Aline Mariano: “não existe governo que acerte 100%”
Em entrevista ao LeiaJá, a peemedebista pontuou que Geraldo “acertou mais que errou” e ressaltou que durante a estadia na liderança não pretende “defender o que for indefensável”
Líder do governo na Câmara do Recife, a vereadora Aline Mariano (PMDB) afirmou que pretende pautar seu trabalho como porta-voz da gestão de Geraldo Julio (PSB) pelo diálogo aberto com os membros da bancada governista e de oposição. Isto porque, segundo ela “não existe governo que acerte 100%” e é papel do vereador fiscalizar as ações da administração municipal. Em entrevista ao LeiaJá, a peemedebista pontuou que Geraldo “acertou mais que errou” e ressaltou que durante a estadia na liderança não pretende “defender o que for indefensável”.
“A liderança é algo que requer muito diálogo. Temos que conversar não só com a bancada de governo, mas também com a bancada de oposição que, inclusive, já fui líder. Um líder não consegue fazer um bom trabalho se for um líder isolado na Casa. Estou muito aberta para fazer as composições necessárias para aprovar os projetos que contribuam com a cidade, combater o denuncismo e posturas pouco consistentes”, frisou.
Para Aline, ter sido a representante da oposição na gestão de João da Costa (PT) e no início do governo pessebista vai contribuir para a atuação na bancada aliada a Geraldo. “Tive o privilégio de estar nas três instâncias. Fui líder da oposição, secretária do município e agora líder do governo. Às vezes, vão existir algumas insatisfações de quem está na base do governo e nós temos que ter esta maturidade de entender que discordar e divergir é prerrogativa do parlamento. Fiscalizar é uma prerrogativa de todos os vereadores”, observou.
“Não existe governo que acerte 100%. A correção de rumos faz com que o governo acerte mais do que erre. Se um projeto é impopular e a maioria discorda, o próprio governo tem que rever isto. Posso dizer não só teoricamente, mas na prática, porque apesar de ter sido uma das principais oposicionistas na gestão de João da Costa quantas vezes votei no projeto do município porque eu entendia que era um bom projeto”, acrescentou.
Relembrando momentos, enquanto opositora, que foi impedida de entrar nos equipamentos mantidos pela prefeitura para fiscalizar, a peemedebista também garantiu que a prerrogativa não será mais impedida pelos secretários municipais. Segundo a líder, a intenção dela não é “tratorar a oposição”, mas espera um “trabalho consistente” da bancada adversária. “Nós não queremos atropelar a oposição, não é do meu perfil porque eu já estive do lado de lá. Se não tiver bom ninguém vai defender o indefensável”, frisou.
“Não seria líder se não acreditasse no governo”
Aline Mariano confirmou ao LeiaJá ter levado mais de 15 dias para definir se aceitaria ou não ser a porta-voz da gestão municipal na Casa José Mariano. De acordo com ela, a demora não teve a ver com o fato de ter sido preterida na composição do primeiro escalão do governo. Ela negou ter sido frustrada sem a manutenção da secretaria de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas: “não fui candidata a secretária”.
Aline disse que a “responsabilidade pesou mais” para aceitar o convite. “Não toparia ser líder de governo se fosse um governo que eu não acreditasse... Vejo que o modelo da gestão de Geraldo Julio acertou mais que errou. Se não fosse assim não tinha sido eleito. Vivemos momentos muito difíceis. O primeiro foi quando ele assumiu, depois de uma gestão de João da Costa. Alguém que sequer conseguiu se eleger nem vereador do Recife, não precisa dizer mais nada. Avalie se era denuncismo [a postura da oposição]. As pessoas não estavam satisfeitas, em todas as áreas, sem exceção, eram problemas de ordem administrativa, mérito. Um caos”, observou.
Acrescentando, a peemedebista disse que “agora o momento crítico está se dando no país”. “Tem estados da federação que sequer conseguem pagar o salário. É um momento muito difícil. Esta crise que estamos vivendo tem uma geração aí que não sabia o que era isso. O desafio do prefeito é muito grande agora. Fazer mais com menos ou em alguns momentos lutar para manter o que já conquistou até agora. Não é fácil, não dá para no momento atual vender inovações. Por isso ele não lançou um novo programa de governo na campanha”, justificou.