Com mandato até o próximo dia 31 de janeiro, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB/PE) fez seu discurso de despedida nesta segunda-feira (1), no plenário no Senado. Citando os escândalos de corrupção, ele criticou o quadro de degradação política e falou da fragmentação partidária que existe atualmente no país. Deixando o Senado, Jarbas assumirá uma cadeira na Câmara dos Deputados. 

“Imaginar que, nas eleições de 1998, a Câmara contava com 18 partidos e já se achava demais. Não tenho como crer que essa extrema fragmentação partidária represente um avanço. É um retrocesso”, apontou Jarbas. 

O parlamentar, que já foi deputado duas vezes (1975 a 1978 e 1983 a 1985), afirmou que volta para a Câmara levando as mesmas bandeiras que já defendeu no passado. “Aqueles foram dois momentos distintos. Ambos de uma imensa riqueza de debates, de embates, na luta para encerrar o período autoritário e restabelecer a democracia. Volto à Câmara dos Deputados, trinta anos depois, em circunstâncias diferentes, mas tão desafiadoras quanto nas décadas de 1970 e 1980”.

Jarbas também criticou o slogan de campanha “Governo novo, ideias novas” da presidente Dilma Rousseff (PT). Ele lembrou os escândalos na estatal de petróleo.   “O que fizeram com a maior estatal do Brasil, a Petrobras? Um dos maiores escândalos do Mundo. Desvios que chegaram a cifras bilionárias. É um crime de lesa-pátria. Vai demorar anos para a empresa retomar a tranquilidade necessária para enfrentar os desafios que não são apenas dela, mas que envolvem o nosso próprio futuro como Nação”, atacou Jarbas Vasconcelos.

O senador afirmou que pretende continuar lutando para o Brasil não perder as conquistas dos últimos 30 anos. Ele reafirmou seu compromisso com a imprensa e lembrou que vai representar o povo de Pernambuco. “Estarei na defesa da estabilidade econômica, pressuposto fundamental para combater a miséria e tirar da pobreza os milhões de brasileiros e brasileiras que ainda estão de fora do processo produtivo. Como deputado federal representando o povo de Pernambuco, não me calarei diante das tentativas de esvaziar a força da democracia representativa; não ficarei omisso quando tentarem calar a Imprensa; não fugirei do embate para impedir o controle hegemônico das instituições democráticas”.

Jarbas Vasconcelos fez um balanço do mandato como senador e destacou o seu primeiro discurso, em março de 2007, onde ele já apontava a Reforma Política como “mãe de todas as reformas”, mas que quase nada mudou. “Após tanto tempo, permanecem válidas as premissas que abordei naquele início de março, há quase oito anos. Com imensos agravantes, vale ressaltar, diante da inércia do Congresso Nacional em aprovar uma Reforma Política de verdade e não de ‘faz-de-conta’”.