Operação Lava Jato é apoiada por 71,8% dos recifenses

Dado é apresentado por um levantamento do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN). Maioria dos recifenses, ouvidos pelo Instituto, não acreditam que os políticos mudam de comportamente quanto aos esquemas de propina

por Giselly Santos ter, 23/02/2016 - 06:00

Criada para investigar um esquema de lavagem e desvio de dinheiro envolvendo a Petrobras, empreiteiras e políticos, a Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), tem o apoio da maioria dos recifenses, segundo um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN). De acordo com o levantamento, divulgado nesta terça-feira (23), 97,3% dos que residem na capital pernambucana conhecem o teor das investigações envolvendo a estatal e 71,8% apoiam a iniciativa. 

A análise, encomendada pelo Portal LeiaJá em parceria com o Jornal do Commercio, revela ainda que 1,9% dos recifenses entrevistados nunca ouviram falar na Lava Jato e 25,9% não aprovam as investigações da PF. Já na sua 23ª fase, desde que foi iniciada, em 2014, a operação tem causado desconforto entre os políticos, inclusive pernambucanos, e diversas empresas como a Odebrecht. 

A estimativa é de que o prejuízo causado pelas irregularidades na chegue à casa dos R$ 42,8 bilhões. Nomes como os dos senadores Renan Calheiros (PMDB), Humberto Costa (PT), Fernando Bezerra Coelho (PSB) e Fernando Collor (PTB); dos deputados federais Eduardo Cunha (PMDB) e Eduardo da Fonte (PP); e dos ex-deputados Pedro Corrêa (PP) e Cândido Vacarezza (PT) estão envolvidos nas fraudes, de acordo com as delações premiadas concedidas a Polícia Federal. 

O pernambucano Pedro Corrêa, inclusive, já foi condenado pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato, para cumprir 20 anos, três meses e dez dias de prisão por receber pelo menos R$ 11,7 milhões do esquema de corrupção na estatal. Ele já cumpria pena por ter sido condenado no esquema do Mensalão, escândalo que revelou a compra de votos de parlamentares no Congresso Nacional, durante o mandato do ex-presidente Lula (PT). 

Diante das reincidências de políticos nas irregularidades e apesar do reforço nas investigações, o IPMN também questionou aos entrevistados se acreditam na melhoria do comportamento dos políticos com a Lava Jato. A maior parcela dos que participaram do levantamento, 56,7% não crê na lisura das ações entre os políticos, enquanto 40,7% têm esperança de um comportamento melhor. 

Dados da pesquisa

A pesquisa do IPMN ouviu 624 pessoas no Recife, nos dias 15 e 16 de fevereiro. O nível de confiabilidade é de 95% e a margem de erro é de 4,0 pontos percentuais para mais ou para menos.

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