'Sorte ou Deus': como é a segurança dos candidatos em PE?
Apesar do teor da disputa estadual ser, em tese, mais tranquila, o LeiaJá procurou os sete postulantes ao cargo de governador para saber como cada campanha cuida da segurança nos atos
O clima acirrado que o país enfrenta para a eleição presidencial teve um marco, há 12 dias, com o ataque sofrido pelo candidato Jair Bolsonaro (PSL). O esfaqueamento do candidato trouxe à tona uma preocupação sobre os esquemas de segurança utilizados pelos postulantes nos atos de campanha tanto no âmbito nacional quanto no local.
Em Pernambuco, apesar do teor da disputa ser, em tese, mais tranquilo e o acirramento partir do debate entre os próprios candidatos, o LeiaJá procurou os sete postulantes ao cargo de governador para saber como cada campanha cuida da segurança nos atos e, a maioria, conta com a “sorte” ou a "proteção de Deus".
Ao contrário do nível nacional, em que a Polícia Federal deve garantir proteção aos candidatos, no estadual, segundo o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), cada postulante é responsável pela sua segurança. Um esquema especial, com o apoio da Polícia Militar, é montado apenas em casos de ameaça ou solicitação do candidato à Justiça Eleitoral, o que, de acordo com o TRE, não houve até o momento.
Na disputa pelo comando do Palácio do Campo das Princesas pela primeira vez, Maurício Rands (Pros) informou, por meio de nota, que sua campanha é diferente das tradicionais e, por isso, “não possui nenhum tipo de segurança ou pessoa que exerça função semelhante”.
“Todo o contato de Maurício Rands com o povo é direto, pessoal e sem intermediários. Ele se sente seguro pelo povo e entre os populares. Rands gosta de ambientes com gente, como mercados, feiras, estádio de futebol. Maurício Rands não é um político convencional. Sua campanha não possui comitê, van, bandeiras em ruas e militância paga”, salientou Rands.
No mesmo sentido da falta de uma equipe de segurança, o postulante da Rede Sustentabilidade, Julio Lossio, disse que sua proteção nos atos pelo Estado é divina. “A minha segurança é feita por Deus, que tem me protegido em toda a campanha e nessas caminhadas”, declarou.
Na corrida pela reeleição, a assessoria de imprensa da campanha do governador Paulo Câmara (PSB) informou que “justamente por uma questão de segurança não podemos informar como se dá sua sistematização para o chefe de Executivo”. Como o pessebista ocupa a gestão estadual, ele tem a prerrogativa de ser protegido pela Casa Militar de Pernambuco.
A candidata da chapa “A Esperança não tem medo”, Dani Portela (PSOL), também disse que não contratou seguranças para acompanhar o ato, apesar de em outros Estados diversos postulantes do PSOL tenham feito isso por sofrer ameaças.
Já a candidata Ana Patrícia (PCO) observou que a proteção dela na campanha é como a de qualquer cidadão comum. "Corro sérios riscos por tocar em pontos para mostrar a população em que Estado vivemos e que queremos mudar essa condição, sou ciente disso. Os candidatos burgueses já têm essa segurança, não precisam que o Estado disponibilize seu aparato policial para protegê-los e também se assim precisarem o terão", disse.
Os postulantes Armando Monteiro (PTB) e Simone Fontana (PSTU) não responderam até o fechamento desta matéria.