Corrida presidencial da França está na reta final
Um debate televisivo colocará Emmanuel Macron e Marine Le Pen frente a frente nesta segunda (18)
Emmanuel Macron e Marine Le Pen iniciam a última semana de campanha nesta segunda-feira (18), marcada por um debate televisivo de alto risco entre os dois candidatos no segundo turno das eleições presidenciais da França em 24 de abril.
Uma semana após a votação, nada foi decidido. As pesquisas oferecem uma vantagem estreita de 53 a 55,5% para o presidente em final de mandato sobre sua adversária de extrema-direita.
A margem é bem menor do que em 2017, quando Macron venceu com 66% dos votos. O desafio do segundo turno é convencer os indecisos e os abstencionistas, que no primeiro turno ultrapassaram 26% do censo.
Será especialmente importante mobilizar o eleitorado de esquerda, o árbitro desta corrida acirrada. Desde o encerramento do primeiro turno, em 10 de abril, os dois finalistas continuam a fazer promessas ecológicas e sociais ao eleitorado do líder esquerdista radical Jean-Luc Mélenchon, que ficou em terceiro lugar com quase 22% dos votos.
Desde a divulgação dos resultados do primeiro turno, vencido por Macron (27,8%) à frente de Le Pen (23,1%), os dois candidatos retomaram sua campanha, multiplicando os deslocamentos, os encontros com multidões e participações no rádio e na televisão.
- Um debate crucial -
A uma semana do segundo turno, em um contexto de campanha tenso e com a extrema-direita mais perto do poder do que nunca, o debate televisionado de quarta-feira parece ser decisivo.
O tradicional duelo realizado desde 1974 nos dois turnos de todas as eleições presidenciais na França será moderado por um jornalista do canal público France 2 e outro do privado TF1.
Marine Le Pen e Emmanuel Macron "têm muito em jogo", estima o sociólogo e especialista em comunicação política Philippe Riutort.
Em 2017, o debate foi desastroso para Le Pen, que foi agressiva e despreparada contra a líder centrista, o que, segundo muitos analistas, causou em grande parte sua derrota.
Cinco anos depois, a líder de extrema-direita amenizou sua imagem, trabalhou em seu programa e implantou uma campanha de proximidade, conquistando um perfil mais "presidencial".
"Estou preparada porque tenho experiência, trabalhei muito no projeto, ajustei meu projeto com eles (os franceses), aproximei-o de suas realidades, de suas esperanças, um projeto sério, equilibrado, orçado projeto", disse a candidata na sexta-feira.
Já Macron não subestima um debate "extremamente apertado", admite sua comitiva.
Macron, que não tem mais o frescor de cinco anos atrás, deve tentar desmantelar o programa de sua adversária, apontando os aspectos radicais que tentou encobrir na campanha em questões como imigração ou instituições.
Ele também tentará corrigir sua imagem às vezes percebida como sendo muito à direita entre os eleitores da esquerda.