Cunha diz que Lula ganha eleição no 1º turno se sair do PT
O ex-deputado aponta que haverá "30% de PT, 30% de antiPT" e os demais é que irão decidir o resultado em 2022
Nesta terça-feira (26), analisando o cenário político para as eleições presidenciais de 2022, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, afirmou que o principal obstáculo para o ex-presidente Lula (PT) ganhar no primeiro turno é o seu próprio partido.
"Eu costumo dizer o seguinte: se o Lula saísse do PT e fosse para um partido de centro, o Lula ganharia a eleição no primeiro turno. O problema do Lula é o PT, é o antipetismo", disse Cunha em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan.
Para ele, o principal obstáculo de Lula em 2022 será o antipetismo. O ex-deputado aponta que haverá "30% de PT, 30% de antiPT" e os demais é que irão decidir o resultado. Cunha assegura que o petista sabe que se não trouxer esse grupo, não ganha a eleição.
O ex-deputado disse ainda em entrevista ao programa que Lula foi prejudicado eleitoralmente por Sérgio Moro em 2018 e deveria ter tido a chance de disputar as eleições naquele ano.
“Torço que seja candidato. Moro é chefe de uma organização política, tinha um objetivo político. Estava revendo uma entrevista dele dizendo que jamais entraria na política, agora ele vai para o campo da política, vai disputar o voto e defender o que ele fez. Lula foi prejudicado, tinha que ter perdido disputando a eleição. Tinha que ter sido candidato. Teria sido melhor para o Brasil, teria sido derrotado em 2018 e acabaria com essa situação", falou.
Prisão
Eduardo Cunha foi preso em abril de 2016, em Brasília, acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Na época, as investigações apontavam que ele teria recebido R$ 5 milhões de propina em contas na Suiça.
Cunha também teve o seu mandato cassado no dia 12 de setembro de 2016, por 450 votos a 10, por quebra de decoro parlamentar. Para os deputados, ele mentiu ao afirmar em depoimento espontâneo da Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras, em 2015, que não tinha contas no exterior.
Defesa
O ex-deputado se defendeu na entrevista desta terça (26), alegando que seu julgamento foi ilegal e imparcial. “A prova que eu não morri atirando é que eu estou vivo e eles morreram. Eu não fui cassado por ter contas na Suíça, fui cassado porque consideraram que eu menti na CPI dizendo que não tinha conta. A prova que a prisão é injusta e ilegal está no Supremo agora".