das drogas”, explicou.

Sobre se o conceito de família inclui os homossexuais, Anderson desconversou. “Quem quem vai definir é a Constituição, não é o projeto Estatuto. O meu intuito é que a família brasileira possa ter diretrizes de políticas públicas e, em Jaboatão, vamos nos preocupar com isso”.

 

 

 

No final da tarde desta terça-feira (18), o candidato a prefeito de Jaboatão dos Guararapes Neco (PDT) concedeu coletiva de imprensa para esclarecer a acusação apresentada pela Polícia Civil de Pernambuco, de que estaria envolvido na Operação Caixa de Pandora. O esquema denuncia uma série de irregularidades na Câmara de Vereadores do município. 

A Polícia apreendeu, cumprindo mandado de busca e apreensão, a quantia de R$ 177 mil em sua casa. Também teria sido encontrado lista de eleitores. Um dos advogados do candidato, Plínio Nunes, afirmou que ainda não teve nenhum acesso sobre a ação policial. 

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“Desde o dia que a Operação se realizou temos feito todos os esforços para ter acesso ao material do inquérito e, até hoje, temos enfrentado muita dificuldade para acessar e entender o que está sendo investigado, do que Neco está sendo acusado, de modo, que pouco temos a falar e a discutir em relação a essas provas porque não tivemos acesso a elas. Esperamos até o final da semana providenciar esse processo para estudar, entender, e dar uma resposta que todos esperam”, explicou o advogado. 

Plínio ainda ressaltou que a Operação foi realizada fora dos parâmetros estabelecidos pela lei. “É preciso registrar a forma ortodoxa de como foi feita a Operação que, ao ver da defesa, é absolutamente desnecessária. Ocorreu em um momento às vésperas do segundo turno, o que causa muito estranhamento. A defesa não encontrou nenhum elemento que pudesse justificar a Operação neste momento e da forma que foi feita fora dos parâmetros que a lei estabelece e que a própria Justiça determinou e, certamente, a defesa vai adotar as providencias que entender cabíveis em relação a isso”, acrescentou.

Segundo a defesa, o mandado era de quebra de sigilo telefônico, além disso, o documento estaria sem assinatura. “Vamos acessar o inquérito e, depois que tivermos conhecimento total, vamos adotar as providências necessárias não só quanto aos excessos praticados na Operação, como também no próprio cumprimento de mandado. Tudo isso vai ser avaliado”

Por sua vez, Neco se disse vítima de uma armação. “Nós subimos dois pontos na pesquisa. O povo de Jaboatão entende que Neco é o melhor e que não pratica esse tipo de coisa. Moro há 45 anos na mesma casa e fui vereador em oito mandatos e quatro anos como deputado. Minha casa é o aconchego das famílias que estão ali. As pessoas começam a chegar na minha casa às seis da manha. Eu atendo todo mundo”, ressaltou o postulante. 

O advogado Plínio Nunes falou sobre outros pontos sobre o envolvimento no esquema. Confira os trechos da coletiva:

Ação política

“Uma ação mais política do que policial. Até agora, o pouco que nós sabemos dessa Operação, nada foi encontrado e descoberto até aqui, que pudesse vincular Neco a qualquer tipo de crime ou de desvio. Neste primeiro momento, temos encontrado muita dificuldade em ter acesso aos autos, mas, temos a expectativa ainda desta semana conseguirmos ler todo o processo para tentar entender exatamente o que Neco está sendo efetivamente acusado e porque ele está sendo investigado. Estamos absolutamente tranquilos porque sabemos que ele não tem qualquer envolvimento com o episódio”.

Dinheiro encontrado

“Nós já apresentamos toda a documentação que comprova a origem lícita desse recurso. Neco fez alguns empréstimos pessoais, em bancos, a exemplo de 50 mil reais que ele tomou de empréstimo, no dia 31 de agosto deste ano. Esse valor estava guardado em casa. Neco tinha algumas reservas de renda de alugueis, de imóveis que pertencem a ele. Temos contratos e extratos bancários, que justificam esses valores. Uma outra parte do dinheiro é da esposa, que é aposentada, e tem outras atividades paralelas, de modo que tudo isso é facilmente comprovado. Não há nada de irregular, nada de ilícito. Tudo isso vai ser comprovado no final deste inquérito. Neco também recebe como vereador e delegado. Estamos tranquilos”.

