Jarbas acredita que acusações contra Cunha vão crescer
O deputado federal alertou a bancada do PMDB na Câmara quanto a possíveis chantagens do correligionário em benefício próprio
O deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB) afirmou, neste sábado (18), que as acusações contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em relação a supostos envolvimentos com o recebimento de propina em contratos da Petrobras, investigados pela Operação Lava Jato, deverão crescer. Em conversa com jornalistas durante a convenção do partido em Pernambuco, o parlamentar revelou que “conversas miúdas” no legislativo dão conta que o montante de US$ 5 milhões pelo qual o correligionário é acusado pode se ampliar.
“Se isso se avolumar, o que eu acho que vai, pois tenho informações que esse número de denúncia vai crescer, ele vai ter que se afastar. Se for verdade, é claro!”, frisou, se colocando favorável a saída de Cunha da presidência. “Vamos ter um segundo semestre muito complicado na Câmara, acho que não sou uma voz isolada, percebo e converso, tem muita gente indignada e achando que ele tem que dar satisfação sobre a Lava Jato. Não é brincadeira uma pessoa acusar o outro de que ele pediu US$ 5 milhões”, acrescentou.
Reafirmando acreditar no "oportunismo" de Eduardo Cunha ao decidir romper com o governo, Jarbas alertou sobre a possibilidade de o presidente da Câmara impor chantagens a bancada do PMDB. “Já faço oposição há muito tempo, quando Dilma tinha 70 e 80% de aprovação. Ele está fazendo agora quando ela tem menos de 10%. Agora eu, por exemplo, não vou me submeter, a partir de 3 de agosto, a chantagens”, cravou. “No momento que eu admitir isso estaremos (o PMDB) chantageando o Brasil e não ao PT. O PT eu sempre enfrentei, Lula e Dilma também. Não é agora que vou me submeter a chantagens de querer fazer um contraponto do governo em interesses pessoais”, completou o parlamentar.
Indagado se era favorável ao desarquivamento de pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e a autorização para a abertura de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) como a do BNDES que promete desestabilizar a gestão – ambas ações de Cunha após o romper com o PT –, Jarbas Vasconcelos disse que o procedimento de aberturas de CPIs é normal seguindo o regimento e acusou o presidente da Câmara de estar acostumado com o “toma lá e dá cá” em cargos do governo. “CPI tem uma fila, se ele tá cumprindo essa fila é normal. Agora qualquer coisa que me cheira a chantagem, no toma lá e dá cá, vou ficar muito atento, mais do que já era”, garantiu.