Raquel e Marília tentam se desvincular de Paulo Câmara
Debate realizado entre Marília Arraes e Raquel Lyra foi marcado por disputa para ver quem consegue "se livrar" do governador de Pernambuco, que é mal avaliado
Nesta terça-feira (18), durante debate realizado pela Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE) em parceria com a CBN Recife, as candidatas Marília Arraes (Solidariedade) e Raquel Lyra (PSDB) mais debateram sobre quem era a candidata de quem. O nome do governador Paulo Câmara (PSB) foi mais falado até do que os nomes dos presidenciáveis Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT).
Durante quase todas as suas falas, Raquel tentou colar a imagem do governador de Pernambuco em Marília. Essa é a estratégia da tucana para conseguir alavancar os seus votos no estado, tendo em vista que Paulo Câmara é mal avaliado em Pernambuco e tê-lo no palanque pode ser prejudicial para qualquer candidato. Até Danilo Cabral, que foi candidato da continuidade do PSB, escondeu o mandatário de sua campanha - o que não foi suficiente, uma vez que ficou em quarto lugar nas intenções de voto.
Para Marília Arraes, essa insistência de Raquel de vincular o governador é oportunismo eleitoral. “Da mesma maneira que ela está sendo oportunista dizendo que não vai declarar voto para presidente, tá tentando colar o impossível [Paulo em seu palanque]. Todo mundo sabe que eu sempre fui o retrato da oposição a Paulo Câmara aqui em Pernambuco. Ela votou em Paulo Câmara, ela foi a responsável por colocar Paulo Câmara alí [como governador]”, destacou.
Raquel assegurou que não dá para ficar no mesmo palanque do atual governador, que “deixou Pernambuco no desemprego, no desalento e na pobreza". A prefeita de Caruaru apontou ainda que para mudar o estado, não pode estar com o PSB. “Não dá para falar de mudança e estar, como a outra candidata está, no palanque de Paulo Câmara. Nós estamos propondo uma mudança verdadeira”.
Mesmo Marília afirmando que não está com Paulo Câmara, ela conta com o apoio oficial do PSB. A confirmação da parceria no 2º turno aconteceu no dia 7 de outubro e foi fortalecida com a vinda do ex-presidente Lula para Pernambuco na última sexta-feira (14), quando a postulante ficou lado a lado com o seu ex-desafeto e primo, o prefeito do Recife, João Campos (PSB).
“O que está em jogo é quem apoia Lula e quem é Bolsonaro. Paulo Câmara apoia Lula. Nós estamos vivendo uma aglutinação de forças, progressistas e democráticas. E as forças conservadoras que apoiam Bolsonaro estão com ela [Raquel]”, detalhou Arraes.
Mesmo insistindo em não declarar qual será o seu voto para presidente, a tucana tem em seu palanque parlamentares bolsonaristas como a deputada federal eleita Clarissa Tércio (PP), o deputado estadual eleito Júnior Tércio (PP), além do ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL), que foi o candidato de Bolsonaro ao governo estadual.
Raquel não aceitou o apoio do presidente Bolsonaro, que também é mal avaliado em Pernambuco e teve 29,91% dos votos no 1º turno contra 65,27% dos votos recebidos por Lula. Marília não quer Paulo em sua campanha tanto quanto Raquel nega palanque para o atual chefe do Executivo.