Por calote, empresa pede bloqueio do salário de Frota
O agora deputado federal era a estrela da "Festa do Orgulho Gay em Brasília", uma aposta da empresa Agita Cultural em 2006, mas, mesmo recebendo pelo serviço, Alexandre Frota não compareceu ao local
Uma empresa cultural de Brasília pediu que a Justiça Federal autorize o bloqueio do salário do deputado Alexandre Frota (PSL) para que seja paga uma indenização conquistada após um calote do agora parlamentar dado em 2006. A informação é da Revista Época.
Naquele ano, a Agita Cultural, da empresária Nice Pereira, resolveu apostar no público gay, que consolidava as famosas paradas gays pelo país, e resolveu fazer uma "Festa do Orgulho Gay em Brasília", com Frota como estrela. Ele assinou um contrato com o cachê de R$ 2 mil, mas não compareceu ao local para o show - previsto para ter duração de uma hora e meia na Oficina Dancing Bar, a 15 quilômetros do Congresso Nacional, onde hoje o parlamentar cumpre seu mandato.
Segundo a reportagem, a empresária acionou a Justiça por danos materiais e morais, conseguiu sentença favorável da primeira de R$ 30 mil, mas recorreu no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).
A dívida já passou para R$ 80 mil e até o mês passado, quando a Câmara dos Deputados recebeu um ofício judicial pedindo detalhes sobre o salário de Alexandre Frota, para avaliar se autorizava o bloqueio do valor, ele ou sua defesa não havia se manifestado nos autos do processo.
O contracheque do deputado federal é de R$ 33.743 brutos e em fevereiro o pagamento já tinha um “desconto judicial” de R$ 10.128,90, o que dificulta ainda mais que o pedido da empresária seja acatada, mas ela disse que não vai desistir do pagamento.
“Não vou desistir. Que isso fique bem claro. Vou recorrer até o STF se for preciso”, afirmou Nice Pereira, em entrevista à Revista Época. “Não tenho interesse nenhum em prejudicá-lo. Só quero meu direito. Aliás, quero que ele se dê muito bem, e cumpra com as obrigações, incluindo pagar a quem ele deve. É pura falta de interesse e irresponsabilidade”, completou.