Políticos recordam tom conciliador e alegria de Eugênio

Corpo do petista foi velado durante a manhã desta quarta-feira (22) no cemitério Morada da Paz. Ele seguiu para a cremação por volta das 11h20

por Giselly Santos qua, 22/04/2015 - 12:21

A capacidade de articulação política visando à conciliação e o alto astral do ex-deputado federal Pedro Eugênio (PT) foram lembrados, nesta quarta-feira (22), durante o velório do petista que faleceu na última segunda-feira (20). Políticos, amigos e familiares participaram da cerimônia fúnebre que aconteceu no cemitério Morada da Paz, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR).

Durante toda a manhã lideranças locais e nacionais se despediram do ex-parlamentar. Entre os aliados, a deputada e presidente do PT em Pernambuco, Teresa Leitão, destacou o companheirismo do dirigente. "Companheiro. Essa era a saudação dele com todos nós e exatamente a palavra que o expressava. Em toda luta de Pedro, ao pé da letra, ele foi companheiro e dividiu conosco sua sabedoria, bom humor e capacidade política de conciliar", afirmou, com a voz embargada. “Pedro tinha uma atuação única no PT. Será insubstituível”, acrescentou Teresa.

Colega de bancada na Câmara Federal e de partido, o ex-deputado João Paulo contou detalhes sobre a última conversa que teve com Pedro Eugênio. “Foi no plenário da Câmara. Ele me confidenciou que ia fazer uma cirurgia grave e delicada, mas com ânimo de quem venceria a batalha. Infelizmente perdeu, se foi jovem. Ele ainda teria uma grande contribuição para dar a Pernambuco e ao Brasil”, detalhou. 

Apesar de comporem campos opostos, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), esteve no velório para prestar as condolências à família e homenagear o petista. O Chefe do Executivo afirmou que Pedro Eugênio fará falta a política local e nacional, principalmente na conjuntura atual onde o diálogo se faz necessário. 

“O momento que o país passa agora exige muito diálogo. Pedro Eugênio tinha esta capacidade”, disse. “Ele atuou em muitas frentes e sempre esteve antenado com os anseios de Pernambuco, da sua gente. Fez uma grande contribuição como agente público e formou uma geração como professor”, acrescentou o socialista, que também estudou economia da Universidade Federal de Pernambuco e teve o petista como professor. 

O ex-deputado federal, antes de ingressar no Partido dos Trabalhadores, foi filiado ao PSB. A atuação dele na legenda socialista e como secretário do ex-governador Miguel Arraes foi enaltecida pelo prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB). “Tive uma amizade pessoal com Pedro, fomos do mesmo partido. Ele sempre tratava as questões de Pernambuco com a maior seriedade possível. Era uma figura muito admirada por todos os que viviam no campo político”, pontuou. 

Além desses, outros nomes passaram pelo velório, como o deputado federal Cadoca (PCdoB), os ex-deputados federais Fernando Ferro (PT), Paulo Rubem (PDT) e o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes. O vice-governador de Pernambuco, Raul Henry (PMDB), e o vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira (PCdoB), também participaram da cerimônia. 

Por volta das 10h, familiares e amigos iniciaram a proferir discursos de despedida. A dedicação de Eugênio ao campo político, o zelo pela democracia, a alegria e o amor do deputado pela esposa, Carmem, e as filhas, Renata e Marina, foram enaltecidos pelos presentes. Às 11h10 o corpo do petista deixou a Capela Central do Morada da Paz em cortejo para a sala onde seria cremado. O ato de cremação foi restrito aos familiares.  

Histórico 

Pedro Eugênio de Castro Toledo Cabral nasceu no Recife em 29 de março de 1949. Formou-se em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em 1975 e foi professor da mesma instituição. 

Integrante do PSB, em 1987 ele foi secretário estadual de Agricultura, depois assumiu a pasta do Planejamento (1989-1990) e da Fazenda (1995-1996). 

O primeiro mandato do pernambucano foi conquistado em 1994 quando ele foi eleito deputado estadual. Em 1998, ainda pelo PSB, Pedro Eugênio foi eleito para o primeiro mandato federal. Já pelo PT, o economista voltou à Câmara Federal em 2006 e foi reeleito em 2010. Em outubro do ano passado, Pedro Eugênio pleiteou a reeleição, no entanto, não conquistou os votos necessários para obter o mandato. 

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