Villas Bôas: 'Não vejo nenhum risco à democracia'
Para o militar, o país correu risco institucional entre o impeachment e a divulgação dos diálogos da JBS
O Comandante do Exército durante o governo de Dilma Rousseff e o de Michel Temer, o general Eduardo Villas Bôas, disse que a democracia do Brasil "foi colocada à prova", mas passou no teste.
O general concedeu uma longa entrevista ao jornal O Globo, que foi publicada neste domingo. Para o militar, o país correu risco institucional entre o impeachment e a divulgação dos diálogos da JBS.
"Confesso que fiquei preocupado, porque vi ali uma possibilidade de o Exército ser empregado contra as manifestações. Contudo, corre uma versão de que a presidente Dilma teria me chamado e determinado a decretação do 'Estado de Defesa', e eu teria dito que não cumpriria. Isso não aconteceu. Mas que houve a sondagem, ela de fato houve", afirmou Villas Bôas ao jornal.
O general de 68 anos enfrenta uma doença neuromotora de caráter degenerativo, respira com ajuda de aparelho e se locomove em cadeira de rodas.
"Quando Deus quer ter uma conversa particular com você, ele te dá uma doença assim", confidenciou o militar aos jornalistas da publicação.
Ao comentar a situação atual do país, Villas Bôas demonstrou otimismo.
"Fomos repetidamente colocados à prova. Não vejo nenhum risco", concluiu o general.