Humberto diz que o STF não pode ser omisso diante de Moro

Senador petista cobrou investigações da Alta Corte contra o atual ministro da Justiça por atitudes cometidas enquanto ele ainda era juiz e julgava casos envolvendo o ex-presidente Lula

seg, 09/09/2019 - 10:59
Júlio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo Humberto defendeu Lula após novas revelações da Vaza Jato Júlio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo

Líder do PT no Senado, Humberto Costa cobrou, nesta segunda-feira (9), uma ação do Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o ministro da Justiça e segurança Pública, Sergio Moro, e os procuradores que integram a força-tarefa da Lava Jato. 

A cobrança de Humberto acontece um dia depois do jornal Folha de São Paulo publicar uma reportagem, com base em dados recebidos pelo site The Intercept Brasil, pontuando que na mesma época em que a conversa entre os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT, sobre a indicação de Lula para o cargo de ministro da Casa Civil, em 2016, foi vazada à imprensa, os investigadores ocultaram o conteúdo de outras ligações também interceptadas pela Polícia Federal onde o líder petista se mostra resistente à indicação - observada naquele momento como uma maneira de o proteger das investigações da Lava Jato. 

Na avaliação de Humberto, Sergio Moro, que era o juiz responsável pelos casos contra Lula na época, omitiu o conteúdo por “má-fé”.  

"São gravíssimas as informações divulgadas pela Folha, em parceira com o site Intercept. Se alguém ainda tinha dúvidas sobre a atuação política do ex-juiz Sergio Moro e dos procuradores da Lava Jato, essas já não existem mais. Houve um conluio criminoso, cruel e irresponsável contra Lula e Dilma. Omitiram informações, agiram de má-fé e sem a isenção que o cargo exige e a Constituição determina. O STF não pode mais pecar por omissão. O Supremo precisa cumprir o seu dever de zelar pelas instituições e a democracia", afirmou o senador.

De acordo com  o senador, os novos diálogos dos integrantes da Lava Jato deixam claro que eles agiram com partidarismo e ódio político porque trechos da conversa mostram Lula sendo apelidado de "9", uma referência pejorativa ao fato de que perdeu um dos dedos da mão. 

"A cada novo diálogo divulgado a gente se assusta com tanto ódio. Num dia, desdenham do acidente que vitimou o presidente ainda jovem, no outro zombam da morte dos seus familiares. Não pareciam procuradores cumprindo o seu dever, investigando alguém por dever de ofício, mas verdadeiros inquisidores, fazendo uma caçada injusta e cega de ódio", cravou.

Ainda para Humberto, "Moro e os procuradores distribuíam informações distorcidas, sem base na realidade, apenas para reforçar a sua tese política. Mas quem conhece Lula e a história como sucedeu sabe o quanto ele exitou antes de aceitar o cargo e que jamais foi seu objetivo obter alguma vantagem por causa disso. O episódio é lamentável e hoje a gente sabe que foi determinante para que o Brasil entrasse nessa crise política e econômica, que desencadeou o golpe na presidente Dilma e na eleição de Bolsonaro, pior presidente da história desse país". 

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