Dinheiro encontrado no lixo

“Nem nós sabemos exatamente o que aconteceu porque a polícia impediu que Neco acompanhasse essas buscas. Tudo que sabemos é a versão que a Polícia tem apresentado até agora, mas, nós não sabemos o que realmente aconteceu durante a busca. Não sabemos sequer o que realmente o que foi apreendido dentro da casa de Neco. Ele está tentando ver o que foi levado porque a Polícia se recusou a entregar a lista de material que apreendeu”. 

Lista com nome de eleitores

“A lista continha o nome de pessoas que trabalharam como fiscais na sua chapa na eleição de primeiro turno. Não há nada de irregular e que levante qualquer tipo de suspeita em relação a ele. Foi uma exigência do Tribunal Regional Eleitoral (TER), que pediu para que nomear 1.050 fiscais de urna no primeiro turno, que também iriam atuar no segundo”.

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Não foi coisa de partido. Nem mesmo de oposição ou situação. O esquema de corrupção descoberto pela polícia na câmara de vereadores de Jaboatão dos Guararapes, município de 3ª maior arrecadação de Pernambuco, foi construído a várias mãos e com participação de 10 partidos da casa. O PSB, do vice-prefeito e candidato à prefeito derrotado no 1º turno, foi o partido com maior número de envolvidos junto ao PR, 5. Entre os funcionários fantasmas, comerciantes, empresários, furador de poço artesiano e até vendedor de raspa-raspa.

Quase nenhum partido ficou de fora do esquema, que inclusive teria sido acordado em reunião da mesa diretora da câmara, com a participação do então presidente da casa, Ricardo Valois (ex-PT e atualmente no PR), candidato a vice-prefeito na chapa de Anderson Ferreira (PR), que disputa do segundo turno no próximo dia 30.

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Somente do partido de Valois e Ferreira, o Partido da República (PR), foram 5 vereadores envolvidos: Vieira, que se elegeu pelo PSC em 2012, Charles Motorista, Sargento Sampaio e Luciano Almeida, este eleito pelo PcdoB em 2012, além do próprio Valois, que já foi presidente do Náutico. Vieira e Charles Motorista inclusive se reelegeram em 2016.

No Partido Socialista Brasileiro (PSB), de Heraldo Selva e do governador Paulo Câmara, também foram 5. Didinho, Pastor Eurico, Irmã Sandra, Louro e Miguel Antônio da Silva, eleito pelo PTdoB em 2012, tiveram seus nomes ligados ao esquema criminoso. Didinho também se reelegeu, com 3.790 votos, na terceira colocação do pleito.

O PDT entrou no esquema com Neco, atual candidato a prefeito, que havia sido eleito pelo PSC em 2012. Na casa dele, a polícia encontrou mais de R$ 170 mil em espécie e uma listagem com nomes de eleitores, indicando que o dinheiro seria usado para comprar votos.

Além destes, vereadores do PTC, PTN, PHS (2), PV, PSDB e PSC também faziam parte da associação criminosa, segundo a polícia.

Fantasmas

As qualificações, profissões e até mesmo atitudes dos comissionados indicados pelos vereadores também foi um ponto importante na investigação da Operação Caixa de Pandora. As folhas de ponto eram preenchidas sempre com o mesmo horário de entrada e saída, o chamado 'ponto britânico'. Entre os funcionários, assessores analfabetos, assessor com fundamental incompleto e salário de R$ 5.400 e as mais variadas profissões: dona de box de bolsas, técnico em conserto de celulares, empresários, furador de poço artesiano e até vendedor de raspa-raspa.

Apesar de serem o elo mais fraco do esquema, os funcionários fantasmas irão responder a mais crimes do que os próprios vereadores. Além de associação criminosa e peculato, que serão atribuídos aos legisladores de Jaboatão, os comissionados também serão indiciados por abandono de cargo público.

