Presidência da Fiocruz: governo recua após pressão

O Governo Temer cogitava nomear a segunda colocada em votação para assumir a presidência da Fiocruz. Após “conciliação de interesses”, candidata mais votada na lista tríplice irá presidir a Fundação

por Taciana Carvalho ter, 03/01/2017 - 18:35
Beto Barata/PR Temer teve que mudar escolha Beto Barata/PR

Para evitar uma nova crise em seu governo, o presidente da República, Michel Temer (PMDB), recuou e decidiu nomear a pesquisadora Nísia Trindade para comandar a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A gestão do atual presidente Paulo Gadelha se encerra no próximo dia 17.

A notícia que circulava era a de que o governo teria escolhido o nome de Tania Cremonini de Araújo para assumir o cargo. Ela ficou em segundo lugar nas eleições internas da fundação com 1.695 votos. Nísia Trindade conseguiu 2.556. A pressão aumentou com a reação de funcionários e de entidades como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Um abaixo-assinado colheu, na semana passada, 6.400 assinaturas pedindo a nomeação da primeira colocada. 

Uma reunião foi realizada, no Palácio do Planalto, para tratar o assunto. Após a decisão, nesta terça-feira (3), o ministro da Saúde, Ricardo Barros, justificou a mudança declarando que “houve uma conciliação de interesses, de união em torno dos objetivos que estão propostos pela Fiocruz e um entendimento por parte do presidente de que essa era a solução adequada”.

O ministro, que era favorável a escolha de Tania, não deixou passar a oportunidade também lembrando que a votação se trata de uma lista tríplice. “As duas tinham mais de 30% de apoiamento e estavam habilitadas”, disse. 

A tradição da Fiocruz é nomear o primeiro colocado das eleições internas da fundação. Na semana passada, após notícias de que o Planalto nomearia a segunda colocada, Gadelha chegou a enviar uma carta a Temer e concedeu entrevistas à imprensa pedindo que a candidata mais votada fosse nomeada.  

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