Mourão nega atrito com Bolsonaro por vacina
Segundo o general, a 'decisão final é do presidente'
O vice-presidente Hamilton Mourão negou, nesta terça-feira (3), vivenciar um atrito com o presidente Jair Bolsonaro por causa da vacina contra a Covid-19. Na semana passada, Mourão afirmou em entrevista à revista Veja que "é lógico" que o Brasil comprará doses da vacina chinesa, Coronavac, apesar de Bolsonaro negar essa possibilidade.
"Aqui não há briga. Existem opiniões que ora coincidem e ora não, mas quem decide é o presidente e ele foi eleito para isso", declarou Mourão quando questionado por jornalistas ao chegar à Vice-Presidência. Ele afirmou que não conversou com Bolsonaro sobre o assunto, mas que acredita que o presidente fará o que for melhor para o população.
"Não conversei com o presidente (sobre o assunto), o que eu quis colocar ali é que é o seguinte, a vacina é uma vacina brasileira. Qualquer vacina vai ser produzida aqui no Brasil e, óbvio, o presidente vai tomar a decisão que for melhor para o conjunto da população brasileira, que é essa a responsabilidade dele", disse.
O presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), divergem publicamente sobre a obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19. Enquanto o presidente, que é candidato à reeleição em 2022, diz que o governo federal não obrigará a imunização, o governador de São Paulo, principal adversário de Bolsonaro, já afirmou que a vacina será obrigatória para os paulistas. No mês passado, o presidente revogou acordo feito pelo Ministério da Saúde para a compra de 46 milhões de doses da Coronavac, vacina da farmacêutica chinesa Sinovac que será produzida pelo Instituto Butantan.
Mourão defendeu ainda uma posição de cautela em relação a um imunizante contra a Covid-19. "Não é uma coisa tão simples. Muita gente fala (que) 'começo do ano vai ter vacina', (mas) não é simples", disse. Segundo o vice-presidente, estudos sobre a vacina ainda devem indicar, por exemplo, os grupos prioritários para tomar o imunizante ou se haverá contraindicação para alguma parcela da população.