Deputados enaltecem legado político de Campos

Câmara dos Deputados realizou sessão solene em homenagem ao ex-governador de Pernambuco, que faleceu em acidente aéreo em agosto do ano passado

por Dulce Mesquita qua, 12/08/2015 - 13:49 Atualizado em: qua, 12/08/2015 - 14:06

Em sessão solene em homenagem ao ex-governador de Pernambuco e ex-deputado federal Eduardo Campos, que faleceu em acidente aéreo em agosto do ano passado, os parlamentares destacaram a capacidade conciliadora do político ao governar. A cerimônia foi realizada no plenário da Câmara dos Deputados, atendendo ao pedido do deputado Luiz Lauro Filho (PSB-SP).

O líder do PT na Casa, Sibá Machado (AC), destacou que Campos “agia com tolerância e matinha a convivência pacífica”, mesmo que divergisse das ideias de alguns políticos. Em 2013, o então governador rompeu com o governo, já adiantando a candidatura alternativa à Presidência da República no ano seguinte. O líder do DEM, Mendonça Filho (PE), também lembrou a relação de respeito que havia entre eles. “Aqui na Câmara, Eduardo teve a oportunidade de participar de forma ativa e vibrante e de vocalizar assuntos de interesses de Pernambuco e do Brasil”.

Para Augusto Coutinho (SD-PE), seguir o legado de Campos é a melhor forma de prestar homenagem. “Ele agia com respeito, clareza e ética, olhando para o futuro. Eduardo deixou plantada a semente da boa política, capaz de transformar e mudar a vida dos brasileiros. Uma política a serviço do povo e não em interesse a grupos privados”, sustentou ele, ao dizer também que o falecimento deixou “um grande vácuo na política nacional”.

A deputada Luciana Santos (PCdoB-PE) lembrou o desenvolvimento pelo qual Pernambuco passou quando Campos foi governador. “Ele elevou a economia de Pernambuco, levou para lá a indústria naval, petroquímica, farmoquímica e automobilística. Isso representou uma vontade política entre Lula e Eduardo. Mas se não fosse a capacidade política de Campos, não seria possível executar tudo isso”, disse. Ela também destacou o investimento na educação pública, que alcançou seis dos dez melhores desempenhos na última edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Ele acreditava na inteligência e conhecimento”.

Bruno Araújo (PSDB-PE) disse que Eduardo foi “o político mais obstinado e dedicado” que ele conheceu. Já Tadeu Alencar (PSB-PE) considerou a “celebração justíssima” pela influência que Campos tinha na política do país e considerou que a morte dele “deixou um evidente vácuo na gestão do pais”. Eduardo da Fonte (PP-PE) se solidarizou com a família Campos e ofereceu apoio ao governador de Pernambuco, Paulo Câmara, e ao prefeito do Recife, Geraldo Julio, para governar.

Paulo Câmara, inclusive, ressaltou a gestão de Campos no Estado. “Durante quase oito anos, ele fez uma revolução em nosso estado com um modelo de gestão, do qual tenho a honra de dar continuidade, que defende que se faça mais com menos e mais rápido para chegar a toda população”. O governador Rodrigo Rollemberg (Distrito federal) disse que “Campos era, sobretudo, uma pessoa competida com o povo, com os mais pobres, e que sempre olhou para o futuro”, lembrando a atuação dele como ministro da Ciência e Tecnologia, quando apoio, por exemplo, as pesquisas com células-tronco.

Representando a família, João Campos, filho mais velho de Eduardo e Renata, agradece à Câmara dos Deputados pela homenagem e aos pernambucanos e brasileiros pelo carinho e apoio à família nos últimos meses. “Sempre perguntam: o que faria hoje Eduardo? Eduardo certamente insistiria que não deixassem de acreditar na força do povo, na capacidade que tem de superar desafios, que não permitissem que o desânimo vencesse a crença no futuro”, sustentou.

Repetindo parte das palavras ditas pelo irmão Pedro na Assembleia Legislativa de Pernambuco, nessa terça (11), João lembrou um trecho do discurso de Campos ao tomar posse no primeiro mandato como governador de Pernambuco.  “Vamos construir um tempo novo em que os que sempre perderam vão começar a ganhar, em que as vítimas não serão mais culpadas, em que a indignação seja ferramenta pra enfrentar a pobreza, a miséria, a violência e a exclusão.

No encerramento da sessão, o cantor pernambucano Maciel Melo cantou a canção Madeira do Rosarinho (Madeira que cupim não rói), cantada nas campanhas de Eduardo Campos.

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