Lula: 'ficaria feliz se fosse condenado com alguma prova'

Em pronunciamento à imprensa, o líder-mor petista desafiou seus opositores a encontrarem uma prova concreta contra ele, questionou a deliberação de Moro, reafirmou que ia recorrer da decisão e destacou que o triplex não é dele

por Giselly Santos qui, 13/07/2017 - 13:04
Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo O ex-presidente também disse acreditar que a retirada dele do jogo político faz parte do que ele chamou de 'golpe' Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo

Após ser condenado pelo juiz Sérgio Moro no caso do triplex do Guarujá, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desafiou, nesta quinta-feira (13), seus adversários a encontrarem uma prova concreta que respalde a sentença. Em pronunciamento à imprensa, o líder-mor petista disse que ‘ficaria feliz se fosse condenado com alguma prova’, questionou a deliberação de Moro, reafirmou que ia recorrer da decisão e destacou que o apartamento não é dele. 

“A única prova que existe neste processo é a da minha inocência. Queria fazer um apelo, se alguém tiver uma prova contra mim, por favor, diga. Mande para a Justiça, a Suprema Corte a imprensa. Ficaria mais feliz se fosse condenado com alguma prova. Que eles me desmascarassem mesmo. O que me deixa indignado é ver que você está sendo vítima de um grupo de pessoas que quer dar um golpe no país”, argumentou. “Não estou desafiando, mas quero desafiar que os meus inimigos e os donos dos meios de comunicação, apresentem uma única prova. Uma assinatura minha”, acrescentou. 

Lula também pontuou ter sido condenado a pagar R$ 700 mil em multa pela posse do triplex e o repasse de propinas e salientou que vai precisar fazer uma ‘cotinha’ para arrecadar dinheiro. “Não sou dono de um triplex. Vamos ter que fazer que nem a arrecadação de dízimo para eu pagar a multa de R$ 700 mil. Não me deixaram nem com o triplex, que dizem ser meu, para que eu venda e pague a multa”, ironizou.

Ao dizer que não sabe “como alguém consegue escrever quase 300 páginas e não apresentar provas para alguém que você quer condenar”, o ex-presidente questionou as atribuições de Sérgio Moro.  “Na minha cabeça, não consegue compreender todo este emaranhado… Vamos recorrer em todas as instâncias e acho que é preciso que a gente processe esta sentença no Conselho Nacional de Justiça”, disparou. 

Lula ainda acusou os procuradores e membros da Polícia Federal que integram a Força Tarefa da Lava Jato de mentir. “O Moro não deve prestar contas para mim, mas para história. Assim como eu. Ela é quem vai dizer quem está certo e quem está errado. Continuo afirmando para vocês que não é possível um Estado de Direito se não acreditarmos na Justiça. É por isso que digo que a Justiça não pode mentir. A PF mente a respeito deste processo, o Ministério Público aceita e prepara a acusação. Eu acreditava que o Moro ia recusar a mentira do Ministério Público, baseado no power point”, cravou. 

O ex-presidente também disse acreditar que a retirada dele do jogo político faz parte do que ele chamou de 'golpe'. "Sempre tive consciência que o golpe não fechava, se o Lula pudesse ser candidato o golpe não fechava", frisou. 

No processo em que foi condenado, Lula é acusado de receber propina da empreiteira OAS por meio das reformas de um apartamento triplex no Guarujá, litoral de São Paulo. Segundo a Lava Jato, a empresa teria pago R$ 3,7 milhões em propinas ao ex-presidente em troca de favorecimento em contratos com a Petrobras. A condenação de Lula é em primeira instância e pode ser recorrida. Caso a sentença seja confirmada pelo Tribunal Regional Federal, em segunda instância, ele será preso e poderá ficar inelegível.

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