“Temos que dar um basta”, dispara Humberto sobre Bolsonaro

O senador petista é um dos parlamentares que assinam uma representação contra Bolsonaro na PGR por racismo. Para Humberto, o Congresso Nacional “não pode mais dar abrigo” a alguém que tem esse tipo de “atitude odiosa”

por Giselly Santos sex, 07/04/2017 - 10:56
Agência Senado O senador afirma que as indignidades pronunciadas por Jair Bolsonaro são, costumeiramente, de 'uma violência atroz' Agência Senado

Líder da oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE) afirmou que o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) tem um “comportamento inaceitável” e precisa ser “ responsabilizado por seus atos e tantas falas de ódio”. O senador petista é um dos parlamentares que assinam uma representação contra Bolsonaro impetrada, nessa quinta-feira (6), na Procuradoria Geral da República (PGR) por racismo. 

O deputado carioca provocou indignação e revolta, mais uma vez, por dizer que as reservas indígenas e quilombolas atrapalham a economia. "Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador ele serve mais”, ironizou Bolsonaro durante palestra no clube Hebraica, no Rio de Janeiro, na última segunda-feira (3).

Para Humberto, o Congresso Nacional “não pode mais dar abrigo” a alguém que tem esse tipo de “atitude odiosa”. “É impossível que esse tipo de prática, que o deputado Bolsonaro já exerceu em várias ocasiões nos últimos anos, continue a se repetir dentro e fora do Parlamento. Temos de dar um basta em tudo isso”, declarou Humberto. 

O senador disse também que as "indignidades" pronunciadas por Jair Bolsonaro são, costumeiramente, de “uma violência atroz” contra todas as mulheres, homossexuais, negros e contra a própria sociedade brasileira. “É um comportamento inaceitável. Esperamos, inclusive, que o Supremo puna o deputado, com rigor, naquele caso absurdo contra a deputada Maria do Rosário (PT-RS)”, ressaltou. 

Bolsonaro responde a duas ações penais no STF por acusações de apologia ao crime e injúria, e já teve recursos negados, por unanimidade, pelos ministros da Primeira Turma da Corte. 

“Um homem que diz que uma mulher não merece ser estuprada porque é feia, que afrodescendentes de comunidades quilombolas não servem nem para procriar e que o seu filho não seria gay porque recebeu boa educação tem de ser responsabilizado por seus atos e tantas falas de ódio. As ofensas não podem sair impunes”, avalia o líder da oposição. 

A representação na PGR pede ainda que seja instaurado inquérito para apurar atos de improbidade administrativa por violação aos princípios da administração pública e que seja avaliada a possibilidade de ação devido à violação da dignidade de membros de todas as populações indígenas e comunidades quilombolas do país.

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