Lula defende Estado Palestino e cita terrorismo de Israel

Em entrevista após encontro com repatriados, líder brasileiro endurece críticas aos Estados Unidos e a Israel pelas táticas utilizadas em guerra

por Vitória Silva ter, 14/11/2023 - 10:18
Ricardo Stuckert/PR Lula recebe repatriados da Faixa de Gaza em chegada ao Brasil Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) permanece vocal sobre o conflito no Oriente Médio e voltou a criticar as táticas israelenses de represália aos ataques do grupo fundamentalista e terrorista Hamas. Desde o ataque do dia 7 de outubro, as forças de Israel têm orquestrado ataques e invasões à Faixa de Gaza e Cisjordânia, em um plano de ação que já matou mais de 10 mil palestinos. 

Na primeira entrevista após a recepção dos 32 repatriados de Gaza, nessa segunda-feira (13), Lula reafirmou, nesta terça (14), o papel do Brasil na busca pela paz e condenou o veto dos Estados Unidos à proposta brasileira de uma solução de dois Estados - um israelense e outro palestino. "É inadmissível que a gente não tenha uma solução para isso", disse o líder brasileiro. 

"Produzimos uma nota que teve o apoio de 12 países e apenas um país teve o direito de vetar, e vetou, que foi os Estados Unidos. Isso é incompreensível, a ONU precisa mudar. A ONU de 1945 não vale mais nada em 2023. Por isso a gente quer mudar a quantidade de pessoas e o funcionamento, e acabar com o direito de veto", acrescentou.

Embed:

Durante o "Conversa com o Presidente" desta terça-feira (14), o mandatário disse que as ações de Israel são de teor terrorista e que há um claro interesse em esvaziar Gaza para uma nova ocupação. Esse conceito é conhecido na literatura como "limpeza étnica". 

“Essa guerra, do jeito que vai, não tem fim. Eu estou percebendo que Israel quer ocupar a Faixa de Gaza e expulsar os palestinos de lá. Isso não é correto, não é justo. Nós temos que garantir a criação do Estado Palestino para que eles possam viver em paz com o povo judeu”, disse Lula. 

O presidente evidenciou, mais uma vez, que é preciso reconhecer o ataque terrorista do Hamas em outubro, mas insiste que a resposta contra civis palestinos é desproporcional.   

“É por isso que eu disse ontem que a atitude de Israel com relação às crianças e com relação às mulheres é uma atitude igual terrorismo. Não tem como dizer outra coisa. Se eu sei que tá cheio de criança naquele lugar, pode ter um monstro lá dentro, eu não posso matar as crianças porque eu quero matar o monstro. Eu tenho que matar o monstro sem matar as crianças”, enfatizou Lula. 

COMENTÁRIOS dos leitores