Número de alunos com deficiência em escolas aumentou
Apesar disso, especialista afirma que quantia não é o suficiente e ainda há um longo trabalho de inclusão a ser realizado
A cada ano, a quantidade de pessoas com deficiência em sala de aula aumenta. Em comparação com o apurado em 2005, em 2017 o número é 6,5 maior. É o que afirma uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). De acordo com os dados coletados, hoje existem 750.983 estudantes com algum tipo de deficiência convivendo com os demais alunos nas escolas de todo o Brasil. Mesmo assim, esse crescimento ainda não é o suficiente.
Para a psicopedagoga e especialista em educação especial e em gestão escolar Ana Regina, esses resultados são reflexos de uma maior conscientização da população sobre o assunto, aliada as políticas públicas dos últimos anos, e são o começo de um longo caminho. “São números significativos, mas há muito trabalho a ser feito, não só por parte das escolas e da comunidade, mas também dos governantes. É necessário que continuem investindo em políticas públicas, conscientização e estrutura, para que essas pessoas tenham acesso à educação igual aos demais”, comenta Ana Regina.
Além da conscientização, outro fator que contribuiu com esse aumento foi a Lei Brasileira da Pessoa com Deficiência (ou Estatuto da Pessoa com Deficiência), aprovada em 2015, que tem como objetivo assegurar e promover, em condições iguais, o exercício dos direitos e liberdades da pessoa com deficiência, visando essa inclusão social e cidadã. Por isso, ela proíbe a cobrança de valores adicionais nas matrículas e mensalidades por parte das escolas particulares em casos de alunos com deficiência.
--> Mais de 1.200 vagas para capacitar jovens com deficiência
--> Estudantes autistas participam de projeto integrador
Apesar das boas notícias, a especialista alerta para as dificuldades da inclusão efetiva nas escolas, como a falta de capacitação por parte do corpo docente, que em sua grande maioria não está preparado para receber pessoas com deficiência. E a falta de conhecimento sobre as características das deficiências por parte dos alunos e do meio em geral, que também dificultam esse processo. “Como eu disse, estamos caminhando, mas precisamos melhorar em muitos aspectos. Quanto as escolas é fundamental que haja uma capacitação dos professores para atender esse aluno. E quanto aos alunos, é necessário que haja uma explicação, uma conscientização da turma sobre aquela deficiência, para que eles possam incluir aquela criança da melhor forma possível”, esclarece.
Infraestrutura
A pesquisa feita pelo Inep também mostrou que apenas 26% das escolas públicas são acessíveis a esses estudantes. Já nas escolas particulares, esse número é um pouco maior, atingindo 35%. O que pode ser considerado bom, já que em 2011 ele era de 11%, mas segundo a psicopedagoga está longe de ser o ideal e muito precisa ser feito. “Hoje existem algumas políticas públicas e um trabalho maior de conscientização das pessoas em relação ao tema, isso tem ajudado nessas mudanças, mas infelizmente não é o suficiente”, finaliza a especialista.
LeiaJá também
--> Educação especial: aluno, escola e inclusão
--> Senac oferta cursos gratuitos para pessoas com deficiência
--> 32 mil pessoas com deficiência mental têm emprego formal