Confira a lista dos investigados:

Sargento Sampaio (PR)

Charles Motorista (PR)

Luciano Luiz de Almeira (PR, eleito pelo PCdoB)

Jeneton José Basílio (PTC)

Vado Jogador (PTC)

Samoel do Sorvete (PTN)

Adriano Alves Bezerra (PHS)

José Belarmino de Souza (PHS)

Soldado Souza (PSDB)

Edmilson Monteiro (PV)

Eduardo Gomes do Nascimento, o Didinho (PSB)

Pastor Eurico da Silva Moura (PSB)

Irmã Sandra (PSB)

Miguel Antônio da Silva (PSB, eleito pelo PTdoB)

Louro (PSB)

Neco (PDT, eleito pelo PSC)

Misael Barbosa (PSC)

Ricardo Valois (PR, eleito pelo PT)

Advogados que integram a comissão jurídica da campanha do candidato a prefeito de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, Manoel Neco (PDT), acreditam que o adversário Anderson Ferreira (PR) esteja envolvido indiretamente com a deflagração da Operação Caixa de Pandora, na manhã desta sexta-feira (14), para apurar o envolvimento do pedetista e mais 18 vereadores em irregularidades cometidas na Câmara Municipal. 

Para o advogado Joaquim Barreto, há influência eleitoral na investigação. “Só não acho como tenho certeza [que Anderson Ferreira está envolvido], porque quem está fazendo assessoria jurídica dele hoje já prestou assessoria para a Câmara, juntamente com o vice [Ricardo Valois], então eles estão armando”, disparou.  

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O magistrado ponderou erros no mandado de busca e apreensão. Segundo ele, o documento se refere à quebra de sigilo telefônico e não averiguação da residência e a apreensão de documentos e equipamentos eletrônicos como foi feito. “Com a modernidade isso se faz pela internet, não precisava invadir a casa às 4 horas da manhã”, destacou. Barreto também acusou que a juíza da 2ª Vara Criminal de Jaboatão, Renata da Costa Lima Caldas Machado, de "entrar na onda" do rival e autorizar o mandado contra Neco. 

Avaliando de forma mais técnica a documentação, outro advogado da equipe, Plínio Nunes, também não descartou influência eleitoral na operação, mas observou a necessidade da assessoria jurídica ter acesso aos autos da investigação. “Precisamos entender o que está sendo investigado. Esta operação é no mínimo estranha, pois temos informações de que ela está sendo apurada há cinco meses e somente agora veio à tona”, argumentou. 

A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) deverá analisar se há prevenção (ou seja, indicação automática) do relator para julgar novos processos sobre os mesmos fatos, mesmo que o ministro tenha sido vencido em julgamento anterior. Essa questão afeta diretamente os réus na Operação Caixa de Pandora, que revelou o esquema conhecido como "Mensalão do DEM". Ou seja, essa decisão afeta o ex-governador e candidato do PR ao Governo do Distrito Federal (GDF) José Roberto Arruda. O caso será analisado a pedido do Ministério Público Federal.

Ontem (10), os ministros da Primeira Seção acolheram pedido do subprocurador geral da República Moacir Guimarães Moraes Filho para submeter o tema da prevenção à Corte Especial, por se tratar de uma questão que poderá afetar julgamentos em diferentes Seções e Turmas. A próxima sessão da Corte Especial está marcada para o dia 17 de setembro, mas ainda não há confirmação se a questão será apreciada pelos ministros nessa data. A Corte Especial é o órgão julgador máximo do STJ e é composto pelos 15 ministros mais antigos do tribunal.

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O STJ destaca que a decisão é fundamental para Arruda porque ele aguarda decisão em medida cautelar distribuída por prevenção ao ministro Napoleão Nunes Maia Filho. Nessa medida cautelar, a defesa do candidato solicita liminar para suspender os efeitos da condenação por improbidade, que tornou Arruda "ficha suja" e, por consequência, inelegível, até que o recurso especial seja analisado pelo STJ.

