Maioria de ex-ministros deve votar pelo impeachment
Dois 81 senadores com direito a voto, nove atuaram como ministros durante os cinco anos da gestão de Dilma Rousseff
Com a aproximação do desfecho do processo de impeachment, os 81 senadores se preparam para a votação final do julgamento da presidente afastada Dilma Rousseff. Entre eles, nove são ex-ministros da gestão petista.
Quatro deles - Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), Eduardo Braga (PMDB-AM), Marta Suplicy (PMDB-SP) e Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) - já declararam voto a favor do afastamento definitivo. Outros três - Armando Monteiro (PTB-PE), Kátia Abreu (PMDB-TO) e Gleisi Hoffmann (PT-PR) - são abertamente contrários ao impeachment.
Já Eduardo Lopes (PRB-RJ) e Edison Lobão (PMDB-MA) não declararam a intenção de voto. Mas nos bastidores já é dado como certo que ambos votem contra Dilma, já que eles optaram pela continuidade do processo na fase de pronúncia.
A ida de Dilma ao Senado, para prestar depoimento e responder as perguntas dos senadores, deu esperança aos aliados de que votos fossem revertidos, inclusive os dos ministros, mas a agora base governista descartou essa possibilidade.
"Acho que a presença dela foi importante para a defesa da trajetória dela, da biografia dela. Mas ocorre que a comissão especial de impeachment fez um amplo trabalho de investigação tanto dos decretos quanto sobre aquilo que se convencionou chamar de pedaladas fiscais e ficou claramente caracterizado o crime de responsabilidade", disse Fernando Bezerra Coelho.
Já Gleisi Hoffmann avaliou que os esclarecimentos feitos por Dilma foram muito positivos. “Ela foi firme e mostrou que há uma conspiração para tirá-la do cargo. Acredito que alguns senadores podem, sim, mudar os votos, porque a presidente trouxe argumentos muito convincentes sobre a ausência de crime de responsabilidade”, sustentou.
A votação deve ser realizada na manhã desta quarta-feira (31), dando desfecho ao processo de impeachment.