PNI: Fantinato diz que politização a fez desistir do cargo

Questionada pelo relator se teria sofrido sabotagem da alta direção do Ministério da Saúde ou do governo federal, Francieli afirmou que não tem elementos para afirmar esse fato

qui, 08/07/2021 - 11:38
Pedro França/Agência Senado Francieli Fantinato em depoimento na CPI da Pandemia Pedro França/Agência Senado

Amparada por decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, a ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Francieli Fantinato, recusou-se de assumir o compromisso de dizer a verdade na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia no Senado. Fantinato depõe ao colegiado nesta quinta-feira (8).

Durante a declaração inicial, ela ressaltou seu currículo acadêmico, com especialização em eventos adversos pós-vacina e trabalho de campo em todas as regiões do país. Em seguida, resumiu seu trabalho no serviço público, no Paraná e em Brasília, onde mora desde 2014, estando à frente do Programa Nacional de Imunizações (PNI) desde outubro de 2019.

"Por que o maior programa de vacinação do mundo teve dificuldade em executar o seu papel? Faltou para o PNI quantitativo suficiente para a execução rápida de uma campanha. Há que se considerar que o PNI, estando sob qualquer coordenação, não consegue fazer uma campanha exitosa sem vacinas e sem comunicação. Mesmo assim, me esforcei ao máximo para manter a comunicação alinhada com os estados", disse. 

"Trabalhei incansavelmente 24 horas por dia, sete dias por semana, para vacinar a população brasileira. Para um programa de vacinação ter sucesso é simples: é necessário ter vacinação e é necessário ter campanha publicitária efetiva. Infelizmente, eu não tive nenhum dos dois", emendou Francieli.

Ao responder a primeira pergunta do relator Renan Calheiros (MDB-AL), Francieli informou que deixou o cargo por questões pessoais. Ela disse que vem trabalhando desde 2019 na coordenação do PNI e, com a politização do assunto, decidiu seguir seus planos pessoais. Segundo a servidora, essa politização a trouxe a condição de investigada sem mesmo sem ter sido ouvida.

Francieli chegou a reclamar da politização feita pelo líder da nação colocando em dúvida a segurança da vacinação. 

"Quando temos todas as evidências favoráveis mostrando a eficácia, qualquer pessoa que fale contrário vai trazer dúvidas à população. Então, há necessidade de se ter uma comunicação única, seja de qualquer cidadão, de qualquer escalão", frisou.

Questionada pelo relator se teria sofrido sabotagem da alta direção do Ministério da Saúde ou do governo federal, Francieli afirmou que não tem elementos para afirmar esse fato.

"Pensando em uma campanha de vacinação, eu precisava de doses suficientes e campanha publicitária. Só que eu não tenho elementos, porque eu não tive interferência direta", afirmou.

*Com a Agência Senado 

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