Investigados na Operação Torrentes são presos novamente
Dois coronéis da PM e oito empresários foram presos por solicitação do Ministério Público Federal (MPF) a partir de 'novos fatos' surgidos durante a análise dos documentos apreendidos
Uma nova fase da Operação Torrentes, que apura desvios de verbas federais repassadas para o Governo de Pernambuco para atender as vítimas das chuvas na Mata Sul em 2010 e 2017, prendeu novamente dez alvos da investigação. As detenções foram solicitadas pelo Ministério Público Federal (MPF) a partir de “novos fatos” surgidos durante a análise dos documentos apreendidos no último dia 9, quando a ação foi deflagrada. Os investigados foram presos nessa terça-feira (21) pela Polícia Federal (PF).
Cumprem prisão preventiva os empresários Heverton Soares da Silva, Ítalo Henrique Silva Jaques, Taciana Santos Costa, Ricardo Henrique Reis dos Santos, Emanoel Feliciano Ribeiro e João Henrique Soares. Além do casal Ricardo José Padilha e Rafaela Carrazzone da Cruz Gouveia Padilha. Daniel Pereira da Costa Lucas não foi encontrado pela PF.
Já o tenente-coronel da Polícia Militar Laurinaldo Félix do Nascimento e o coronel Fábio de Alcântara Rosendo cumprem prisão domiciliar. Os oficiais também foram obrigados a entregar os seus passaportes, tiveram o afastamento das funções públicas e deverão pagar fiança.
Operação Torrentes
A investigação da PF surgiu a partir de denúncias anônimas enviadas à Controladoria Geral da União em Pernambuco, no ano passado. Os contratos investigados totalizam R$ 450 milhões para compra de comida, colchões, filtros de água e lonas de proteção para os desabrigados.
Segundo a PF, a fraude no valor de contratos para reestruturação de municípios da Mata Sul de Pernambuco após as enchentes de 2010 e deste ano pode chegar até a 30%. Segundo os investigadores, foi verificado ainda um conluio entre quatro grupos de empresas para que se conseguisse as licitações durante os períodos emergenciais.
No último dia 9, quando foi deflagrada a operação, foram presos temporariamente quatro coronéis da Polícia Militar e 11 empresários. Além disso, foram cumpridos mandados de condução coercitiva contra os também coronéis Mário Cavalcanti e Carlos D'Albuquerque; e mandados de busca e apreensão na sala da Secrataria da Casa Militar, no Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo de Pernambuco.