Miguel Coelho garante que não rompeu com Bolsonaro
O pré-candidato minimizou a crise entre o presidente Jair Bolsonaro e seu pai, o senador Fernando Bezerra Coelho, e disse que espera uma definição de Luciano Bivar sobre o apoio do partido à Presidência
Nesta terça-feira (21), o pré-candidato ao Governo de Pernambuco pelo União Brasil e prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, disse que não rompeu com o Governo Bolsonaro. Com apoio estadual do Podemos, partido de Sergio Moro, havia a especulação sobre o racha após seu pai, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), entregar a liderança da base governista no Senado como resposta à derrota nas eleições para ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
"Não muda nada. Foi um processo de escolha de três senadores com três biografias fortes", minimizou o prefeito em um café-da-manhã com jornalistas.
Miguel enxerga que o afastamento entre o pai e o Governo Federal teve seu lado positivo e pode ser benéfico para o desenvolvimento da sua campanha em Pernambuco.
"A gente não rompeu com o governo, o senador apenas deu sua contribuição e agora vai se dedicar a esse projeto estadual com mais liberdade, com mais tempo", compreendeu.
FBC era responsável por articular as ambições do governo no Senado e um dos defensores mais dedicados do presidente Jair Bolsonaro (PL) na CPI da Covid. Contudo, o posto depois de ser abandonado por aliados na votação ao TCU e assumir a última posição, com apenas sete votos.
"Acho que o senador fez uma reflexão do resultado que se teve de que o governo precisava de outro articulador político", pontuou.
Interessado no Governo de Pernambuco, ele entende que a divergência não foi tão grave, mas também lhe deu mais autonomia para escolher qual palanque pode apoiar na disputa à Presidência.
Sem confirmar apoio a Moro, mesmo com a aliança local, Miguel diz que pode ajudar o atual presidente na campanha de reeleição. "Não evita novas construções no futuro", complementou.
O prefeito deixa o Executivo de Petrolina em abril e prega cautela para uma definição mais consolidada do União Brasil, que tem como presidente o deputado Luciano Bivar, ventilado como um dos nomes para compor a chapa de Sergio Moro.
"Eu nem sei o presidente quem o União vai apoiar ainda. Até meados de março [prazo para que os deputados possam migrar de partido] vai ficar mais claro e aí a gente vai ter um palanque amplo, com o máximo de partidos possível", avaliou.
Com o cenário ainda em aberto, além de focar na própria candidatura, sua atuação nas eleições fica condicionada ao que pode ser angariado para o projeto do União Brasil de eleger oito governadores e ampliar a bancada na Câmara.