Marketplace do Facebook vira vitrine de armas de fogo

Revólveres, espingardas e pistolas são anunciados na plataforma e criam um ambiente ilegal virtual dentro do Facebook

qui, 26/10/2023 - 12:12
Reprodução/Facebook Anúncio de celular ao lado de revólver Reprodução/Facebook

A prevenção de crimes virtuais avançou, mas as políticas de segurança das plataformas digitais ainda permitem que o comércio ilegal se atualize. No Facebook, o aprimoramento das relações comerciais oferecido pelo marketplace criou uma canal para a venda de armas de fogo e outros produtos proibidos pela própria plataforma.

Uma rápida procura é suficiente para encontrar opções que renderiam uma tarde inteira de garimpo no comércio tradicional. De imóveis a moedas colecionáveis, -quase - tudo pode ser comprado e vendido no marketplace. 

A praticidade e a confiança depositadas no recurso feito para aproximar os anunciantes dos interessados realçam a falsa sensação de que a internet é uma “terra sem lei”. 

A Política de Padrões de Publicidade da Meta, detentora do Facebook, proíbe a promoção de armas, acessórios, munições e explosivos, fogos de artifício, armas de paintball, de chumbinho, tasers, nunchucks e armas brancas destinadas à autodefesa. Contudo, parte dos usuários usam métodos para burlar as regras de uso.

Reprodução/Facebook

Os vendedores camuflam os anúncios entre a infinidade de produtos e oferecem pistolas, espingardas e revólveres como "gravador", "brinquedo" ou qualquer descrição que afaste suspeitas. As informações dos anunciantes ficam visíveis, mas não os intimida. Quem confia na impunidade vai além e sequer tenta “esconder” o produto na descrição, atraindo os compradores com fotos e possibilidade de negociação.

Reprodução/Facebook

Ainda que tente dificultar o comércio ilegal, o marketplace se torna um grande expositor de produtos proibidos pela fragilidade do monitoramento do próprio Facebook. A reportagem questionou a empresa sobre a efetividade das medidas de controle e as punições impostas a quem fere as diretrizes de uso.

A Meta não informou quantos anúncios foram retirados do ar neste ano, nem como pretende aprimorar o sistema de monitoramento e alcançar mais anúncios proibidos.

Reprodução/Facebook

Em nota, a plataforma explicou que a atuação em cima dos conteúdos suspeitos parte de denúncias. Depois de registradas, elas são filtradas e podem - ou não - passar por uma revisão humana em seguida. A Meta também ressaltou que colabora com as autoridades policiais apenas quando requisitada.

 “Para combater esse tipo de conteúdo, as nossas equipes de segurança usam uma combinação de denúncias da comunidade, tecnologia e revisão humana. Vale ressaltar que a Meta colabora com as autoridades quando requisitada", resumiu no comunicado.

A Polícia Federal também foi procurada, mas encarou o levantamento de apreensões no Facebook como uma investigação em andamento e não repassou dados consolidados. Também não foi esclarecido como a PF acompanha os crimes nesse ambiente.

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