Para Otto, semana na CPI será de vacina e esclarecimentos
Segundo ele, é possível analisar que Bolsonaro está por trás da gestão da Saúde e, quem não concorda com sua visão, deve sair do ministério
O senador e membro da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Otto Alencar (PSD-BA), classificou a semana na comissão será "da vacina e dos esclarecimentos" sobre os contratos assinados de imunizantes no combate à Covid-19. Segundo ele, a comissão irá questionar a não aprovação da vacina russa Sputnik V e a falta de contratos fechados pelo governo Bolsonaro para obtenção de imunizantes.
Em entrevista à Globo News na manhã desta segunda-feira (10), Alencar avaliou que "ficou muito claro" que a condução do Ministério da Saúde no período de Eduardo Pazuello foi orientação do presidente Jair Bolsonaro, com incentivo ao uso da cloroquina e medicamentos de tratamento precoce. Segundo ele, é possível analisar que Bolsonaro está por trás da gestão da Saúde e, quem não concorda com sua visão, deve sair do ministério.
Na avaliação do parlamentar, o incentivo do chefe do Executivo para a utilização de remédios contra covid e suas críticas à pandemia é uma "posição perigosa e, até certo ponto, sem responsabilidade". Alencar repudiou o ato feito por Bolsonaro no domingo (9), que saiu de moto pelas ruas de Brasília acompanhado de centenas de motociclistas apoiadores. Para ele, esse tipo de comportamento é "perverso". "Falta grandeza ao presidente Bolsonaro para reconhecer o erro" na condução da pandemia, avaliou.
Agenda
Na agenda da CPI desta semana, o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, prestará depoimento na terça-feira (11). Já na quarta-feira (12), a comissão irá ouvir Fabio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação do governo federal. Por fim, Marta Díez, presidente da Pfizer no Brasil, e seu antecessor, Carlos Murillo, prestarão depoimentos na quinta-feira (13).