A questão da perda da prevenção foi levantada pelo próprio ministro Napoleão, durante julgamento na Primeira Turma, na última terça-feira (9). Este recurso especial de Arruda foi distribuído ao ministro Napoleão por prevenção. Isso porque em julgamento de recurso de outro réu na Operação Caixa de Pandora (o ex-deputado Leonardo Prudente), foi Napoleão quem proferiu o voto vencedor, sobrepondo a posição do então relator originário, ministro Ari Pargendler.

No julgamento do recurso de Arruda desta semana, entretanto, a posição do ministro Napoleão ficou vencida, e pela regra do Regimento Interno do STJ, assume a relatoria o ministro relator para o acórdão, no caso, Benedito Gonçalves. Caso a Corte Especial decida que não há mais prevenção do relator vencido, a liminar de Arruda deverá ser decida pelo ministro Benedito Gonçalves.

Napoleão entende que a decisão da Corte Especial definirá quem será o relator para os futuros casos que chegarem ao STJ sobre a Operação Caixa de Pandora. "Há, neste momento, pedidos urgentes no meu gabinete com relação à Operação Caixa de Pandora", disse o ministro, conforme informa o STJ.

O juiz Atalá Correia, da 7ª Vara Criminal de Brasília, aceitou denúncia do Ministério Público do Distrito Federal contra 19 acusados de envolvimento com um esquema investigado pela Operação Caixa de Pandora. Como consequência da decisão de Correia, passarão a responder a processos criminais o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, o ex-vice-governador Paulo Octávio, entre outros acusados.

O esquema de corrupção ficou conhecido como Mensalão do DEM. "A denúncia não é inepta. A peça acusatória apresenta a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, em descrição compreensível, bem como a qualificação dos acusados e os esclarecimentos pelos quais se possa identificá-los. Estão presentes, ainda, a classificação dos crimes e o rol das testemunhas. Não há que se falar de ausência de justa causa para o início da ação penal diante de lastro probatório minimamente coligido na fase inquisitorial", afirmou o juiz no despacho assinado no último dia 10.

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O contraventor Carlinhos Cachoeira, acusado de chefiar uma quadrilha que comandava os jogos ilegais no estado de Goiás com a ajuda políticos, escreveu um artigo que foi publicado nesta terça-feira (11) no jornal Diário da Manhã. O fato acontece porque após a esposa de Cachoeira, a empresária Andressa Mendonça ser convidada a participar de um desfile beneficente na última sexta-feira (7), no Palácio das Esmeraldas, residência oficial do governador de Goiás, teria sido destratada.

Na carta Carlinhos Cachoeira começa citando o evangelho do apostolo João com a frase “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”, mas em nenhum momento cita o nome do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Em outro momento ele escreve: “A caixa que Pandora abriu e permitiu que as desgraças se abatessem sobre os homens será brincadeira de criança diante do que posso perpetrar para defender a honra e a dignidade minha e de minha família.”

Texto na íntegra publicado no Jornal Diário da Manhã:

"A verdade sem mentira"

"Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará", João 8:32

"Um homem pode suportar muitas provações em sua vida. Pode cumprir seu desiderato e pagar por seus erros. Pode sofrer injustiças e perseguições sem fraquejar e aceitar tudo como um ensinamento destinado ao seu crescimento interior. Pode ter amigos em um dia e ser abandonado por eles quando a má sorte sobrevém. Pode ser apunhalado por quem considerava companheiro de jornada e exercitar a virtude da tolerância, responsável pela preservação da paz e da harmonia.

Entretanto, um homem não pode jamais permitir que sua companheira, sua cara-metade, sua alma gêmea, a mulher a quem ele devota amor seja ofendida de qualquer maneira que for. A função primeira de um homem frente a sua amada é postar-se à sua frente e não deixar que nada, absolutamente nada, lhe atinja, sob pena de ter de renunciar à própria vida, pois um homem de verdade não tem o direito de continuar a ver o sol nascer se não defender a vida, a dignidade e a honra de sua mulher.

