Aprovação da reforma pode ampliar greve, dizem sindicatos
"Unificação" é a palavra mais usada pelos representantes dos grupos, que dizem "lutar por uma causa maior"
A aprovação do texto base da reforma trabalhista pode ampliar a adesão à greve geral marcada para acontecer nesta sexta-feira (28). Ao menos é o que acreditam representantes das centrais sindicais que se reuniram, na manhã desta quinta-feira (27), para dar esclarecimentos sobre as paralisações agendadas para amanhã. A mobilização, que será nacional, promete suspender serviços no país por até 24h. No Recife, além de atos em frente às empresas, bancos e escolas, também vai acontecer uma manifestação convocado pelas centrais. A concentração será às 14h e a passeata, que se deslocará até o final da Avenida Conde da Boa Vista, começa às 15h.
Os presentes na coletiva, que estavam representando a Intersidical, NCST, CUT, Força Sindical, UGT, Conlutas, CTB, CGTB, Central dos Servidores Públicos, e a Frente Povo Sem Medo, chamaram a atenção para a questão da unificação da classe trabalhadora, tanto entre os sindicatos como dialogando com o restante da sociedade. "Na panfletagem, a gente sente a adesão da população. Não é brincadeira o que querem fazer com a classe", diz Israel Torres, presidente da Nova Central.
"A votação de ontem pode ampliar a mobilização, assim como aconteceu na pauta da terceirização", lembrou o vice-presidente da CUT em Pernambuco Paulo Rocha, a respeito da votação da reforma trabalhista que ocorreu na noite da quarta-feira (26). Para ele, "a greve geral já é vitoriosa. Toda a classe trabalhadora pernambucana está pulsando essa informação".
Rocha também explicou que irão ocorrer atos em mais de 30 municípios do estado e mais de 50% das cidades pernambucanas farão atividades públicas. "A greve se configura como uma grande greve no setor público federal, estadual e municipal", frisou.
Na capital, as linhas de ônibus e metrô estarão funcionando em esquema especial. O vice-presidente da CUT esclareceu, ainda, que o comércio deve parar, principalmente pela paralisação dos meios de transporte. "Só vai sobrar o transporte particular para o trabalhador que muitas vezes não tem carteira assinada e recebe por comissão", disse, adicionando que o movimento é político por questionar uma ação do Congresso Nacional.