Análise do PME e habeas corpus de Lula marcam a semana
Apesar de não ter sido impetrado pelo ex-presidente, o habeas corpus preventivo foi um dos temas mais quentes da semana
Os festejos juninos quebraram o ritmo acelerado das questões políticas em Pernambuco esta semana. Apesar disso, na última segunda-feira (22), por exemplo, um debate acalorado marcou a análise do Plano Municipal de Educação (PME) na Câmara de Vereadores do Recife. O texto passou pelos parlamentares após duas sessões (uma extraordinária) acaloradas e com direito a protestos, objetos jogados no plenário e cartazes de repúdio.
A primeira iniciou no Plenário da Casa com a galeria cheia de manifestantes, no entanto quando o clima ficou tenso e após o presidente da Câmara, Vicente André Gomes (PSB), interromper a reunião por duas vezes, a votação precisou ser transferida para o Plenarinho, onde é vedada a participação do público. Ao final, o texto passou pelo crivo dos parlamentares com 28 votos a favor e 5 contra. Além disso também foi aprovada uma emenda extinguindo temas sobre a ideologia de gênero no PME.
Ao contrário dos embates da Câmara, na Assembleia Legislativa os deputados estaduais estenderam o feriado de São João, celebrado na última quarta-feira (24), e não realizaram nenhuma sessão plenária durante os últimos dias.
Ainda na segunda-feira, já no âmbito nacional, o ex-presidente Lula (PT) fez umas declarações em crítica ao Partido dos Trabalhadores durante o seminário "Novos desafios da democracia", promovido pelo Instituto que leva o nome dele. Durante seu discurso, com duras palavras Lula chegou a dizer que “o PT perdeu um pouco do sonho, da utopia” e “só pensa em cargo e em ser eleito”. O posicionamento gerou desconforto entre os petistas, para a presidente da legenda em Pernambuco, deputada Teresa Leitão, "Lula tem razão, mas esse assunto é interno".
O ex-presidente também foi foco de outra polêmica durante esta semana. Um habeas corpus preventivo a uma possível prisão na Operação Lava Jato – que investiga os esquemas de corrupção na Petrobras – foi impetrado na Justiça Federal do Paraná no nome dele na última quarta. Na quinta-feira (25), Lula e seus advogados negaram serem autores da petição e acreditaram ser estranho um dos líderes da oposição no Congresso, o senador Ronaldo Caiado (DEM) ter sido o primeiro a divulgar a notícia. O autor do habeas corpus foi o consultor Maurício Ramos.
No contexto da Lava Jato, nesta semana também foram efetuadas novas prisões. Entre elas e de executivos da Organização Odebrecht. A empresa afirmou, em nota, estar “indignada” com as medidas da Polícia Federal. Outro ponto que estremeceu o meio político foi o vazamento da delação premiada do dono da UTC, Ricardo Pessoa. Entre os nomes citados no texto, estão os da presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, ambos do PT.
Segundo informações vazadas na imprensa, Pessoa repassou R$ 3,6 milhões de caixa dois para o ex-tesoureiro da campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010, José de Filippi, e o ex-tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, entre 2010 e 2014.O líder do Democratas (DEM) na Câmara Federal, deputado Mendonça Filho, classificou como “estarrecedor” o teor da delação premiada.
Voltando ao cenário local, nesta sexta-feira (26) o governador de Pernambuco , Paulo Câmara (PSB), recebeu os ministros do Turismo, Henrique Eduardo Alves, e das Cidades, Gilberto Kassab. Alves esteve na capital pernambucana para assinar um convênio com o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), para a instalação de equipamentos turísticos no Recife Antigo. Já Kassab veio anunciar a liberação de mais de R$ 300 milhões para obras no estado. Os aportes serão destinados para Arcoverde, Caruaru e Timbaúba. Durante a passagem pelo estado, o socialdemocrata falou sobre a relação da gestão estadual com a federal e disse que viva em um “casamento” com o PSB pernambucano.