Projeto impede embaixadores que não sejam diplomatas
Proposta foi apresentada pelo deputado federal Marcelo Calero (Cidadania) após o presidente Jair Bolsonaro (PSL) dizer que poderia indicar o filho e deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para embaixador nos EUA
O deputado federal Marcelo Calero (Cidadania-RJ) apresentou dois projetos [um de lei e outro de emenda à Constituição] para restringir a designação para chefe de missão diplomática permanente a integrantes do quadro de carreira do Ministério das Relações Exteriores. Ou seja, impede que sejam indicados como embaixadores pessoas que não são diplomatas.
“Isso vai ao encontro dos anseios da sociedade brasileira que quer que sejam prestigiadas as meritocracias na escolha dos ocupantes das funções públicas”, argumentou ao defender as propostas. Para passar a valer, o texto precisa ser aprovado na Câmara e no Senado.
As propostas surgem um dia depois que o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), disse que poderia indicar o filho e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para embaixador nos Estados Unidos (EUA).
Calero, que é diplomata de carreira, classificou a intenção de Bolsonaro como uma “ação de desprestígio”. “Vejo com muita preocupação essa possibilidade. É uma ação de desprestígio a essa carreira que está nas maiores tradições da nossa República”, considerou o parlamentar.
“Devemos lembrar primeiro que coube ao Itamaraty a delimitação das nossas fronteiras e a aquisição de um prestígio internacional que poucos países tem. Em segundo lugar, essa nomeação surge sob a sombra do nepotismo, a gente tem que chamar no Brasil as coisas pelo que elas são”, acrescentou o deputado.
Calero chamou, ainda, a atitude de Bolsonaro de “caprichosa” e disse que fará um apelo a Eduardo Bolsonaro para que ele não não aceite o convite.