Pois foi isto o que se sucedeu com minha esposa, Andressa Mendonça e contra isto me levanto com todas as minhas forças e armas. Estou pronto para o embate e não medirei esforço nem terei compaixão para defendê-la e desde já aviso que o céu será meu limite. O tempo socorrerá apenas quem dele fizer uso com extrema rapidez para reparar a agressão proferida. Depois de entrar na arena para digladiar não permitirei recuo de quem quer que seja e só sairei dela vitorioso ou morto.

Na última sexta-feira foi realizado no Palácio das Esmeraldas um desfile beneficente com renda revertida para a Santa Casa de Misericórdia de Goiânia. Os convites foram vendidos ao custo de R$ 350,00 cada. Minha esposa, Andressa, empresária, foi convidada a participar e prestar sua colaboração para com uma causa que sem dúvida é nobre e justa. Não se furtou a sua responsabilidade social e cristã em ajudar e participar de uma ação engrandecedora.

Compareceu como cidadã, empresária que paga seus impostos, pessoa bem relacionada e velha conhecida do governador e da primeira-dama e como uma pessoa que sabe da necessidade de se integrar às boas causas e contribuir para suprir as lacunas que o Estado não preenche, como uma saúde de qualidade e gratuita. No momento em que esteve no Palácio foi cortejada pelos poderosos e bem tratada, principalmente pela generosa contribuição que deixou. Bastou que se retirasse para que fosse renegada, tal a uma doente que não se quer por perto.

A imprensa interessada em noticiar as presenças ao desfile beneficente indagou sobre quem esteve efetivamente. Aconteceu o inconcebível: a assessoria de imprensa do Palácio renegou seu indelével direito de estar presente onde melhor lhe aprouver e chegou ao cúmulo de negar que ela tivesse sido convidada.

Alto lá. Não nos faltem com o respeito. Andressa não foi e jamais iria a um lugar em que não fosse convidada. Até porque não precisamos passar por penetras em lugar algum. Dizer que minha esposa não foi convidada a comparecer a um desfile no Palácio das Esmeraldas, residência oficial do mandatário maior do Estado, equivale a dizer que ela entrou sorrateira pela porta dos fundos e que não estava na prestigiada lista de quem era recebida pela organizadora maior da dita festa, a primeira-dama do Estado.

Minha esposa é uma mulher digna e honesta, que encara a vida e as dificuldades de cabeça erguida. Mãe amorosa e esposa adorável. Companheira das horas alegres e também das difíceis. Quando estive recluso na violência do cárcere ela não me negou amparo, apoio, auxílio e sobretudo amor. Jamais permitirei que seja agravada, muito menos por desclassificados que não têm moral sequer para limpar-lhe os sapatos.

Se querem me atingir estou preparado. Mas, acusar minha amada e companheira de subterfúgio rasteiro como o de entrar de penetra em uma festa no Palácio das Esmeraldas passou dos limites. Quem quer ser respeitado deve se dar ao respeito.

Um governo que não se presta ao respeito dentro de seus próprios limites não pode se dar ao desplante de atingir a honra de pessoas de fora de seu alcance. Estou falando de um governo que permite que um de seus principais expoentes diga ser esse mesmo governo composto de bandidos e não recebe uma reprimenda exemplar, a começar da exoneração sumária. Fica o dito pelo não dito e a história dos bandidos dentro do governo permanece sem contestações ou desmentidos. Onde será que começa o banditismo? Onde fica o cerne da bandidagem no governo, em sua origem, em seu centro ou na periferia que se formou com as adesões de última hora?

Se quiserem saber onde estão os maiores problemas e as principais sangrias dentro desse governo é só encarar a briga que estou pronto para o embate. Em bom brasileirês falo com a cabeça erguida e com o peito arfante: cai pra dentro quem quiser que eu sustento o desafio. Escolham as armas. A verdade, que liberta e quebra paradigmas, mostrará ao povo goiano os erros cometidos ao longo dos anos e dará o norte da reparação e do caminho certo.

Mas, não cometam a insanidade de tentar atingir de forma tão rastejante minha esposa porque não vão gostar nem um pouco de conhecer o peso de minha mão. A caixa que Pandora abriu e permitiu que as desgraças se abatessem sobre os homens será brincadeira de criança diante do que posso perpetrar para defender a honra e a dignidade minha e de minha família"

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