"O povo não aceita", diz Humberto sobre Bolsonaro
O senador rebateu a declaração do deputado, que afirmou que é preciso alguém com o seu perfil para ocupar a "cadeira presidencial"
Em entrevista exclusiva concedida ao LeiaJá, durante passagem no Recife, o senador Humberto Costa (PT) falou sobre a declaração do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC), que se juntou ao senador Magno Malta (PR), em vídeo, para dizer que é necessário pessoas como eles para sentar na "cadeira presidencial". O petista disse que a declaração é mais "uma avaliação disparatada" que Bolsonaro faz entre muitas outras.
"Eu não acredito, de forma nenhuma, que um dos dois tenham condições de polarizar uma eleição. O próprio Bolsonaro tem encontrado um espaço fértil para defender essas ideias disparatadas que tem, ideias machistas, homofóbicas, uma visão de restrição das liberdades individuais, mas eu creio que o povo brasileiro não aceita isso", cravou.
Humberto Costa pontuou que o importante não está centrado nesse discurso e, sim, que a pretensão do PT é estabelecer a democracia. "Acabar com este golpe no processo democrático que nós estamos vivendo por conta do processo de impeachment que nós vivemos lá atrás e, portanto, ter eleição direta", contou.
"A eleição direta não é somente uma maneira de restabelecermos a legalidade democrática no Brasil, mas também de nós podermos discutir com a sociedade a construção de um governo que tenha um mínimo de legitimidade para tirar o Brasil da crise", ressaltou o senador.
Defesa
No final de maio, em entrevista exclusiva ao LeiaJá, Bolsonaro foi questionado sobre como lida com ser chamado frequentemente, por uma parcela da população, de "homofóbico, racista e machista". Ele se defendeu. "Porque homofóbico? Porque eu sou contra ao material escolar conhecido como kit gay? Qual o pai quer que o filho aprenda na escola ou tenha acesso a filme de duas meninas se beijando ou dois homens se acariciando a partir de seis anos de idade?", disse.
Bolsonaro, na ocasião, continuou rebatendo as críticas. “O que mais? Racista? Eu sou contra cotas. Qual a diferença de um nordestino, por exemplo, e de um afrodescendente exercendo uma mesma profissão no Rio de Janeiro. Porque o filho o afrodescendente que tirou nota seis entra na faculdade e o filho do nordestino tira nove e não entra por questão de cor de pele? Isso está errado. “Que mais me acusam? De misógino. De não gostar de mulher? Se eu não gosto de mulher, então eu sou gay. Pronto. Só posso pensar isso aí", ironizou.