Tebet: a presença feminina no pleito presidencial de 2022

De acordo com pesquisa do DataFolha, a pré-candidata à presidência aparece com 2% das intenções de votos

por Camilla Dantas sex, 27/05/2022 - 17:54
Flickr/MDB A pré-candidata à presidência da República, senadora Simone Tebet Flickr/MDB

Após o ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB) desistir da candidatura de presidente, a senadora Simone Tebet (MDB) será a mulher que comandará a terceira via. O MDB e o Cidadania confirmaram sua pré-candidatura na última terça-feira (24).

História

Simone é uma advogada de 52 anos, nascida em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, onde cresceu com a influência política dentro de casa. Filha do do governador Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Ramez Tebet (PMDB), seu pai foi presidente do Congresso Nacional em 2001. Mesmo com esse DNA na política, a senadora priorizou os estudos e com 16 anos foi aprovada na Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Depois, tornou-se especialista em Ciência do Direito, pela Escola Superior de Magistratura, e mestre em Direito do Estado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Na sua trajetória profissional também deu aulas em universidades particulares e públicas. Apenas com 31 anos que entrou na política.

Trajetória Política

Aos 31 anos, nas eleições de 2002 foi eleita deputada estadual pelo Mato Grosso do Sul, e foi a mulher mais votada para o cargo legislativo. Em 2004, foi a primeira mulher eleita prefeita de Três Lagoas, e dois anos depois foi reeleita ao cargo com mais de 75% dos votos. Depois disso, resolveu renunciar à prefeitura e compor a chapa de André Puccinelli (MDB) na eleição para o governo de Mato Grosso do Sul como vice-governadora. Alguns anos mais tarde, nas eleições de 2014 foi eleita a senadora do seu estado natal. Porém em 2018, iria se candidatar a governadora, mas desistiu após seu companheiro de chapa André ser preso.

No Senado 

Na sua atuação no Senado Federal, Simone foi a única mulher participar da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. Além de ter sido uma das senadoras que não teve cargo oficial na comissão, esteve presente na maioria das sessões e interrogando investigados.

Perfil

Segundo a cientista política Priscila Lapa, Simone pode ser considerada do centro direita, que mesmo não trazendo políticas com pautas feministas, durante sua trajetória politica já trouxe alguns temas que tenha essa relação. A questão da violência foi um dos temas que foi levantada pela candidata no senado. No entanto, apesar de ser mulher, ela não tem força com o público feminista não se identifica com pautas do movimento, o que a coloca em um espaço ainda em definição. "Acho difícil, sinceramente, que haja um deslocamento do eleitorado com essa polarização. Apesar dela ser mulher e trazer essa novidade, ela precisa resgatar esse entusiasmo. Não sei se ela tem esse perfil e se há tempo para isso", afirmou Priscila.

Terceira Via

A terceira via é um conjunto de forças políticas que é composta por uma união de partidos como MDB, PSDB, Cidadania, que tem como objetivo trazer uma nova alternativa para as candidaturas que atualmente dominam o cenário eleitoral que são Lula (PT) e Bolsonaro (PL). De acordo com Priscila, a chegada de Simone pode oxigenar e fortalecer essa força, já que é um novo nome nesse espaço de terceira via.

"Ela é um nome que desperta força política para um segmento específico do eleitorado, justamente aquele que presta mais atenção na sutileza desse processo eleitoral. Que são aqueles partidos políticos que estão conectados com essa agenda da mulher na política. Porém, ela tem um conjunto de atuação com muitas barreiras para sua atuação, por ser senadora de um estado que não é muito populoso, além de não ser muito conhecida nacionalmente. Ela não é conhecida no Nordeste e no Sudeste, que são os locais onde uma eleição presidencial ela se constitui", destacou.

DataFolha

Segundo pesquisa do instituto DataFolha, que revelou os índices de infeção de voto, realizada nesta quinta-feira (26), Simone aparece em 4º lugar empatada com André Janones (Avante), ambos com 2% dos votos. Acima deles estão Lula(PT) em 1º lugar com 48%, Bolsonaro (PL) com 27%, e no terceiro lugar Ciro Gomes com 7% dos votos. Os outros dois candidatos, Pablo Marçal (Pros) e Vera Lúcia (PSTU) tiveram apenas 1%. E por fim existiram 7% dos entrevistados que votaram em branco/nulo e 4% ainda não sabe.

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