Cristovam Buarque teme impacto de processo contra Lula

Senador afirmou que com o PT pregando no exterior que o impeachment é golpe, a ação de transformar o petista em réu pode ser vista em outros países como gesto do presidente em exercício Michel Temer

por Giselly Santos sab, 30/07/2016 - 15:16

O senador Cristovam Buarque (PPS) afirmou, neste sábado (30), que está preocupado com a repercussão no exterior da denúncia que tornou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) réu, por obstrução das investigações da Operação Lava Jato. Sob a ótica dele, com o Partido dos Trabalhadores pregando que o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) é um golpe, a ação da Justiça Federal pode ser vista em outros países como um gesto do presidente em exercício Michel Temer (PMDB) a seu favor, já que Lula se coloca como candidato em 2018.  

“Avalio com muita preocupação com o que isso repercutirá no Brasil e, sobretudo, como repercutirá no exterior. Por um lado vi que ele virou réu apenas com base no depoimento do Delcídio, não vi nenhuma prova além disso. Ai fica uma dúvida se há ou não substância para transformá-lo em réu, mas talvez, o juiz tenha outras provas que a gente não tem conhecimento”, salientou, após participar da convenção que oficializou a candidatura do prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), à reeleição.

Cristovam alertou que “neste momento em que o PT tenta passar a ideia de que a saída de Dilma é um golpe, qualquer coisa que acontecer com o Lula no Brasil repercutirá lá fora como um gesto do Temer e não da justiça”. “Mas a justiça não tem que se preocupar com a política, mas fazer o que é certo. Espero que o juiz tenha feito isso com todas as firmezas que as provas devem ter dado a ele”, destacou.

Indagado como isso impactaria no processo de impeachment, em conclusão no Senado, o parlamentar disse que pouco. Já sobre a postura dele diante do tema, Cristovam preferiu não adiantar o voto. “Só posso tomara decisão depois de ver o relatório de Anastasia, ele que é encarregado de dizer se encontrou ou não crime”, disse. 

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